"Evidentemente se alguma coisa for
publicada, será dentro da lei, com a autorização dos pais", disse o
ministro
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez,
afirmou nesta terça-feira que determinou que seu ministério retire de um
polêmico e-mail enviado a todas a todas escolas do Brasil o trecho em que pede
que crianças
sejam gravadas em vídeo após serem perfiladas para cantar o hino nacional. Ele também disse que "percebeu o erro" de inserir
o slogan da campanha de Jair Bolsonaro "Brasil acima de tudo. Deus acima
de todos" ao final do e-mail. "Eu percebi o erro. Tirei essa
frase. Tirei a parte correspondente a filmar crianças sem a autorização dos
pais. Evidentemente se alguma coisa for publicada, será dentro da lei, com a
autorização dos pais. Saiu hoje de circulação", disse brevemente a
jornalistas.
"Prezados Diretores, pedimos que, no
primeiro dia da volta às aulas, seja lida a carta que segue em anexo nesta
mensagem, de autoria do Ministro da Educação, Professor Ricardo Vélez
Rodríguez, para professores, alunos e demais funcionários da escola, com todos
perfilados diante da bandeira do Brasil (se houver) e que seja executado o hino
nacional", dizia o texto enviado para escolas públicas e particulares
do País.
O ministro se reuniu pela manhã com o presidente
do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). "Estive com o presidente do Senado,
uma pessoa maravilhosa, muito aberta ao diálogo e nós, no ministério, temos
como função cuidar da educação do Brasil, ajudar a educação, melhorar, de mãos
dadas com nosso representantes no Parlamento", disse após o encontro.
Vélez Rodríguez participa agora de audiência pública na Comissão de Educação,
Cultura e Esporte do Senado para apresentar as diretrizes e os programas
prioritários de sua pasta. "Será uma honra muito grande participar dessa
sessão no Senado", afirmou.
O Conselho Nacional de Secretários de Educação
(Consed) informou na noite de ontem que foi surpreendido com o envio
da carta às escolas. Para o
conselho, a ação fere não apenas a autonomia dos gestores escolares, mas dos
entes da federação. "O ambiente
escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária".
Para o conselho, que reúne os secretários de Educação estaduais, o Brasil
precisa, "ao contrário de estimular pequenas disputas ideológicas na
Educação", priorizar a aprendizagem. Segundo Olavo Nogueira Filho, diretor
de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, mesmo que o pedido do MEC
tenha caráter voluntário, é uma ação "sem precedentes no passado recente
brasileiro".
Por AE
Correio do Povo
26/02/2019 | 11:57
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