domingo, 11 de outubro de 2015

Reconstituição da morte da mãe de Bernardo deve ser feita nos próximos dias em Três Passos


Reconstituição da morte da mãe de Bernardo deve ser feita nos próximos dias em Três Passos
   Boldrini deverá participar da simulação dos fatos/Foto: Rodrigo Oliveira/Arquivo/TP News

A Polícia Civil já ouviu pelo menos 40 pessoas e deve fazer nos próximos dias a reconstituição da morte da mãe do menino Bernardo, em Três Passos. O delegado Marcelo Lech, responsável pela nova investigação do caso, já solicitou ao Instituto-Geral de Perícias que seja feita a reprodução simulada dos fatos.

Conforme documento do Ministério Público, para o fim de confrontação da conclusão no sentido de que havia terceira pessoa dentro da sala de atendimento, onde estariam, em tese, apenas Leandro Boldrini e Odilaine Ugione, torna-se imperiosa a realização de reprodução simulada dos fatos, com a presença de todos os atores da cena, inclusive pacientes que estavam aguardando atendimento e, em especial, de Leandro Boldrini e de Andressa Wagner.

Leandro Boldrini, pai de Bernardo e um dos quatro réus indiciados no processo envolvendo a morte do menino, poderá voltar pela terceira vez a Três Passos antes do julgamento que já foi definido pela Justiça e deverá acontecer no próximo ano. Desde que foi preso após a morte do filho em abril de 2014, o médico já veio duas vezes à cidade, uma ainda no ano passado para depor em um processo civil e a outra em maio deste ano para depor como réu no Caso Bernardo.

Ainda conforme o documento do MP, também, se os peritos responsáveis pela realização da referida reprodução entenderem pertinente, com a participação das pessoas que compareceram no consultório e na sala de atendimento depois da ocorrência do disparo de arma de fogo, tais como policiais, médicos, socorristas e peritos. Do mesmo modo, por se entender oportuno, requer-se que as perícias particulares (“laudo pericial de balística forense”) e (“análise criminal e caligráfica”), sejam encaminhadas aos peritos oficiais que realizarão o laudo relativo à reprodução simulada dos fatos, para o fim de que estes se manifestem, fundamentadamente, sobre as conclusões constantes nos laudos particulares.

A reabertura do inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo Boldrini foi determinada pelo poder judiciário em maio deste ano. Em 2010, Odilaine foi encontrada morta com um tiro dentro da clínica médica do marido, Leandro Boldrini, na cidade de Três Passos. A conclusão do inquérito indicou suicídio. Uma perícia particular, contratada por Jussara Uglione, mãe de Odilaine, apontou evidências de que a morte não se tratou de suicídio. A nova investigação foi prorrogada pela quarta vez e ainda não tem prazo de conclusão.

Entenda o Caso Odilaine

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010, em Três Passos. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.

Entenda o Caso Bernardo

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e irão a julgamento.


Fonte: Três Passos News

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