Presidente reiterou compromisso
"inegociável do Brasil com a democracia
Seis representantes deixam evento na ONU
durante discurso de Michel Temer
Foto: Drew Angerer / AFP / CP
O
presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, abandonou o plenário da
Organização das Nações Unidas (ONU), em protesto contra o governante brasileiro
Michel Temer, enquanto este fazia o discurso de abertura na 71ª Assembleia
Geral da organização, em Nova Iorque. A atitude foi seguida por delegados de
Equador, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela, que também deixaram o local.
Em
comunicado oficial, o governo da Costa Rica, país latino que busca adotar uma
política de neutralidade, afirmou que tem seguido rigorosamente todo o processo
diplomático e político em curso no Brasil. Entretanto, o país afirma
"estar preocupado com a situação brasileira".
“Nossa
decisão, soberana e individual, de não ouvir a mensagem do senhor Michel Temer
na Assembleia Geral, obedece à nossa dúvida ante certas atitudes e atuações, e
se pretende declarar sobre práticas democráticas”, diz nota divulgada pelo
Ministério das Relações Exteriores da Costa Rica.
O
comunicado acrescenta que o país tem acompanhado os acontecimentos,
especialmente os atos de violência ocorridos após o processo de impeachment que
afastou a presidenta Dilma Rousseff da chefia do governo.
Procurado
pela Agência Brasil, o Itamaraty não se manifestou até a publicação da
reportagem.
Discurso
brasileiro
Em sua
fala, Temer reiterou o compromisso “inegociável” do Brasil com a democracia,
citando, inclusive, o processo que resultou no impedimento da presidenta Dilma
Rousseff, feito, segundo ele, “dentro do mais absoluto
respeito à ordem constitucional”.
Sobre a
atual situação política brasileira, pós-afastamento de Dilma, Temer disse
trazer às Nações Unidas uma mensagem de compromisso inegociável do país com a
democracia. “O Brasil acaba de atravessar processo longo e complexo, regrado e
conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema Corte brasileira, que culminou
em um impedimento. Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem
constitucional.”
Agência Brasil
Correio do Povo
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