quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Caiçara: Eventos podem ser fenômenos paranormais

Apedrejamento em residência no interior já mobilizou BM, lideranças e pesquisadores



Acontecimentos incomuns presenciados na casa de uma família moradora na zona rural de Caiçara têm impressionado as pessoas, e se tornado o principal o assunto da cidade. Socos nas paredes, pedras de todos os tamanhos que caem sobre o telhado e até dentro da casa, mesmo com portas e janelas fechadas. O que, no início, foi visto com desconfiança, começa a ser compreendido pela comunidade como uma possível manifestação sobrenatural.

Valdir Marchioro, morador da comunidade onde aconteceram as primeiras manifestações do fenômeno, em uma das noites em que as pedras caíram, relata que tentou ajudar acolhendo a família na sua casa, para que pudessem ter uma noite de sossego. “No que eu tirei o cadeado do portão, e eles foram entrando no pátio, as pedras começaram a cair no telhado lá de casa”. O vizinho então os levou à escola da comunidade, onde passaram a noite sem a ocorrência de nova manifestação.

A cabeleireira e amiga da família, Zilda Roggia, contou que, devido aos acontecimentos, tem ido até a casa fazer orações e confortar os moradores, e tem ouvido histórias surpreendentes. “Eles me contaram que a mulher estava fazendo pão, e uma pedra caiu dentro da forma, mesmo com todas as portas e janelas fechadas. Na segunda-feira, 10, caíram muitas pedras, que inclusive atingiram os membros da família. Uma faca voou sozinha, ovos caíram, uma chaleira de água saltou do fogão e uma das pedras atingiu o forno elétrico, estourando a porta de vidro”, relatou a cabeleireira.

Polícia presenciou manifestações

Na quarta-feira, 5, a Brigada Militar de Caiçara foi acionada para atender uma ocorrência de apedrejamento no interior do município. Ao solicitar atendimento policial até o local foi relatado que havia pessoas dando socos nas janelas e jogando pedras no telhado, mas que não achavam ninguém. A polícia fez a averiguação e não encontrou nenhuma pessoa nos arredores da propriedade.

Na quinta-feira, 6, as pedras começaram a cair sobre a casa ainda durante o dia, e a Brigada foi acionada novamente. De acordo com o sargento João Carlos Aquino, os policiais foram até a propriedade na noite de quarta-feira e ainda na quinta-feira, durante o dia e também à noite. “Nós estivemos lá procurando nos milharais, no meio do mato, subimos um cerro próximo a casa, em todos os locais onde alguém poderia estar escondido para atirar as pedras. Não encontramos ninguém, e as pedras não paravam de cair”, conta Aquino. O sargento afirma que não era possível ver exatamente de onde as pedras vinham. “Só se ouvia o barulho do impacto e, em seguida, já víamos as pedras caídas no chão”, acrescenta.

O soldado da polícia militar, Marcos Cleber Paloschi, também esteve na propriedade, por duas vezes, enquanto os fenômenos aconteciam. A segunda vez foi na quinta-feira, 6, por volta de meia-noite, quando o policial presenciou a “chuva de pedras”, que se estendeu até as 3 horas da manhã de sexta-feira, 7. “Eu comecei a procurar ao redor para ver se encontrava algo, mas as pedras caíam de todos os lados. O mais incrível era que nenhuma caía fora da casa, todas no telhado”, relata o soldado.

Paloschi conta que ficou desesperado, porque via aquilo acontecer, mas não conseguia encontrar uma explicação lógica para o que ocorria. “Eram pedras de todos os tamanhos, grandes, pequenas. Quando eu estava num lado da casa, elas vinham do outro”, descreve Paloschi.

Ainda sobre o fenômeno, o sargento Aquino complementa: “sou católico e a gente não acredita nessas coisas. Eu já vi de tudo, mas nada parecido com o que aconteceu naquela casa. A polícia não tem mais o que fazer”. Por isso, no relatório do registro de atendimento feito pela Brigada Militar consta que foi aconselhado à família que buscasse meios religiosos.

Em virtude dos acontecimentos, diversas correntes religiosas têm entrado em contato com os moradores da casa, com o objetivo de auxiliá-los. A reportagem do jornal O Alto Uruguai conversou com pároco da cidade, Gelson Natal Franceschi, que esteve com a família. Ele afirmou que não irá emitir nenhum juízo sobre o caso até que uma equipe multidisciplinar analise a situação.

O que diz a médium

Para ajudar a desvendar o que está acontecendo em Caiçara, Zilda Roggia levou a família até a casa da reikiana Nair Calegari Pagno, que é médium. Em conversa com a equipe do AU, Nair esclareceu que alguns membros dessa família têm um dom paranormal, em especial, uma pessoa que tem uma força muito grande. “Mas nem essa pessoa sabe que tem esse poder, porque é o inconsciente que faz isso”. A médium afirma que esse integrante tem uma paranormalidade e a sua energia está muito desequilibrada. Por isso, ela não sabe controlar esse poder. “Provavelmente, esse indivíduo que tem essa paranormalidade avançada, que até move pedras, é alguém que já sofreu muito”, acredita a reikiana.

Paranormalidade

A parapsicóloga Kleyde Guimarães, do Rio de Janeiro, que tomou conhecimento do caso através da médium frederiquense, esclarece que a parapsicologia estuda fenômenos dessa natureza, semelhantes ao que tem acontecido no interior de Caiçara. “É importante destacar que a parapsicologia é uma ciência e, como toda a ciência, é estudada, pesquisada e comprovada. Não é nada religioso”, frisa a parapsicóloga.

Kleyde explica que a paranormalidade é um potencial da mente humana, uma energia controlada pelo subconsciente. É uma manifestação que algumas pessoas desenvolvem por questões hereditárias ou por intensos sofrimentos.  “O nosso subconsciente registra todas as experiências da nossa vida, desde a nossa concepção. Tudo o que é bom e o que não é fica registrado, e isso pode desencadear esses eventos paranormais”, afirma a parapsicóloga.

Para Kleyde, de acordo com o que foi relatado a ela sobre o caso de Caiçara, o ideal seria que a família fizesse um tratamento parapsicológico para identificar quem desse grupo desenvolveu essa paranormalidade e está em profunda desarmonia e sofrimento. “Essa pessoa desconhece a ação da energia mental dela, e é algo tão forte que, mesmo desconhecendo isso, ela consegue até provocar essas pedradas”, conta a parapsicóloga, que reafirma: “é preciso deixar claro que essa pessoa não sabe. É o subconsciente, que tem uma reação aos registros de sofrimento e de insegurança”.

O prefeito de Caiçara, Zílio Roggia afirmou que o município está procurando apoiar os envolvidos através do acompanhamento de uma assistente social e uma psicóloga. Ainda no dia 14, o AU recebeu a informação extra-oficial de que um parapsicólogo do município de Santo Augusto se disponibilizou a ajudar e poderá se deslocar até Caiçara para atender o casal e seus filhos.







Fonte: Samantha Schreiber | Jornal O Alto uruguai
18/02/2014 15:08

Nenhum comentário:

Postar um comentário