Presidentes haviam destacado aproximação dos
países em encontro no meio do ano
O governo dos Estados Unidos se recusou a
endossar a tentativa do Brasil de ingressar na Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), marcando uma reversão após meses de apoio
público das principais autoridades, incluindo o presidente Donald Trump.
A negativa – dada a uma proposta apresentada pelo secretário-geral da
OCDE, Angel Gurría, de discutir a inclusão de um bloco de seis novos países na
organização, que teria ainda nações europeias – foi divulgada primeiramente
pela Bloomberg. O secretário de Estado Michael Pompeo rejeitou um pedido para
discutir mais ampliações do clube dos países mais ricos e acrescentou que
Washington apenas apoiou as ofertas de membros da Argentina e da Romênia.
Segundo fontes, tal medida se dá considerando o
"critério cronológico", uma vez que esses países apresentaram o
pedido antes de outros, inclusive do Brasil, que formalizou sua intenção em
maio de 2017. Além disso, pesam os esforços de reforma econômica e o
compromisso com o livre mercado, disse um alto funcionário dos EUA,
recusando-se a ser identificado porque a pessoa não está autorizada a discutir
deliberações políticas internas em público. "Os EUA continuam a preferir o
alargamento a um ritmo que leva em consideração a necessidade de pressionar
pelo planejamento de governança e sucessão", havia afirmado Pompeo na
carta enviada a Gurría.
Apesar de Trump ter prometido apoiar a adesão
brasileira ao bloco, pretendida pelo presidente Jair Bolsonaro, os EUA são
contra uma ampliação maior da organização e têm se posicionado de forma
contrária as ações do secretário-geral. A avaliação das fontes é que a questão
pode se resolver no ano que vem, quando está prevista a escolha de um novo
secretário-geral, e que, nesse momento, poderia haver o apoio formal dos EUA à
entrada do Brasil na OCDE.
Em março, em
visita de Bolsonaro aos EUA, Trump apoiou o início do processo de adesão do
Brasil para se tornar membro pleno da OCDE. Em troca do aceno, Bolsonaro fez concessões unilaterais,
como dispensar a exigência de visto a norte-americanos, e começou a renunciar a
tratamentos especiais destinados a países em desenvolvimento em negociações com
a Organização Mundial do Comércio (OMC), etapa necessária para a adesão.
O apoio dos EUA à Argentina e à Romênia ocorre em
um momento em que os dois estão passando por convulsões políticas. No primeiro,
o liberal Mauricio Macri enfrenta uma batalha contra o tempo e as urnas para
buscar sua reeleição no final deste mês, apesar de ter perdido votação primária
por 16 pontos percentuais em agosto para o candidato peronista Alberto
Fernández. Já a nação europeia perdeu seu terceiro primeiro-ministro
nesta quinta-feira – o governo foi deposto em um voto de confiança do
Parlamento.
Endosso
Em maio havia expectativa do governo brasileiro
de que o apoio ao País fosse formalizado em uma reunião da OCDE, o que não
ocorreu. Em declaração oficial, o governo dos EUA disse que o endosso ao Brasil
seria mantido. No fim do mês, o secretário-geral da OCDE chegou a dizer que os
EUA teriam formalizado o apoio ao Brasil. "Temos uma posição diferente
sobre o Brasil agora", disse, sem dar mais detalhes.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações
Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o Brasil está pronto para integrar a
OCDE. "Estamos vivendo uma extraordinária abertura econômica. Estamos
prontos para integrar a OCDE. Nós e o setor privado acreditamos que isso será
chave para o desenvolvimento do Brasil", disse o ministro, durante o Fórum
de Investimentos Brasil 2019.
A
Organização
A OCDE é uma organização internacional de 36
países que aceitam os princípios da democracia representativa e da economia de
mercado, que procura fornecer uma plataforma para comparar políticas
econômicas, solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e
internacionais. A maioria dos membros da OCDE é composta por economias com um
elevado PIB per capita e Índice de Desenvolvimento Humano. A sede da OCDE é
localizada no Château de la Muette em Paris, França.
Países membros:
Austrália
Áustria
Bélgica
Canadá
Chile
República Checa
Dinamarca
Estônia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Islândia
Irlanda
Israel
Itália
Japão
Coreia do Sul
Letônia
Lituânia
Luxemburgo
México
Holanda
Nova Zelândia
Noruega
Polônia
Portugal
Eslováquia
Eslovênia
Espanha
Suíça
Suécia
Turquia
Reino Unido
Estados Unidos
Áustria
Bélgica
Canadá
Chile
República Checa
Dinamarca
Estônia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Islândia
Irlanda
Israel
Itália
Japão
Coreia do Sul
Letônia
Lituânia
Luxemburgo
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Nova Zelândia
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Espanha
Suíça
Suécia
Turquia
Reino Unido
Estados Unidos
Por Correio
do Povo e AE
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