Boldrini deverá participar da simulação dos
fatos/Foto: Rodrigo Oliveira/Arquivo/TP News
A Polícia Civil já ouviu
pelo menos 40 pessoas e deve fazer nos próximos dias a reconstituição da morte
da mãe do menino Bernardo, em Três Passos. O delegado Marcelo Lech, responsável
pela nova investigação do caso, já solicitou ao Instituto-Geral de Perícias que
seja feita a reprodução simulada dos fatos.
Conforme documento do
Ministério Público, para o fim de confrontação da conclusão no sentido de que
havia terceira pessoa dentro da sala de atendimento, onde estariam, em tese,
apenas Leandro Boldrini e Odilaine Ugione, torna-se imperiosa a realização de
reprodução simulada dos fatos, com a presença de todos os atores da cena,
inclusive pacientes que estavam aguardando atendimento e, em especial, de
Leandro Boldrini e de Andressa Wagner.
Leandro Boldrini, pai de
Bernardo e um dos quatro réus indiciados no processo envolvendo a morte do
menino, poderá voltar pela terceira vez a Três Passos antes do julgamento que
já foi definido pela Justiça e deverá acontecer no próximo ano. Desde que foi
preso após a morte do filho em abril de 2014, o médico já veio duas vezes à
cidade, uma ainda no ano passado para depor em um processo civil e a outra em
maio deste ano para depor como réu no Caso Bernardo.
Ainda conforme o
documento do MP, também, se os peritos responsáveis pela realização da referida
reprodução entenderem pertinente, com a participação das pessoas que
compareceram no consultório e na sala de atendimento depois da ocorrência do
disparo de arma de fogo, tais como policiais, médicos, socorristas e peritos. Do
mesmo modo, por se entender oportuno, requer-se que as perícias particulares
(“laudo pericial de balística forense”) e (“análise criminal e caligráfica”),
sejam encaminhadas aos peritos oficiais que realizarão o laudo relativo à
reprodução simulada dos fatos, para o fim de que estes se manifestem,
fundamentadamente, sobre as conclusões constantes nos laudos particulares.
A reabertura do
inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo Boldrini foi determinada pelo poder
judiciário em maio deste ano. Em 2010, Odilaine foi encontrada morta com um
tiro dentro da clínica médica do marido, Leandro Boldrini, na cidade de Três
Passos. A conclusão do inquérito indicou suicídio. Uma perícia particular,
contratada por Jussara Uglione, mãe de Odilaine, apontou evidências de que a
morte não se tratou de suicídio. A nova investigação foi prorrogada pela quarta
vez e ainda não tem prazo de conclusão.
Entenda o Caso Odilaine
Conforme a polícia,
Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo,
Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010, em Três Passos. No inquérito
policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à
clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do
médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de
Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala
de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da
pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Já a defesa da família
Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo,
entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no
crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior
da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da
vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta
fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto,
que configuraria um fato novo.
Entenda o Caso Bernardo
Bernardo Uglione
Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias
depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen,
dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o
médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa,
identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia,
também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram
indiciados e irão a julgamento.
Fonte:
Três Passos News
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