sexta-feira, 6 de abril de 2012

'Ele é capaz de uma loucura', diz irmão de sequestrador em MG

Sequestro de Sarita Marques Batista já dura sete dias (Foto: Reprodução/TV Integração)
  Sequestro de Sarita Marques Batista já dura sete dias (Foto: Reprodução/TV Integração)


     O sequestro de Sarita Marques Batista, de 14 anos, completou nesta sexta-feira (6) uma semana. Cerca de 100 policias fazem revezamento durante o dia e a noite nos trabalhos de busca em São Roque de Minas, uma cidade de quase 7 mil habitantes no Centro-Oeste de MG.

     Familiares e moradores da região passam horas nas ruas e na porta da delegacia à espera de uma notícia. A polícia acredita que o cativeiro seja na Serra da Canastra, em uma área com cerca de 200 mil hectares. Um helicóptero também é usado nas buscas. Uma equipe antissequestro de Belo Horizonte está a frente do caso.

     A adolescente foi levada na última sexta-feira (30) pelo próprio primo Lindair Marques, de 32 anos. Ele é conhecido da polícia por praticar furtos e roubos na região. Atualmente, ele está em liberdade condicional. O pai dela, Antônio Batista Sobrinho, de 80 anos, é ex-prefeito da cidade e estava com a mulher e as duas filhas quando Lindair chegou à fazenda da família. Eles foram amarrados e trancados em um cômodo da casa e foram ameaçados de morte, segundo a Polícia Militar. Sarita teria se oferecido para ir com o sequestrador para poupar a vida da família.

     O sequestrador fez contato por meio de uma rádio da cidade por duas vezes. No domingo (1º), ele disse ao vivo que entregaria Sarita. Na segunda ligação, feita no dia seguinte, ele exigiu que as Polícias Civil e Militar deixassem o caso em troca da liberdade da refém. O pedido foi acatado pela polícia, mas Lindair não cumpriu o prometido e não voltou a fazer novo contato.

     Nas ruas da pacata cidade, familiares de Lindair também esperam o desfecho da história. Eles acompanham de perto todo o sofrimento. Para um irmão do sequestrador, Joel Marques, Lindair é um homem calmo, mas pode se alterar em situação de pressão. “Ele tem coragem de qualquer coisa. Mas só que, para fazer isso, tem que se sentir acusado. Se ele sentir medo aí sim é perigoso fazer uma besteira, uma loucura", afirmou.

O sequestrador

     De origem humilde, o autor do crime frequentou a escola por apenas um ano. É analfabeto e foi preso várias vezes. A esposa dele, Lenilda Marques, com quem tem 3 filhos, disse que ele é um pai dedicado, mas relata que já teve arma. “Ele chegou em casa com uma arma de fogo e mostrou  para meu filho. Falou que era para matar a polícia, caso fosse atrás dele. Não pensei jamais que ele teria essa atitude", contou.

     Caçula de 9 irmãos, Lindair conviveu pouco com o pai, que cometeu suicídio quando o menino tinha apenas 2 anos. Posteriormente, outros três irmãos morreram do mesmo jeito. O histórico familiar chama a atenção da polícia. “É preocupante, mas não acreditamos que ele seja capaz de matar a menina", disse o investigador Marco Aurélio Matos.

     Um primo de Lindair, suspeito de participação, foi preso no primeiro dia do sequestro. De acordo com a polícia, ele iria pegar o resgate supostamente a pedido do sequestrador. No entanto, na delegacia, ele negou que sabia do sequestro. Durante a semana, ele foi ouvido novamente e mais uma vez negou envolvimento no crime.

Fonte: Andréia Candido / Do G1 Triângulo Mineiro

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