Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado |
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil / CP
* Com informações da AE e Agência Brasil
Enfim, encerrou a votação para a presidência do
Senado. Davi Alcolumbre (DEM) foi eleito neste sábado após mais um dia tenso no
plenário da Casa. O senador democrata obteve 42 votos. Ângelo Coronel (PSD)
teve 8; Espiridião Amin (PP), 13; Fernando Collor (Pros), 3 votos e Reguffe
(sem partido-DF), 6 votos.
Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma
atuação discreta nos primeiros quatro anos de mandato no Senado. Na disputa
pelo comando da Casa, revelou-se um hábil articulador, congregando os adversários
de Renan Calheiros e os aliados do governo federal. O novo presidente contou
com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também filiado ao DEM.
Aos 41 anos, o senador estreou na política no
início deste século. Foi vereador em Macapá, três vezes deputado federal e
chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo
do Amapá e ficou em terceiro lugar. É um dos mais jovens senadores a assumir a
presidência da Casa.
Sem Renan, o MDB fica de fora da presidência do
Senado pela primeira vez desde 2007, quando o petista Tião Viana foi interino.
De 1985 até hoje, o partido só ficou sem a presidência do Senado na gestão ACM
(Antônio Carlos Magalhães) e na interinidade de Edison Lobão e Tião Viana.
Votação em cédula e discurso de Renan
Após os senadores decidirem revelar o voto e o
entorno do senador Renan Calheiros perceber que ele perderia a eleição, Renan
subiu à tribuna e anunciou que o adversário Davi Alcolumbre (DEM) seria o
próximo presidente da Casa. "Queriam abrir o voto para constranger a
maioria, então paciência", disse. "Não vou me submeter."
A partir do movimento, senadores do grupo de
Renan pediram para que a votação fosse refeita pela terceira vez, o que não foi
aceito. Ela já havia sido repetida após a contagem dos votos revelar que havia
82 cédulas na primeira votação, um a mais do que o número de senadores na Casa.
A decisão de senadores de exibirem suas cédulas se deu após o plenário aprovar,
na sexta-feira, 1º, que a votação seria aberta.
Noite de sexta-feira tensa
A sessão foi suspensa na noite dessa sexta-feira
e estava sob a presidência do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Horas antes, os senadores decidiram, por 50 votos
a favor e dois contra, que a eleição dos membros da Mesa Diretora seria feita
em votação aberta.
A reunião para a escolha da Mesa Diretora do
Senado foi adiada após cinco horas de discussões. O impasse se deu em torno da
decisão pelo voto aberto. A sessão foi marcada por reações acaloradas de
senadores, vários dos quais não aceitaram a mudança do rito para escolha do
novo presidente. Sem acordo, a sessão foi suspensa e remarcada.
O clima foi de tensão foi marcado por protestos
contra o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Senadores do MDB contestavam a
presidência interina de Alcolumbre, pois ele também é candidato ao comando do
Senado.
A senadora Katia Abreu (MDB-TO) tirou da Mesa a
pasta com o roteiro de condução da sessão. "Por favor, me devolva a pasta,
senadora", pediu Alcolumbre. "Não devolvo. Vem tomar. Você não pode
estar aí", respondeu a senadora.
Alcolumbre assumiu a presidência e colocou em
votação a proposta para que a eleição da Mesa Diretora fosse aberta. Ele
comandou a sessão porque era remanescente da Mesa Diretora passada. Os aliados
do senador Renan Calheiros (MDB-AL), escolhido pelo MDB para disputar o cargo
de presidente, argumentaram que Alcolumbre não tinha isenção para comandar a
reunião.
Na madrugada deste sábado, porém, o presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, acatou um pedido do MDB e do
Solidariedade para que a votação do próximo presidente do Senado fosse secreta,
como consta no Regimento Interno.
Assim que o senador Renan Calheiros retirou a sua
candidatura à presidência do Senado, a sua correligionária, senadora Simone
Tebet (MDB-MS), comemorou. Ela foi preterida dentro do partido, que indicou
Renan para a disputa ao cargo. Desde o início das articulações para o pleito,
ela se opôs ao senador. "Não teve macho, mas teve mulher para derrubar
esse coronel. Preferia voltar para a minha cidade e ser prefeita a ter esse MDB
aqui", disse ao abraçar Regina Perondi, esposa do ex-deputado Darcísio
Perondi (MDB-RS).
Correio do Povo
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