O Ministério Público apresentou, nesta
terça-feira, 08, denúncia por tentativa de homicídio duplamente qualificado por
dolo eventual contra o vereador de Caçapava do Sul, Jerre Alex Vargas Nunes (o
Alex do Táxi), o presidente da Associação dos Taxistas da cidade, Irivelto de
Jesus Machado Moreira, e os taxistas Alesson Dias Nunes, Felipe dos Santos
Moreira, Mateus de Jesus Lopes Garcia, Maikon Mateus Ilha Marques, Rafael Silva
Lopes, Marcelo Fernandes Leão, Mário Sérgio Chaves Marques, Jonatan Rafael Hoffmann
dos Santos, Douglas Bitencourt dos Santos e Elton Alves da Silva. Conforme as
investigações, eles tentaram matar, por motivo torpe e mediante emboscada, o
motorista de aplicativo Oilson Ricardo Gomes Alvares, somente não se consumando
o crime por circunstâncias alheias à suas vontades. Eles também são denunciados
por associação criminosa. Alex do Táxi, Alesson Dias Nunes, Irivelto Moreira e
Felipe dos Santos Moreira estão presos no Presídio Estadual de Caçapava do Sul.
CRIME PREMEDITADO
De acordo com a denúncia, assinada pelo
promotor Diogo Taborda, o ataque a Oilson foi previamente organizado em
diversas reuniões ocorridas no ponto de táxi da rodoviária entre Alex do Táxi,
Irivelto Moreira e outros taxistas. Alex do Táxi foi quem dirigiu a atividade dos
demais. Foi ele quem tomou a iniciativa de executar, naquele momento, a
emboscada planejada contra a vítima.
No dia 11 de setembro deste ano, às 20h20, em
um estacionamento de Caçapava do Sul, Oilson Alvares foi ao local para apanhar
um passageiro. Menos de um minuto depois, chegam Alex do Táxi, Mateus de Jesus
Lopes, Rafael Silva Lopes, Felipe dos Santos Moreira e Maikon Mateus Ilha
Marques em um táxi. A câmera de vigilância do estacionamento Mateus, Rafael,
Felipe e Maikon aparecem colocando máscaras no rosto. Marcelo Fernandes Leão e
Douglas Bitencourt dos Santos ingressaram a pé no local e também aparecem nas
imagens cobrindo o rosto. Segundos depois, chega outro veículo com Mário Sérgio
Chaves Marques, que estaciona atrás do táxi. Elton Alves da Silva ingressou
logo na sequência, a pé, seguido de Jonatan Rafael Hoffmann dos Santos,
correndo.
ATAQUE EM CONJUNTO
Parte dos denunciados ficou na entrada da
garagem para impedir que a vítima pudesse fugir do local, enquanto que Alex do
Táxi, Alesson Dias Nunes (filho de Alex) foram os primeiros a abordar Oilson.
Às 20h21, Alex deu uma gravata no pescoço dele e o retirou de dentro do
veículo, enquanto que os demais denunciados cercaram o carro. Em seguida, Alex
deu um chute na cabeça da vítima, e todos os outros passaram a agredi-la com
chutes e socos, já com ela caída ao chão.
Um minuto depois, às 20h22, os denunciados
começaram a sair do local, pois o responsável pela garagem gritou para que
parassem e que iria chamar a Brigada Militar. Em virtude de um chute na nuca,
Oilson desmaiou e voltou a si por volta de 15 minutos depois, quando o Samu
chegou ao local. O motorista de aplicativo só não faleceu porque recebeu
atendimento médico eficaz. Mesmo após a agressão, Oilson continuou sendo
ameaçado pelos taxistas.
O Ministério Público entendeu que o crime
ocorreu por motivo torpe, visto que os denunciados, na condição de taxistas,
objetivavam intimidar, ameaçar e impedir que o serviço de Uber fosse prestado
na cidade. Também agiram de emboscada, pois organizavam havia dias a
estratégia. Nesse sentido, Alesson Dias Nunes foi quem adquiriu parte das
toucas ninja utilizadas. Três delas foram apreendidas na residência de Irivelto
Moreira e Felipe dos Santos Moreira. Outra touca e três máscaras foram
encontradas na residência de uma familiar de Alesson Dias Nunes.
Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Sul
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