Soldados do
POE resgataram vítimas de quadrilha especializada em roubo
Mãe e filha são salvas de sequestro em Porto
Alegre | Foto: Alina Souza
São nas escassas histórias perdidas no cotidiano,
que se reconhecem os heróis. A história contada nesta reportagem poderia ter um
final que não se deseja replicar, mas ganhou novos rumos a partir de um tropeço
da sorte em quatro homens fardados dentro de uma viatura nas proximidades da
avenida Ipiranga, que rasga a capital gaúcha de ponta a ponta. Os nomes dos
soldados do Pelotão de Operações Especiais (POE), que atuam na área do 21º
Batalhão de Polícia Militar (21ºBPM), Paulo Roberto de Ávila Barres, Jonatas
Levandoski D’Ávila, Huewerton Santos de Oliveira e Alexsandro Fetzer jamais
serão esquecidos por Sofia.
A menina de sete anos e a sua mãe, de 32, que não quer ter o nome divulgado, foram vítimas de um grupo de assaltantes, que atuam em roubo e receptação de veículos em Porto Alegre. Roubo foi o crime interpretado pelo delegado na ocorrência que quase tirou a vida das duas no dia 19 deste mês. Sofia voltava para a sua casa localizada na zona Norte da cidade com a mãe dentro do carro da família. A chuva daquela quinta-feira, quando os ponteiros do relógio se aproximavam das 20h, fez com que a mãe da criança escolhesse um outro caminho para o retorno. “Foi a única vez que fiz isso e a pior escolha que poderia ter feito”, conta.
Logo após a travessia feita na rua Cristiano Fischer, três homens pararam a HB20 em que as vítimas estavam, apontaram um revólver calibre 38 com seis munições a espera, e colocaram as duas no banco traseiro do veículo. “Eles tiveram uma surpresa ao ver a Sofia e falavam o tempo todo que não poderia ter criança. Achei que iam nos matar”, lembra a mãe da menina. Com sorte, uma outra condutora percebeu o assalto, seguiu os bandidos e ligou para o 190.
Foi a partir daí que os quatro policiais entraram em ação. Eles retornavam de uma operação e trafegavam na área do 11º BPM quando tomaram conhecimento do assalto pelo rádio. Na viatura, não restou dúvida a nenhum deles em assumir o caso. “Na hora decidimos que iríamos pegá-los e combinamos de parar na III Perimetral com a Ipiranga”, explica Barres.
O soldados, encorajados pelo tempo de atuação que, ao todo, soma mais de 21 anos, posicionaram-se de forma a impedir o avanço do veículo na via, que foi lançado contra os seus corpos. “Já sabíamos que haviam vítimas no carro e que não poderíamos atirar”. A interceptação só foi ter fim na avenida Coronel Aparício Borges, próximo ao número 2260, que foi gravado atentamente por Fetzer. No local, os assaltantes bateram o veículo em um poste e foram presos em flagrante. Sofia e sua mãe estavam salvas.
O resgate de Sofia
O resgate de Sofia foi doloroso não só para ela, mas também para os seus novos heróis. Barres retirou a menina assustada do assoalho do veículo e a acolheu em seus braços. O peso da criança, que gritava por socorro, estava dobrado. O soldado também acolheu em pensamento o seu filho de cinco anos. Assim como os seus colegas lembraram de suas crianças, outras duas de oito meses, que provavelmente dormiam em suas casas, mas não estariam permanentemente protegidas de um assalto ou de um sequestro.
Sofia foi acalmada pelos policiais como qualquer pai faria e, posteriormente, levada ao Palácio da Polícia junto com a mãe. “Eu peguei ela nos meus braços e já lembrei do meu filho. A gente fica emocionado quando um caso envolve criança”, comenta Barres.
Alguns dias após o susto, a menina e a sua família foram até o 21ºBPM, na Restinga, para agradecer aos soldados. “Pensei que ia ser morta. Fiquei bem melhor quando vi eles”, conta a menina que, pouco fala sobre o dia, mas carrega na memória detalhes das roupas e do rosto dos bandidos que colocaram a sua vida em risco. Da mesma forma, ela reconhece os soldados que a salvaram e toca nas suas fardas movida pela curiosidade e a inocência carregada por qualquer criança da sua idade.
Com resposta na ponta da língua para cada questionamento, a menina deve levar além do escudo do batalhão que lhe foi presenteado, a chance para continuar o seu caminho, quase interrompido prematuramente, mas salvo por heróis que vivem além dos desenhos animados.
História estimula policiais
A comandante do 21ºBPM, tenente-coronel Najara Santos da Silva, vê a história como uma forma de estímulo aos profissionais em um período de dificuldades. Atrasos no pagamento de salários por parte do Governo do Estado, problemas de estrutura e a distância da família são algumas das barreiras atravessadas no caminho dos soldados. “É difícil elevar a moral do pessoal, por isso é tão importante um reconhecimento como esse”, observa.
Najara, a mulher do sorriso largo, está há um mês no batalhão, responsável pela atuação de 43% da área total da cidade de Porto Alegre. O 21ºBPM realiza o policiamento ostensivo nos bairros Restinga, Chapéu do Sol, Hípica, Ponta Grossa, Belém Novo, Lageado, Lami, Cantagalo, São Caetano e Pitinga, e parcialmente nos bairros Aberta dos Morros e Lomba do Pinheiro. “Esse é o nosso trabalho, mas eles foram muito felizes na atuação”.
A menina de sete anos e a sua mãe, de 32, que não quer ter o nome divulgado, foram vítimas de um grupo de assaltantes, que atuam em roubo e receptação de veículos em Porto Alegre. Roubo foi o crime interpretado pelo delegado na ocorrência que quase tirou a vida das duas no dia 19 deste mês. Sofia voltava para a sua casa localizada na zona Norte da cidade com a mãe dentro do carro da família. A chuva daquela quinta-feira, quando os ponteiros do relógio se aproximavam das 20h, fez com que a mãe da criança escolhesse um outro caminho para o retorno. “Foi a única vez que fiz isso e a pior escolha que poderia ter feito”, conta.
Logo após a travessia feita na rua Cristiano Fischer, três homens pararam a HB20 em que as vítimas estavam, apontaram um revólver calibre 38 com seis munições a espera, e colocaram as duas no banco traseiro do veículo. “Eles tiveram uma surpresa ao ver a Sofia e falavam o tempo todo que não poderia ter criança. Achei que iam nos matar”, lembra a mãe da menina. Com sorte, uma outra condutora percebeu o assalto, seguiu os bandidos e ligou para o 190.
Foi a partir daí que os quatro policiais entraram em ação. Eles retornavam de uma operação e trafegavam na área do 11º BPM quando tomaram conhecimento do assalto pelo rádio. Na viatura, não restou dúvida a nenhum deles em assumir o caso. “Na hora decidimos que iríamos pegá-los e combinamos de parar na III Perimetral com a Ipiranga”, explica Barres.
O soldados, encorajados pelo tempo de atuação que, ao todo, soma mais de 21 anos, posicionaram-se de forma a impedir o avanço do veículo na via, que foi lançado contra os seus corpos. “Já sabíamos que haviam vítimas no carro e que não poderíamos atirar”. A interceptação só foi ter fim na avenida Coronel Aparício Borges, próximo ao número 2260, que foi gravado atentamente por Fetzer. No local, os assaltantes bateram o veículo em um poste e foram presos em flagrante. Sofia e sua mãe estavam salvas.
O resgate de Sofia
O resgate de Sofia foi doloroso não só para ela, mas também para os seus novos heróis. Barres retirou a menina assustada do assoalho do veículo e a acolheu em seus braços. O peso da criança, que gritava por socorro, estava dobrado. O soldado também acolheu em pensamento o seu filho de cinco anos. Assim como os seus colegas lembraram de suas crianças, outras duas de oito meses, que provavelmente dormiam em suas casas, mas não estariam permanentemente protegidas de um assalto ou de um sequestro.
Sofia foi acalmada pelos policiais como qualquer pai faria e, posteriormente, levada ao Palácio da Polícia junto com a mãe. “Eu peguei ela nos meus braços e já lembrei do meu filho. A gente fica emocionado quando um caso envolve criança”, comenta Barres.
Alguns dias após o susto, a menina e a sua família foram até o 21ºBPM, na Restinga, para agradecer aos soldados. “Pensei que ia ser morta. Fiquei bem melhor quando vi eles”, conta a menina que, pouco fala sobre o dia, mas carrega na memória detalhes das roupas e do rosto dos bandidos que colocaram a sua vida em risco. Da mesma forma, ela reconhece os soldados que a salvaram e toca nas suas fardas movida pela curiosidade e a inocência carregada por qualquer criança da sua idade.
Com resposta na ponta da língua para cada questionamento, a menina deve levar além do escudo do batalhão que lhe foi presenteado, a chance para continuar o seu caminho, quase interrompido prematuramente, mas salvo por heróis que vivem além dos desenhos animados.
História estimula policiais
A comandante do 21ºBPM, tenente-coronel Najara Santos da Silva, vê a história como uma forma de estímulo aos profissionais em um período de dificuldades. Atrasos no pagamento de salários por parte do Governo do Estado, problemas de estrutura e a distância da família são algumas das barreiras atravessadas no caminho dos soldados. “É difícil elevar a moral do pessoal, por isso é tão importante um reconhecimento como esse”, observa.
Najara, a mulher do sorriso largo, está há um mês no batalhão, responsável pela atuação de 43% da área total da cidade de Porto Alegre. O 21ºBPM realiza o policiamento ostensivo nos bairros Restinga, Chapéu do Sol, Hípica, Ponta Grossa, Belém Novo, Lageado, Lami, Cantagalo, São Caetano e Pitinga, e parcialmente nos bairros Aberta dos Morros e Lomba do Pinheiro. “Esse é o nosso trabalho, mas eles foram muito felizes na atuação”.
Jézica Bruno
Correio do Povo
29/11/2015 | Atualização: 10:55
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