Lula é condenado a 12 anos e 11 meses por
corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia
Foto: Miguel
Schincariol / AFP / CP Memória
A juíza federal Gabriela Hardt condenou o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro na ação penal que envolve o sítio Santa Bárbara, em Atibaia. O petista
foi sentenciado por supostamente receber R$ 1 milhão em propinas referentes às
reformas do imóvel, que está em nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula
e ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar. Segundo a sentença, as obras foram
custeadas pelas empreiteiras OAS, Odebrecht e Schahin.
A Lava Jato afirma que o sítio passou por três
reformas: uma sob comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150
mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil e uma terceira reforma na cozinha, pela
OAS, de R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão.
No laudo elaborado pela Polícia Federal, em 2016,
os peritos citam as obras que foram feitas, entre elas a de uma cozinha
avaliada em R$ 252 mil. A estimativa é de que tenha sido gasto um valor de
cerca de R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma
(R$ 544,8 mil). A defesa do ex-presidente alegou no processo que a propriedade
era frequentada pela família de Lula, mas que o imóvel pertence à família
Bittar.
Em interrogatório, Bumlai declarou não ter pago
‘nem um real’ nas obras. O sítio de Atibaia está em nome do empresário Fernando
Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de longa data do ex-presidente.
Em depoimento, Fernando Bittar negou que tenha
pago a obra. “Eu não sei dizer se eles (Lula e Marisa) pagaram. Mas na minha
cabeça…”
Apontado por delatores como o homem de confiança
do ex-presidente que tocou a obra do sítio, o ex-segurança de Lula Rogério
Aurélio Pimentel afirmou ter sido o ‘capataz’ das reformas no imóvel e
confirmou os pagamentos da Odebrecht.
Em alegações finais, a defesa do ex-assessor da
Presidência da República afirmou que se ele ‘não sabia sequer as quantias que
continham nos envelopes, tampouco possa se esperar que soubesse de eventual
origem ilícita dos valores’.
Ação
O sítio Santa Bárbara é pivô da terceira ação
penal da Lava Jato, no Paraná, contra o ex-presidente – além de sua segunda
condenação. O petista ainda é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro por
supostas propinas da Odebrecht – um terreno que abrigaria o Instituto Lula e um
apartamento vizinho ao que morava o ex-presidente em São Bernardo do Campo. O
processo também já teve a entrega de alegações finais e aguarda sentença.
Prisão
O ex-presidente já cumpre pena de 12 anos e um
mês de prisão no caso triplex, em ‘sala especial’, na sede da Polícia Federal
do Paraná, em Curitiba, desde 7 abril de 2018, por ordem do então juiz federal
Sérgio Moro.
Lula foi sentenciado pelo Tribunal Regional
Federal da 4.ª Região pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
envolvendo suposta propina de R$ 2,2 milhões da OAS referente às reformas do
imóvel.
ESTADÃO conteúdo
Correio do Povo
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