Reunião extraordinária de líderes irá definir a
ordem de discussão dos projetos
Base de Sartori tenta ampliar maioria | Foto:
Daniela Barcellos / Piratini / CP
Integrantes
do núcleo do governo José Ivo Sartori passaram o final de semana fazendo
articulações para tentar aumentar o número de votos favoráveis para os projetos do pacote que começa
a ser votado nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa. Uma reunião
extraordinária de líderes, marcada para as 11h desta segunda a pedido do líder
do governo na Casa, deputado Gabriel Souza, definirá a ordem das votações das
propostas.
Na noite
desse domingo, as negociações continuavam no Palácio Piratini. Ao mesmo tempo
em que encaminhava dentro do Piratini as tratativas para tentar aprovar o maior
número possível de medidas, a quase totalidade delas, polêmicas, o Executivo,
em acordo com a presidência da Assembleia, montou do lado de fora do entorno
dos poderes um esquema de contenção ainda mais restritivo do que aquele que
vinha sendo adotado nas últimas semanas, quando até a entrada da sede do
Legislativo foi centralizada no portão próximo ao Theatro São Pedro, sendo
todas as demais, inclusive a do estacionamento dos funcionários na Rua
Riachuelo, fechadas.
Na tarde
de domingo, o trânsito já estava interrompido na rua Duque de Caxias, a partir
do cruzamento com a Bento Martins, sendo permitido apenas o acesso ao local
entre a Bento e a General Auto. A partir desta rua, foram colocados gradis para
impedir a passagem de veículos. Apesar disso, manifestantes já haviam se
instalado em frente ao Palácio e permaneciam em vigília. Em toda a quadra da
sede do governo, patrulhas da Brigada Militar estavam posicionadas desde cedo.
Para esta
segunda-feira, a ocupação das galerias do plenário da Assembleia deve ser
dividida igualmente entre grupos contrários e favoráveis ao pacote. As senhas
para os contrários serão distribuídas às entidades que representam os
servidores. As dos favoráveis ao pacote ficarão centralizadas com o líder do
governo na Assembleia, deputado Gabriel Souza.
Prolongar
os debates é estratégia da oposição
As
bancadas de PT e PSol pretendem não dar acordo para que a votação do pacote de
medidas do Executivo ocorra a partir desta segunda-feira, mas mesmo assim a
maioria dos líderes concordará com o início da votação nesta segunda e as
propostas começarão a ser apreciadas. A estratégia do governo é tentar negociar
voto a voto, principalmente entre as pequenas siglas e dentro da bancada do
PTB, que, com cinco deputados, vem se mantendo independente em relação ao
governo de José Ivo Sartori (PMDB). A tática da oposição é prolongar os
debates, de forma que o governo, em função do desgaste que a aprovação das
medidas provoca, comece a registrar baixas.
No
domingo, enquanto governistas contabilizavam dois votos no PTB, o líder da
bancada do PDT, deputado Eduardo Loureiro, adiantou que o partido dará acordo
para iniciar a votação hoje e disse que a ideia é votar todas as medidas até
quinta-feira, mas reafirmou que a sigla vai votar contra as privatizações e a
extinção da maioria das fundações. O PDT, que ainda integra a base, tem sete
deputados.
O governo
também tem enfrentado dificuldades entre outros aliados. Circula nas redes
sociais, por exemplo, vídeo em que o deputado Paulo Pereira (PSDB) expõe em um
evento público sua posição contra a venda da CEEE, da Sulgás e da Companhia
Riograndense de Mineração (CRM). Além disso, grupos contrários e favoráveis ao
pacote divulgaram nas redes sociais os números dos celulares dos parlamentares,
que estão sendo fortemente pressionados via whatsapp, ligações telefônicas e
torpedos. “Esperamos ter os votos necessários, inclusive de partidos de fora da
base”, diz o líder do governo, deputado Gabriel Souza (PMDB).
Flávia Bemfica
Correio do Povo
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