Apedrejamento em residência no interior já mobilizou BM,
lideranças e pesquisadores
Acontecimentos incomuns presenciados na casa de uma família
moradora na zona rural de Caiçara têm impressionado as pessoas, e se tornado o
principal o assunto da cidade. Socos nas paredes, pedras de todos os tamanhos
que caem sobre o telhado e até dentro da casa, mesmo com portas e janelas
fechadas. O que, no início, foi visto com desconfiança, começa a ser
compreendido pela comunidade como uma possível manifestação sobrenatural.
Valdir Marchioro, morador da comunidade onde aconteceram as
primeiras manifestações do fenômeno, em uma das noites em que as pedras caíram,
relata que tentou ajudar acolhendo a família na sua casa, para que pudessem ter
uma noite de sossego. “No que eu tirei o cadeado do portão, e eles foram
entrando no pátio, as pedras começaram a cair no telhado lá de casa”. O vizinho
então os levou à escola da comunidade, onde passaram a noite sem a ocorrência
de nova manifestação.
A cabeleireira e amiga da família, Zilda Roggia, contou que,
devido aos acontecimentos, tem ido até a casa fazer orações e confortar os
moradores, e tem ouvido histórias surpreendentes. “Eles me contaram que a
mulher estava fazendo pão, e uma pedra caiu dentro da forma, mesmo com todas as
portas e janelas fechadas. Na segunda-feira, 10, caíram muitas pedras, que
inclusive atingiram os membros da família. Uma faca voou sozinha, ovos caíram,
uma chaleira de água saltou do fogão e uma das pedras atingiu o forno elétrico,
estourando a porta de vidro”, relatou a cabeleireira.
Polícia presenciou manifestações
Na quarta-feira, 5, a Brigada Militar de Caiçara foi acionada
para atender uma ocorrência de apedrejamento no interior do município. Ao solicitar
atendimento policial até o local foi relatado que havia pessoas dando socos nas
janelas e jogando pedras no telhado, mas que não achavam ninguém. A polícia fez
a averiguação e não encontrou nenhuma pessoa nos arredores da propriedade.
Na quinta-feira, 6, as pedras começaram a cair sobre a casa
ainda durante o dia, e a Brigada foi acionada novamente. De acordo com o
sargento João Carlos Aquino, os policiais foram até a propriedade na noite de
quarta-feira e ainda na quinta-feira, durante o dia e também à noite. “Nós
estivemos lá procurando nos milharais, no meio do mato, subimos um cerro
próximo a casa, em todos os locais onde alguém poderia estar escondido para
atirar as pedras. Não encontramos ninguém, e as pedras não paravam de cair”,
conta Aquino. O sargento afirma que não era possível ver exatamente de onde as
pedras vinham. “Só se ouvia o barulho do impacto e, em seguida, já víamos as
pedras caídas no chão”, acrescenta.
O soldado da polícia militar, Marcos Cleber Paloschi, também
esteve na propriedade, por duas vezes, enquanto os fenômenos aconteciam. A
segunda vez foi na quinta-feira, 6, por volta de meia-noite, quando o policial
presenciou a “chuva de pedras”, que se estendeu até as 3 horas da manhã de
sexta-feira, 7. “Eu comecei a procurar ao redor para ver se encontrava algo,
mas as pedras caíam de todos os lados. O mais incrível era que nenhuma caía
fora da casa, todas no telhado”, relata o soldado.
Paloschi conta que ficou desesperado, porque via aquilo
acontecer, mas não conseguia encontrar uma explicação lógica para o que
ocorria. “Eram pedras de todos os tamanhos, grandes, pequenas. Quando eu estava
num lado da casa, elas vinham do outro”, descreve Paloschi.
Ainda sobre o fenômeno, o sargento Aquino complementa: “sou
católico e a gente não acredita nessas coisas. Eu já vi de tudo, mas nada
parecido com o que aconteceu naquela casa. A polícia não tem mais o que fazer”.
Por isso, no relatório do registro de atendimento feito pela Brigada Militar
consta que foi aconselhado à família que buscasse meios religiosos.
Em virtude dos acontecimentos, diversas correntes religiosas têm
entrado em contato com os moradores da casa, com o objetivo de auxiliá-los. A
reportagem do jornal O Alto Uruguai conversou com pároco da cidade, Gelson
Natal Franceschi, que esteve com a família. Ele afirmou que não irá emitir
nenhum juízo sobre o caso até que uma equipe multidisciplinar analise a
situação.
O que diz a médium
Para ajudar a desvendar o que está acontecendo em Caiçara, Zilda
Roggia levou a família até a casa da reikiana Nair Calegari Pagno, que é
médium. Em conversa com a equipe do AU, Nair esclareceu que alguns membros
dessa família têm um dom paranormal, em especial, uma pessoa que tem uma força
muito grande. “Mas nem essa pessoa sabe que tem esse poder, porque é o
inconsciente que faz isso”. A médium afirma que esse integrante tem uma
paranormalidade e a sua energia está muito desequilibrada. Por isso, ela não
sabe controlar esse poder. “Provavelmente, esse indivíduo que tem essa
paranormalidade avançada, que até move pedras, é alguém que já sofreu muito”,
acredita a reikiana.
Paranormalidade
A parapsicóloga Kleyde Guimarães, do Rio de Janeiro, que tomou
conhecimento do caso através da médium frederiquense, esclarece que a
parapsicologia estuda fenômenos dessa natureza, semelhantes ao que tem
acontecido no interior de Caiçara. “É importante destacar que a parapsicologia
é uma ciência e, como toda a ciência, é estudada, pesquisada e comprovada. Não
é nada religioso”, frisa a parapsicóloga.
Kleyde explica que a paranormalidade é um potencial da mente
humana, uma energia controlada pelo subconsciente. É uma manifestação que
algumas pessoas desenvolvem por questões hereditárias ou por intensos
sofrimentos. “O nosso subconsciente registra todas as experiências da
nossa vida, desde a nossa concepção. Tudo o que é bom e o que não é fica
registrado, e isso pode desencadear esses eventos paranormais”, afirma a
parapsicóloga.
Para Kleyde, de acordo com o que foi relatado a ela sobre o caso
de Caiçara, o ideal seria que a família fizesse um tratamento parapsicológico
para identificar quem desse grupo desenvolveu essa paranormalidade e está em
profunda desarmonia e sofrimento. “Essa pessoa desconhece a ação da energia
mental dela, e é algo tão forte que, mesmo desconhecendo isso, ela consegue até
provocar essas pedradas”, conta a parapsicóloga, que reafirma: “é preciso
deixar claro que essa pessoa não sabe. É o subconsciente, que tem uma reação
aos registros de sofrimento e de insegurança”.
O prefeito de Caiçara, Zílio Roggia afirmou que o município está
procurando apoiar os envolvidos através do acompanhamento de uma assistente
social e uma psicóloga. Ainda no dia 14, o AU recebeu a informação
extra-oficial de que um parapsicólogo do município de Santo Augusto se
disponibilizou a ajudar e poderá se deslocar até Caiçara para atender o casal e
seus filhos.
Fonte: Samantha Schreiber | Jornal O Alto uruguai
18/02/2014 15:08
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