Este é o terceiro caso de jovens brasileiras
apreendidas este ano em aeroportos norte-americanos
Adolescente é liberada para voltar ao Brasil
após 18 dias em abrigo nos Estados Unidos
Foto: Facebook / Divulgação / CP
Depois de
passar 18 dias em um abrigo para menores em Chicago, no estado de Illinois, nos
Estados Unidos, a adolescente brasileira Lilliana Matte foi liberada para
voltar ao Brasil. Lilliana embarca nesta sexta-feira em um voo para São Paulo,
onde deverá chegar amanhã. Este é o terceiro caso de adolescentes
brasileiras apreendidas este ano em aeroportos norte-americanos.
A
liberação de Lilliana, de 17 anos, foi autorizada na quinta-feira, pelas
autoridades americanas, sem maiores explicações e sem que o caso fosse levado
para a Justiça, como normalmente acontece em situação de apreensões de
menores, segundo informou a mãe da jovem Anaíde Matte. Lilliana foi
barrada por funcionários da imigração norte-americana em 22 de agosto, no
aeroporto de Opa Locka Executive, em Miami, e em seguida encaminhada para um
abrigo de menores em Chicago. Anaíde informou também que Lilliana tinha
autorização para viajar sozinha. No entanto, autorizações de autoridades
brasileiras não valem em território norte-americano.
O abrigo
de menores em Chicago é um local situado em local desconhecido do público por
razões de segurança. Os adolescentes e crianças levados para esse abrigo são
submetidos a um regime disciplinar rígido, que inclui a obrigação de usar
uniformes, horários para refeições e banhos, além de proibição de acesso à
internet. Os jovens só podem falar pessoalmente com os pais durante uma
hora por semana. Mas podem conversar com os pais por telefone, duas vezes
por semana, desde que as ligações durem no máximo dez minutos e sejam feitas no
modo viva voz.
Ao se
referir às condições em que a filha ficou no abrigo, Anaíde Matte disse que ela
passou por "maus-tratos e exigências". Segundo ela, se a filha
quisesse ir ao banheiro tinha que pedir autorização. E se, ao retornar do
banheiro, passasse em outro local para, por exemplo, tomar água, era logo
"repreendida", por não ter sido autorizada a ir para outro lugar,
contou Anaíde.
Na
quinta-feira, depois que a filha saiu do abrigo, Anaíde levou a adolescente
para fazer um passeio no Lago Michigan, uma das atrações turísticas dos Estados
Unidos. O passeio, conforme disse a mãe, foi para "conhecer o local e
distrair", antes do retorno ao Brasil.
Casos anteriores
O caso de
Lilliana é o terceiro que envolve menores brasileiras aprendidas em aeroportos
norte-americanas e levadas ao abrigo de Chicago, apenas neste ano.
Em 30 de
agosto, depois de passar 20 dias neste mesmo
abrigo, após ter sido barrada por funcionários da imigração no
Aeroporto de Detroit, Anna Stéfane Radeck, de 17 anos, foi
liberada. Diferentemente de Lilliana, Anna Stéfane foi submetida a um
julgamento da corte local. A juíza que examinou o caso determinou, depois de
notar que Anna Stéfane e a mãe choravam muito, a liberação imediata da
jovem e pediu desculpas pelo sofrimento que ela passou. A juíza disse ainda que
a jovem poderia voltar aos Estados Unidos "quando e pelo tempo que
desejar".
Anna
Beatriz Theophilo Dutra, de 17 anos, também passou pela mesma situação. Ela foi
barrada pela imigração no Aeroporto de Detroit, acusada de viajar com visto de
turista para permanecer em solo americano como estudante. Ela foi liberada
depois de passar duas semanas nesse mesmo abrigo de Chicago.
Agência Brasil
Correio do Povo
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