segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Antonio Palocci é preso na 35ª fase da Operação Lava Jato

Estão sendo cumpridos mandados judiciais nos estados de SP, RJ, ES, Bahia, MT, MS e Distrito Federal

   Ex-ministro Antonio Palocci. Foto: Divulgação PT

A Polícia Federal, com o apoio da Receita Federal, deflagrou na manhã de hoje, a 35ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Operação Omertà. Agentes estão cumprindo 45 ordens judiciais, sendo 27 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva.

Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais estão cumprindo as determinações judiciais em cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Antônio Palocci, que foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda no governo Lula, foi preso. São investigados indícios de uma relação criminosa do ex-ministro com o comando da principal empreiteira do país. O investigado teria atuado diretamente como intermediário do Partido dos Trabalhadores (PT) perante o Grupo Odebrecht.

Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta para propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e outros integrantes de seu grupo político beneficiados com valores ilícitos.

Dentre as negociações identificadas foi possível verificar tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré sal.

Outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” do Grupo Odebrecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de medidas de busca e condução coercitiva. São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome “Omertà” dado à investigação policial é uma referência a origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase (“italiano”), bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do “setor de operações estruturadas” permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso, remete a postura atual do comando da empresa que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados
Nos casos dos investigados para os quais foram expedidos mandados de condução coercitiva, estes estão sendo levados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados a fim de prestarem os esclarecimentos necessários. Os investigados serão liberados após serem ouvidos no interesse da apuração em curso.

Quanto aos investigados com prisão cautelar decretada, tão logo sejam localizados eles serão trazidos à sede da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição das autoridades responsáveis pela investigação.

A Polícia Federal, Receita Federal e o Ministério Público Federal prestarão maiores esclarecimentos em uma coletiva de imprensa que será realizada no auditório da PF às 10h.

Cumprimento dos mandados judiciais:

SALVADOR/BA
02 (dois) mandados de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva
CAMAÇARI/BA
01 (um) mandado de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva
RONDONÓPOLIS/MT
01 (um) mandado de busca e apreensão
BRASÍLIA/DF
01 (um) mandado de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva
VITÓRIA/ES
01 (um) mandado de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva
RIO DE JANEIRO/RJ
02 (dois) mandados de busca e apreensão
02 (dois) mandados de condução coercitiva
SÃO PAULO/SP
13 (treze) mandados de busca e apreensão
03 (três) mandados de prisão temporária
06 (seis) mandados de condução coercitiva
CAMPINAS/SP
02 (dois) mandados de busca e apreensão
RIBEIRÃO PRETO/SP
01 (um) mandado de busca e apreensão
ITAPECERICA DA SERRA/SP
01 (um) mandado de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva
TABOÃO DA SERRA/SP
01 (um) mandado de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva
CAMPO GRANDE/MS
01 (um) mandado de busca e apreensão
01 (um) mandado de condução coercitiva


Fonte: Rádio Guaíba

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