Aeronave
decolou de Sharm el-Sheikh com destino a São Petersburgo
Avião russo com 224 pessoas a bordo cai no
Egito | Foto: Olga Maltseva / AFP / CP
Um Airbus A321 da companhia aérea russa
Kogalymavia, com 224 pessoas a bordo, caiu neste sábado no Sinai
Egípcio. A aeronave, que decolou de Sharm el-Sheikh, no Egito, seguia para
São Petersburgo, na Rússia.
Em
Moscou, um funcionário da agência federal russa de aviação Rosaviatsia, Sergei
Izvolsky, declarou que o avião, com 217 passageiros e 7 tripulantes a bordo,
decolou às 5h51min (hora local) de Sharm el-Sheikh, uma cidade turística no Mar
Vermelho, no Sul do Sinai, e estava a caminho de São Petersburgo. A tripulação
deveria se comunicar com Larnaca (Chipre), mas isso não foi feito e o avião
desapareceu das telas de radar", disse ele em declarações à televisão.
As
autoridades da aviação civil perderam contato com a aeronave quando o aparelho
estava a 30 mil pés de altitude (9.144 m), segundo um funcionário da autoridade
de controle do espaço aéreo do Egito. Isso teria ocorrido 23 minutos depois da
decolagem de Sharm el-Sheikh, de acordo com o ministério da Aviação Civil.
O avião
caiu no Centro da Península do Sinai, reduto do ramo egípcio do grupo jihadista
Estado Islâmico (EI), que cometeu vários ataques às forças de segurança. Mas a
alta altitude em que o contato foi perdido com a aeronave torna improvável a
hipótese de que ele foi atingido por um foguete ou um míssil, de acordo com
especialistas.
Os
destroços da aeronave foram localizados em uma área montanhosa na província do
Norte do Sinai, segundo anunciou o gabinete do primeiro-ministro
egípcio. As equipes de resgate começaram a evacuar as "primeiras
vítimas" no início desta tarde, informaram autoridades dos serviços
médicos, que não indicaram o estado das pessoas.
"Os
aviões do exército encontraram os destroços do avião (...) em uma região
montanhosa", anunciou em um comunicado o gabinete do primeiro-ministro
Chérif Ismaïl, acrescentando que 50 ambulâncias foram enviadas à região
para "evacuar os feridos ou mortos" para hospitais no Cairo e
Suez.
O
presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "profundas
condolências" às famílias das vítimas e ordenou o envio de equipes de
emergência russas para o local da queda. O chefe de Estado "deu a ordem ao
ministro das Situações de Emergência (...) Vladimir Putchov de enviar
imediatamente, em acordo com as autoridades egípcias, aviões do ministério para
trabalhar no local do acidente", indicou o Kremlin em um comunicado.
"Estou
esperando os meus pais. Eu falei ao telefone com eles quando já estavam no
avião, e então ouvi as informações", lamenta Ella Smirnova, uma jovem de
25 anos de idade no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo. "Vou
continuar a esperar até o final. Espero que estejam vivos, mas talvez nunca
mais voltarei a vê-los", declarou em meio a outros passageiros à beira das
lágrimas. Ambulâncias chegavam no aeroporto de São Petersburgo e as autoridades
fretaram ônibus para transportar as famílias das vítimas para um hotel próximo,
informou um jornalista.
Acidente
aéreo
O último
acidente aéreo no Egito foi em janeiro de 2004 e fez 148 mortos, incluindo 134
turistas franceses. Um Boeing 737 da empresa egípcia Flash Airlines caiu no Mar
Vermelho, poucos minutos depois de decolar do aeroporto de Sharm el-Sheikh.
Desde o
início em 2011 da revolta que derrubou Hosni Mubarak do poder, o turismo está
fraco e as autoridades tentam relançar de todas as maneiras esse setor vital da
economia egípcia. Apesar da instabilidade política do país e os atentados
jihadistas contra as forças de segurança no norte do Sinai, os resorts do Mar
Vermelho, no Sul da península, continuam sendo um dos principais destinos
turísticos do país e muito frequentados por turistas russos e do Leste
europeu, que chegam diariamente a bordo de vários voos fretados.
AFP
Correio do Povo