Nesta quarta, representantes da entidade se
reunirão com o governador Eduardo Leite
* Com informações do repórter Lucas Rivas, da Rádio Guaíba
A presidente do Cpers, Helenir Schürer, garantiu
nesta terça-feira que professores e entidades representadas pelo sindicato
entrarão em paralisação após o protocolo na Assembleia Legislativa dos projetos
do governo do Rio Grande do Sul para reestruturar o funcionalismo. "Já
temos uma decisão. E a greve vai ser o espaço de tempo necessário para nos
aprofundarmos, estudarmos, apresentarmos contra-proposta ou nos manifestarmos
totalmente contra", explicou a professora, que estima que, 72 horas após o
início, será feita uma discussão sobre que rumo seguir.
Os pilares da reforma
apresentada pelo governador Eduardo Leite, ontem, são alterações nas chamadas vantagens temporais, em
gratificações, no plano de carreira do magistério e na previdência.
Nesta quarta, às 14h, representantes da entidade
participam de reunião com o chefe do Executivo para debater a questão.
"Vamos poder esclarecer tudo. Tenho muitas dúvidas sobre o que foi
proposto. O que eu conheço até agora é o que foi divulgado na imprensa. Quero
ver na íntegra para fazermos uma avaliação serena", disse. "Esperamos
que tenhamos início de um diálogo de construção, mas também temos o compromisso
de, assim que recebermos uma proposta, enviá-la para a base de nossa categoria.
É com ela que queremos discutir para nos posicionarmos", completou.
Uma das propostas é manter níveis, de acordo com
a formação dos professores: ensino médio, licenciatura curta, graduação,
especialização e mestrado ou doutorado. Todos ganhariam piso nacional e um
subsídio conforme a titulação. Para a professora, essa questão não está
clara. "Não fala quais as diferenças de percentual de um para outro. Isso
é muito caro para nós, porque no nosso atual plano de carreira, do nível 1 para
o 6, a diferença é de 100%", explica.
Outro ponto que não satisfaz a presidente do
Cpers diz respeito às gratificações, cuja incorporação será possível por
servidores que as tiverem exercido por cinco anos ininterruptamente ou 10 anos
de forma escalonada. No caso de ocuparem mais de uma função gratificada (FG) ao
longo da atividade funcional, vale a incorporação daquela de maior valor,
contanto que tenham permanecido com ela por, pelo menos, um ano. Em tese, no
Executivo, o servidor deve estar no exercício da FG maior para levá-la para a
aposentadoria.
"Quero estar errada, mas isso me passa a
impressão de se tu ganhares gratificações daquilo que ultrapasse o piso hoje e,
conforme ele vá se recompondo, essas gratificações somente vão diminuindo e não
tenha realmente um ganho salarial para nossa categoria", defende.
Previdência
As mudanças na previdência estadual seguirão as
normas nacionais em vias de aprovação no Senado. Conforme Schürer, essa questão
só poderá ser discutida "depois de termos um reajuste substancial".
"A proposta que está sendo apresentada é: vamos tirar mais um poucos
daqueles que quase não têm nada", avaliou.
Por Correio do Povo
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