Caixão de soldado foi carregado por colegas
Crédito: Tarsila Pereira
Crédito: Tarsila Pereira
O sepultamento do salva-vidas Marcelo Braz Gomes, de 37 anos, que morreu na manhã de sábado ao cair da guarita 174 do balneário de Salinas, onde trabalhava há quase 14 anos, foi acompanhado por centenas de pessoas da comunidade e da Brigada Militar, no Cemitério Municipal de Cidreira, na tarde deste domingo. Ele ingressou na corporação em 1994 para realizar o sonho de ser bombeiro e ajudar as pessoas.
Gomes foi lembrado pelos veranistas e moradores de Cidreira como um profissional dedicado, que juntou recursos e materiais para construir a guarita em que trabalhava. O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Roberto Abreu, compareceu ao sepultamento e lamentou a perda. “Ele tinha um excelente comportamento. Era um profissional muito dedicado”, afirmou.
A cerimônia teve honras militares com salva de apitos e um momento de silêncio. Um representante de cada balneário acompanhou os atos fúnebres. Muitos deles choraram com a passagem do caixão. O corpo do salva-vidas foi conduzido em um caminhão de bombeiros da funerária Litoral até o cemitério. Durante o trajeto, dezenas de carros formaram uma fila de mais de dois quilômetros.
Gomes, que não tinha filhos, deixa a mulher Josiane, que não conseguiu conter a emoção por nenhum momento. Ao lado do caixão, pouco antes do sepultamento, a atendente se despediu do marido, chorando, e dizendo: “Meu amor, eu nunca mais vou te ver. Meu marido querido.”
O colega de guarita, Mauro Miranda, que estava com Gomes na hora em que ele morreu, preferiu seguir trabalhando. “Acho que assim consigo lidar melhor com isso”, contou. Miranda disse que o companheiro de trabalho se desequilibrou quando foi descer da guarita e morreu ao bater com a cabeça na areia. “Desci correndo, mas não tinha o que fazer”, lembrou.
No local da morte, dezenas de pessoas fizeram uma oração na manhã deste domingo. Na frente da guarita, flores brancas foram deixadas pelos colegas. Uma bandeira preta também está amarrada na estrutura para lembrar o luto. O mesmo símbolo foi colocado em diversas outras guaritas do Litoral Norte. A Brigada Militar deve abrir uma sindicância para avaliar as circunstâncias da morte. Já que o soldado morreu em serviço, pode ser promovido a sargento.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
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