Por Henrique Coelho, G1 Rio
O delegado assistente Rodrigo Bechara e a delegada
titular Juliana Amorim, da DCAV, na coletiva sobre a prisão de mãe que deixava
a filha ser estuprada (Foto: Henrique Coelho/G1)
A delegada titular da
Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Juliana Amorim, afirmou
nesta segunda-feira (26) que já foram identificados dois suspeitos de estuprar
e submeter a maus tratos uma criança de 7 anos. A mãe da vítima, que segundo a
polícia permitia os abusos, foi presa em Nilópolis, município da Baixada
Fluminense, quando tentava fugir para uma comunidade na capital do estado.
"O
caso começa no nascimento dessa criança. Ela foi abandonada, criada por várias
pessoas e viveu um ciclo de violência, que foi interrompido pela polícia. Ela
foi abandonada pela mãe. Quando voltou aos braços da mãe, esta fazia tudo para
infligir sofrimento a ela. A mãe dizia: 'Tenho nojo dessa criança'",
relatou à delegada. A delegacia investiga se a própria suspeita também foi
vítima de abusos durante o decorrer da sua vida. Ela é mãe de oito filhos.
Segundo o
delegado assistente Rodrigo Bechara, a mãe dizia para outra filha que a menina
"tinha que sofrer". A maioria dos crimes, segundo o testemunho da
irmã da vitima, acontecia na frente das próprias filhas da acusada. "Foi
concedido o pedido de prisão temporária de 30 dias para ela", afirmou
Juliana Emerique. A vítima está internada em uma UTI pediátrica.
Segundo
as investigações, a suspeita, de 44 anos, permitia que homens que frequentavam
sua casa praticassem sexo e outros atos libidinosos com a criança. Dentre os
suspeitos, estão um avô de consideração e o próprio pai da menina. Segundo uma
testemunha, a menina tinha objetos inseridos no corpo – o que coincidiu com a
análise médica.
"Foi
detectado que essa criança sofria violência sexual, para satisfazer a libido da
mãe e das outras pessoas a quem a mãe liberava", contou a delegada.
Entenda
o caso
Em 5 de dezembro, a mulher foi presa em flagrante pelo crime de maus tratos contra a filha. Segundo a Polícia Civil, a suspeita teria levado a criança a uma unidade de atendimento médico, onde alegou que a mesma havia se ferido em uma queda.
Os
profissionais de saúde observaram que as lesões não eram compatíveis com as
alegações da mãe e acionaram a polícia. O delegado de plantão autuou a mãe em
flagrante pelos maus tratos e, por terem sido observadas lesões sugestivas de
abuso sexual na criança, encaminhou nova investigação, desta vez por estupro,
para a DCAV.
Em
audiência no dia seguinte, a mãe da criança conseguiu o direito de responder
pelo crime em liberdade. Após reunir novas provas, a delegada Juliana Amorim
pediu a prisão da suspeita, que foi decretada pela Justiça. A mãe, então, foi
presa novamente na última sexta-feira (23).
Segundo a
delegada, a mãe da menina nega todos os crimes e diz que considerava tudo
"absolutamente normal". A irmã da vitima, de 12 anos, cujo testemunho
é considerado fundamental, deve ficar com uma tia.
Essa
menina de 12 anos era obrigada, ainda de acordo com a delegada, a bater na
irmã. "O atual companheiro da suspeita chegou a dizer que considerava
terminar com o relacionamento porque ela era muito agressiva com as
crianças", afirmou.
Histórico
de crimes
A criança
segue internada, sem previsão de alta médica. Segundo a polícia, a mãe já
respondeu anteriormente por lesão corporal e maus tratos praticados contra
outra de suas filhas, hoje maior de idade. Em 2011, foi condenada por tráfico
de drogas.
A Polícia
pede a quem tiver qualquer informação que possa colaborar com a investigação
para entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) da Polícia
Civil pelos telefones (21) 2334-8823 e 2334-8835 ou pelo site.
G1 Rio
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