Ela e os quatro irmãos eram
violentados. "Que apodreça na cadeia", afirma.
Suspeitos são mãe deles, PM e esposa do militar, a única que está presa.
Suspeitos são mãe deles, PM e esposa do militar, a única que está presa.
"Não tinha escolha, minha mãe não
falava nada, só pedia para 'mim' (sic) não falar nada. Eu não vou perdoar a
minha mãe nunca. Que ela apodreça na cadeia, ela e ele, os dois",
desabafou na terça-feira (18) a adolescente de 15 anos que sofreu abuso sexual da mãe, de um policial militar e da
esposa dele, na cidade de Riachão das Neves, no oeste da Bahia. Mais quatro de
seus irmãos foram violentados pelo grupo.
A esposa do PM, que é pedagoga, é a única
dos suspeitos já presos. A mãe das vítimas e o policial militar estão
foragidos. Centenas de pessoas saíram às ruas da cidade em protesto emocionado
em prol dos irmãos, que têm 6, 9, 12, 14 e 15 anos.
A tia delas contou que a família ficou
horrorizada quando a sobrinha mais velha contou o que aconteceu. "Eu
peguei ela e levei para a casa do tio e ela começou a se abrir, falar que
estava sendo abusada, sofrendo, ela e os irmãos, e pediu ajuda para gente, para
que não deixasse mais ela voltar para a casa", descreveu.
Em 2013, a Secretaria de Direitos Humanos
recebeu 4.380 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Cerca
de 30 vítimas são atendidas por mês no Centro de Defesa da Criança e do
Adolescente (Cedeca), em Salvador.
Segundo os psicólogos, geralmente, esse
tipo de violência é cometido por alguém que está próximo da criança. Em 70% dos
casos, o agressor é o pai ou o padastro, o que dificulta que a criança conte
que está sendo violentada. Sinais emocionais como nervosismo, ansiedade,
agressividade e dificuldade de concentração, além de físicos como dores de
cabeça, dores de estômago, febre insistente e dificuldade de urinar podem
indicar que a criança está sendo abusada sexualmente.
"São indicadores que podem fazer com
que as pessoas comecem a observar melhor essa criança. O que está acontecendo?
O que mudou esse comportamento? A gente ajuda a essa pessoa ter uma forma mais
espontânea com técnicas projetivas, atividades lúdicas", conta a psicóloga
Natália Silva.
Investigação
De acordo com a polícia, os três formavam
uma espécie de triângulo amoroso e abusavam das crianças, todas filhas da
amante, em orgias. Diversos materiais pornográficos, inclusive com cenas de
sexo entre o trio e os menores, foram encontrados na residência do policial
militar e também em sua fazenda.
Segundo o delegado regional de Barreiras,
Carlos Freitas, os envolvidos já eram investigados por pedofilia. A polícia
teve a confirmação do fato quando a mãe das crianças precisou fazer uma viagem
a Brasília para acompanhar um parente doente e deixou as crianças na casa de
familiares. As vítimas acabaram confessando os abusos, que, segundo elas, aconteciam
há pelo menos cinco anos. Segundo a polícia, parte da família desconfiava da
situação e chegou a procurar o Conselho Tutelar e a Delegacia Regional de
Barreiras.
A polícia solicitou mandado de busca e
apreensão para ter acesso ao material produzido, antes mesmo de intimar os
envolvidos a prestar depoimento, com o objetivo de que o material não fosse
destruído.
Dentre os pertences apreendidos na casa do
policial estavam CDs, DVDs, revistas pornográficas, vibradores e pendrives. Não
foram encontradas provas em que o policial aparecesse praticando os atos, o que
não possibilitou a sua prisão de imediato. O material mais comprometedor seriam
fotos e vídeos dos atos, que devem estar nos HDs, CPUs e na câmera fotográfica,
apreendidos na fazenda.
No entanto, parte dos registros mostra que
as crianças eram obrigadas a assistir e algumas a participar de orgias
envolvendo, além do trio, outros homens e mulheres onde acontecia de tudo.
Segundo o delegado, o policial atuava na
cidade há 30 anos, não tinha conduta suspeita e estava prestes a se aposentar.
Dentre os menores, dois eram meninos e três meninas, com idades de cinco, seis,
nove, 12 e 13 anos. A última confessou ser abusada pelo trio desde os 10 anos
de idade.
Ao saber da apreensão dos materiais, a mãe
das crianças chegou a retornar de Brasília, onde estava, na terça-feira (11),
deixou as bagagens em casa e fugiu em um veículo não identificado. O policial
também conseguiu fugir. Todo o material apreendido foi enviado para ser
periciado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador.
Fonte:
Do G1 BA
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