Tricolor foi punido
pelo STJD por causa de racismo na partida contra o Santos
Presidente Fábio Koff testemunhou, mas auditores
optaram pela exclusão unanime
Crédito: Daniela Lameira / Site STJD / CP
Crédito: Daniela Lameira / Site STJD / CP
O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil. Em
julgamento na tarde desta quarta-feira, no Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD), o clube gaúcho foi punido por cinco votos a zero pelo caso
de racismo na partida contra o Santos pelas oitavas de final da competição.
Além da exclusão da competição, os cinco torcedores identificados estão
proibidos de entrar em qualquer praça desportiva onde o Grêmio atue pelo
período de dois anos.
O clube foi punido também em R$ 50 mil pelo caso de injúria racial e mais R$ 4 mil pelo atraso na entrada de campo e pelo arremesso de um rolo de papel higiênico no gramado da Arena. Depois de mais quatro horas de debate entre acusação e defesa, os advogados do Tricolor não conseguiram absolver o clube.
O advogado contratado pelo Grêmio, Michel Assef Filho, ressaltou que o Grêmio fez o possível para evitar a para prevenir que fatos como esses ocorressem e que os culpados foram denunciados pela polícia. Porém, a estratégia não teve efeito. “Penalizar quem está fazendo campanha contra esse tipo de comportamento é um absurdo. A defesa se sente confortável sim, tendo em vista toda a campanha que é desenvolvida pelo clube, e tendo em vista que o CBJD diz que os senhores poderão, não terão, que aplicar a pena, eu tenho sim toda tranquilidade de pedir absolvição do Grêmio. Caso vossas excelências não entendam, é óbvio que para se fazer justiça, tecnicamente, juridicamente, não se pode aplicar nada além das penas do parágrafo segundo do artigo 243-G. Enfim, venho requerer aqui aplicação de pena mínima e justiça por vossas excelências”, afirmou Assef Filho.
No entanto, os quatro auditores que participaram do julgamento seguiram o voto do relator, Francisco Pessanha, que pediu a exclusão, a multa de R$ 50 mil e a proibição dos torcedores de frequentarem jogos do Grêmio por 720 dias. "(O racismo) É uma erva daninha que está se espalhando pelo Brasil e que precisa ser exterminada logo no começo. A repercussão está longe de influir nos nossos juízos de valores", afirmou Pessanha durante o voto.
“Infelizmente, a sua torcida não conseguiu caminhar na mesma direção das campanhas feitas pela direção do clube. Sem contar com os antecedentes da torcida. Vamos separar a instituição da sua torcida, mas o caso é grave”, declarou o auditor Ivaney Cayres durante o voto que acompanhou o relator. “A coisa está crescendo e é muito grave, dentro da torcida do Grêmio”, afirmou Cayres, após lembrar a música pela morte de Fernandão no último Gre-Nal. Gustavo Teixeira, Ricardo Graiche e pelo auditor presidente da Terceira Comissão, Fabrício Dazzi acompanharam o relator.
O Grêmio promete recorrer ao Pleno do STJD. A Procuradoria analisa se também irá recorrer, a atitude permitiria ao Tribunal ampliar a pena. Caso contrário, a penalização somente poderá ser diminuída.
Entenda o caso
O caso de racismo ocorreu na última quinta-feira, quando as duas equipes se enfrentavam na Arena. As ofensas contra Aranha ocorreram já no final da partida, quando o Santos vencia o duelo por 2 a 0. Ao notar gritos ofensivos e observar que torcedores imitavam macacos, o goleiro santista se dirigiu ao árbitro Wilton Sampaio, que no primeiro momento entendeu o jogador estava ofendendo os torcedores.
Mais tarde, ao término da partida, Aranha explicou o que aconteceu e fez um desabafo. “A torcida pegar no pé é normal. Mas começaram com palavras racistas: 'Preto Fedido', 'Seu Preto', "Bando de Preto'. Até aí ainda estava me segurando. Aí quando começou aquele corinho de 'macaco'”, relatou. “Fizeram rápido e pouco, para não dar tempo de filmar. Eu pedi para o câmera filmar. Quando ele foi filmar, já tinha acontecido o negócio. Eu fico nervoso. Desculpa a palavra, eu fico p***”.
A partir do relato de Aranha, imagens das câmeras de TV flagraram uma torcedora gritar a palavra "macaco" em direção ao campo. Por conta do ato, a jovem de 23 anos foi hostilizada pelas redes sociais e teve seus dados pessoas divulgados na internet. No dia seguinte, o Ministério Público solicitou a abertura de inquérito policial e ela foi afastada do trabalho.
Na tarde de sexta-feira, o STJD ofereceu a denúncia contra o Grêmio e decidiu suspender a partida de volta contra o Santos pela Copa do Brasil. A corte esportiva tomou a decisão por uma das penas possíveis, caso o Tricolor seja considerado culpado, acarretaria na desclassificação do clube de qualquer maneira.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, concedeu entrevista coletiva depois que um novo canto que incluía o termo "macacada" foi entoado no jogo contra o Bahia, na Arena. O mandatário afirmou que a música foi executada para prejudicar o clube no STJD. A partir daí, o Tricolor decidiu suspender a torcida Geral por tempo indeterminado.
Depois de receber as imagens da partida, a Polícia Civil iniciou as investigações do caso e ouviu nessa terça-feira os primeiros depoimentos em relação ao episódio de racismo. Hoje, mais três torcedores, incluindo um dos líderes da Geral foram ouvidos na 4ª Delegacia de Polícia Civil e negaram participação no episódio de racismo.
O clube foi punido também em R$ 50 mil pelo caso de injúria racial e mais R$ 4 mil pelo atraso na entrada de campo e pelo arremesso de um rolo de papel higiênico no gramado da Arena. Depois de mais quatro horas de debate entre acusação e defesa, os advogados do Tricolor não conseguiram absolver o clube.
O advogado contratado pelo Grêmio, Michel Assef Filho, ressaltou que o Grêmio fez o possível para evitar a para prevenir que fatos como esses ocorressem e que os culpados foram denunciados pela polícia. Porém, a estratégia não teve efeito. “Penalizar quem está fazendo campanha contra esse tipo de comportamento é um absurdo. A defesa se sente confortável sim, tendo em vista toda a campanha que é desenvolvida pelo clube, e tendo em vista que o CBJD diz que os senhores poderão, não terão, que aplicar a pena, eu tenho sim toda tranquilidade de pedir absolvição do Grêmio. Caso vossas excelências não entendam, é óbvio que para se fazer justiça, tecnicamente, juridicamente, não se pode aplicar nada além das penas do parágrafo segundo do artigo 243-G. Enfim, venho requerer aqui aplicação de pena mínima e justiça por vossas excelências”, afirmou Assef Filho.
No entanto, os quatro auditores que participaram do julgamento seguiram o voto do relator, Francisco Pessanha, que pediu a exclusão, a multa de R$ 50 mil e a proibição dos torcedores de frequentarem jogos do Grêmio por 720 dias. "(O racismo) É uma erva daninha que está se espalhando pelo Brasil e que precisa ser exterminada logo no começo. A repercussão está longe de influir nos nossos juízos de valores", afirmou Pessanha durante o voto.
“Infelizmente, a sua torcida não conseguiu caminhar na mesma direção das campanhas feitas pela direção do clube. Sem contar com os antecedentes da torcida. Vamos separar a instituição da sua torcida, mas o caso é grave”, declarou o auditor Ivaney Cayres durante o voto que acompanhou o relator. “A coisa está crescendo e é muito grave, dentro da torcida do Grêmio”, afirmou Cayres, após lembrar a música pela morte de Fernandão no último Gre-Nal. Gustavo Teixeira, Ricardo Graiche e pelo auditor presidente da Terceira Comissão, Fabrício Dazzi acompanharam o relator.
O Grêmio promete recorrer ao Pleno do STJD. A Procuradoria analisa se também irá recorrer, a atitude permitiria ao Tribunal ampliar a pena. Caso contrário, a penalização somente poderá ser diminuída.
Entenda o caso
O caso de racismo ocorreu na última quinta-feira, quando as duas equipes se enfrentavam na Arena. As ofensas contra Aranha ocorreram já no final da partida, quando o Santos vencia o duelo por 2 a 0. Ao notar gritos ofensivos e observar que torcedores imitavam macacos, o goleiro santista se dirigiu ao árbitro Wilton Sampaio, que no primeiro momento entendeu o jogador estava ofendendo os torcedores.
Mais tarde, ao término da partida, Aranha explicou o que aconteceu e fez um desabafo. “A torcida pegar no pé é normal. Mas começaram com palavras racistas: 'Preto Fedido', 'Seu Preto', "Bando de Preto'. Até aí ainda estava me segurando. Aí quando começou aquele corinho de 'macaco'”, relatou. “Fizeram rápido e pouco, para não dar tempo de filmar. Eu pedi para o câmera filmar. Quando ele foi filmar, já tinha acontecido o negócio. Eu fico nervoso. Desculpa a palavra, eu fico p***”.
A partir do relato de Aranha, imagens das câmeras de TV flagraram uma torcedora gritar a palavra "macaco" em direção ao campo. Por conta do ato, a jovem de 23 anos foi hostilizada pelas redes sociais e teve seus dados pessoas divulgados na internet. No dia seguinte, o Ministério Público solicitou a abertura de inquérito policial e ela foi afastada do trabalho.
Na tarde de sexta-feira, o STJD ofereceu a denúncia contra o Grêmio e decidiu suspender a partida de volta contra o Santos pela Copa do Brasil. A corte esportiva tomou a decisão por uma das penas possíveis, caso o Tricolor seja considerado culpado, acarretaria na desclassificação do clube de qualquer maneira.
O presidente do Grêmio, Fábio Koff, concedeu entrevista coletiva depois que um novo canto que incluía o termo "macacada" foi entoado no jogo contra o Bahia, na Arena. O mandatário afirmou que a música foi executada para prejudicar o clube no STJD. A partir daí, o Tricolor decidiu suspender a torcida Geral por tempo indeterminado.
Depois de receber as imagens da partida, a Polícia Civil iniciou as investigações do caso e ouviu nessa terça-feira os primeiros depoimentos em relação ao episódio de racismo. Hoje, mais três torcedores, incluindo um dos líderes da Geral foram ouvidos na 4ª Delegacia de Polícia Civil e negaram participação no episódio de racismo.
Fonte: Correio do Povo
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