Créditos: João Victor
Lopes/Rádio Uirapuru
Recentemente, a Rádio
Uirapuru noticiou que a cidade de Água Santa, distante 53 quilômetros de Passo
Fundo, está vivendo dias e noites de terror. Emboscadas a tiros, brigas com
facadas, pedradas e incêndios de casas viraram rotina entre grupos de índios
que vivem no município.
Segundo informações, as
desavenças opõem dois grupos de caingangues da aldeia Carreteiro, uma área de
104 hectares, no interior da cidade. Um deles é liderado pelo cacique Getúlio
Daniel e o outro por ex-aliados dele. O estopim foi quando uma turma de
dissidentes se rebelou e acabaram expulsos da aldeia.
Nesta quinta-feira (27),
cerca de 40 famílias que deixaram a área indígena vieram até Passo Fundo e
realizaram um protesto pacífico em frente a Delegacia da Polícia Federal para
solicitar apoio por parte das autoridades. A Polícia Federal já está,
inclusive, investigando se a discórdia foi motivada por arrendamentos de terras
e indicações de cargos nas escolas e postos de saúde próximos. Um inquérito foi
concluído e entregue à Justiça Federal.
Em entrevista na
Uirapuru, José Daniel, um dos líderes das famílias que estavam protestando,
afirmou que os fatos estão acontecendo há mais de 54 dias. Segundo ele, há
atualmente uma organização criminosa dentro da aldeia Carreteiro, que chegou a
atacar famílias, atirar contra pessoas e casas. Por isso, para não correr o
risco de perder vidas, eles resolveram deixar a área.
Segundo José, o atual
líder indígena não aceitou uma maior distribuição de terras e também tem o
desejo de ser cacique da aldeia, porém, a maioria não o aceita desempenhando
esse papel. Devido a isso, o homem contratou pessoas de fora para atacar as
pessoas que residiam no local.
Ainda de acordo com José,
as famílias que deixaram a aldeia estão vivendo de doações, porque tudo que
tinham ficou onde moravam.
O protesto foi feito para
que o problema seja resolvido o mais rápido possível. Além da Polícia Federal,
as famílias também pediram ajuda para o Ministério Público e para a Funai. O
líder indígena espera que investigações mais profundas sejam feitas e eles
possam voltar aos seus lares e suas vidas de forma normal o quanto antes.
Por Gabriel Nunes
Rádio Uirapuru | Passo
Fundo
Fotos: João Victor
Lopes/Rádio Uirapuru
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