A reabertura das
investigações sobre a morte da mãe do menino Bernardo Uglione Boldrini,
Odilaine Uglione, foi pedida por um grupo de moradores na manhã desta
quinta-feira, 19, em Três Passos. O grupo, assim como a família Uglione,
contesta a versão da polícia de que Odilaine cometeu suicídio.
Quarenta banners pedindo
justiça para as mortes da mãe e do filho foram colocados no lado oposto da rua,
em frente ao Ministério Público, em frente à casa onde morava a família
Boldrini e em faixadas de prédios e residências.
“O que posso lhe expor é
que não temos participação e nem ingerência alguma na manifestação, porém,
consideramos extremamente positivo a sociedade, de alguma forma, agir buscando
Justiça ao caso, que é o que estamos buscando desde o início e nos foram
omitidos fatos por bastante tempo, e os órgãos de Justiça, seja Poder
Judiciário, seja o Ministério Público, têm função essencial em acatar a vontade
da população e da sociedade”, disse ao Três Passos News o advogado Marlon
Taborda sobre o manifesto.
Há três meses atrás, o
advogado de Jussara Uglione, avó de Bernardo, apresentou ao MP um novo laudo
pericial sobre a morte de Odilaine, elaborado por um instituto de perícias de
São Paulo, que provaria cientificamente que a mãe do garoto foi assassinada.
Segundo o Ministério
Público do RS, após analisar o laudo e a manifestação do defensor da família
Uglione, a promotora de Justiça de Três Passos requereu à Polícia Civil novos
documentos para só então se manifestar sobre a reabertura do inquérito.
Entenda o Caso Odilaine
Conforme a polícia, Odilaine
teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro
Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela
comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica. Além disso, também
há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner,
entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta
com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e
com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o
processo de separação do casal.
A defesa da família
Uglione alegou que houve falhas na investigação da morte, entre as principais,
estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine;
existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em
Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era
destra; ausência de exame pericial em Boldrini, assinatura fraudada em uma
carta deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que
configuraria um fato novo.
Entenda o Caso Bernardo
Bernardo Uglione
Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias
depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen,
dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o
médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa,
identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia,
também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram
indiciados e deverão ir a julgamento.
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Fonte:
Três Passos News
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