Manifestantes ligados à Conferência Nacional
Indígena do Equador invadiram Assembleia nesta terça-feira
Manifestantes ligados à Conferência Nacional Indígena
do Equador (Conaie) chegaram a invadir nesta terça-feira, o prédio da
Assembleia Nacional em Quito, horas depois de o presidente Lenín Moreno
transferir a capital para Guayaquil, na Costa do país. Os indígenas, uma das
principais forças políticas do Equador, tomaram o edifício aos gritos de
"Fora, Moreno!" Eles foram retirados do prédio pouco depois. O prédio
foi invadido depois de os manifestantes romperem grades de proteção que
envolviam a entrada principal da assembleia. Mais de 10 mil pessoas se concentram
em Quito à espera de uma grande manifestação amanhã contra o presidente.
Os
líderes da Conaie pediram que os manifestantes, muitos deles jovens, não entrem
em confronto com a polícia. Houve disparo de bombas de gás lacrimogêneo,
segundo testemunhas. A polícia cerca o quarteirão onde fica a assembleia.
Diante da chegada à capital do país de milhares de indígenas que rejeitam o fim
dos subsídios decretado pelo governo e a consequente alta do preço dos
combustíveis, Moreno decidiu transferir a sede do governo, com base no estado
de exceção decretado na quinta-feira para tentar sufocar a rebelião social. Com
a medida - que a princípio foi decretada por 60 dias, mas que a Corte
Constitucional restringiu para apenas 30 -, os militares foram enviados às ruas
e o governo pode restringir direitos e impor censura prévia à imprensa.
A Corte explicou que as medidas de limitação e
suspensão de direitos estabelecidas no decreto de exceção serão aplicadas com
relação à "liberdade de associação, reunião e livre trânsito", assim
como nas requisições consideradas necessárias pelo Estado. Presidente acusa
Moreno de golpe Moreno acusou seu antecessor e antigo aliado Rafael Correa -
que mora na Bélgica - e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de querer
desestabilizar seu governo. "O sátrapa do Maduro ativou com Correa seu
plano de desestabilização", afirmou Moreno em um discurso na rede nacional
de rádio e TV.
Ao lado de seu vice-presidente, Otto
Sonnenholzner, e do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, Moreno disse que Correa
e vários de seus ex-colaboradores viajaram "ao mesmo tempo, há poucas
semanas, para a Venezuela", e colocou em dúvida que tenha sido uma
"coincidência". Moreno também chamou os "correístas" de
corruptos e afirmou que "estão por trás desta tentativa de golpe de
Estado, com o uso e instrumentalização de alguns setores indígenas,
aproveitando sua mobilização para saquear e destruir".
Por AE
Correio do Povo
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