Nena descontou no fim do jogo e manteve o
Brasil na disputa por uma vaga na próxima fase da Copa do Brasil
(Foto: Paulo
Rossi)
Por: Renan Silva
Ainda haverão incontáveis jogos no Bento Freitas. Se passarão
dias, meses, anos e o famoso templo rubro-negro continuará pulsando uma energia
que só ele é capaz de transmitir. Por lá, muitas lágrimas ainda serão
derramadas. Vitórias serão festejadas. Derrotas virarão motivo para lamento.
Muitos minutos percorrerão o cronômetro do árbitro, para o bem e para o mal.
Mas da noite desta quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015, cada momento ocorrido
no reduto Xavante ficará estancado para sempre na memória do torcedor que viu o
Brasil perder para o Flamengo, por 2 a 1, e mesmo assim comemorou o placar do
jogo de ida da primeira fase da Copa do Brasil.
Apesar da vantagem que obtiveram, não se pode dizer que os
cariocas encurralaram o Brasil por todo o confronto. Por quase dez minutos,
foram os pelotenses que jogaram feito grande, entre passes trabalhados e
finalizações. Que se não serviam para levar muito perigo, colaboravam ao menos
para aumentar o som vindo das arquibancadas.
Eram 22h12min da noite desta quarta, 11 minutos de jogo, quando
um silêncio momentâneo se instalou. Em jogada do rápido Marcelo Cirino, a bola
chegou a Alecsandro que chutou e só não abriu o placar porque a bola bateu na
marcação e saiu. O Bento Freitas calou-se, talvez para recuperar o batimento
apreensivo de quem ficou sem respirar.
Seis minutos depois a torcida já estava a plenos pulmões. Isso
se percebeu pela vibração quase de gol após Wender aplicar dois balõezinhos e
tocar para Márcio Hahn, que foi derrubado e gerou uma boa falta em favor do
Brasil. Forster, perito na bola parada, bateu mal.
Eram 22h30min. Decorridos 29 minutos de jogo. E então o Xavante
pecou. Escalado de modo inesperado, Ricardo Bierhals, 22 anos, recuou fraco
demais uma bola boba a Martini. Ela sequer chegou ao goleiro. Oportunista,
Alecsandro bateu e abriu o placar na Baixada: 1 a 0.
À vontade
O jogo ficou ao gosto do Flamengo. À frente no marcador, os
cariocas amordaçaram o duelo. No segundo tempo, foram raras as chances claras
de gol. Tão raras como o que aconteceu aos 29 minutos do segundo tempo, às
23h35min. Em chute distante de Pará, aparentemente sem perigo, o herói do
acesso à Série C falhou. Martini, estático, deixou o 2 a 0 acontecer.
Àquela altura o Bento Freitas já não era o mesmo de horas antes.
Triste, a Baixada pulsava à base de batimentos intervalados. O segundo jogo,
com aquele placar, não haveria. Era uma questão de tempo para mais um capítulo
de Brasil e Flamengo findar-se. Agora triste. Mas o que ficará estancado
eternamente na memória dos xavantes é o que aconteceu aos 47 minutos: Forster
cruzou. Nena cabeceou. E a Baixada explodiu.
Dois minutos depois, com jogo encerrado e derrotado por 2 a 1, o
Brasil vibrava junto à torcida. Ciente de que agora será muito difícil reverter
o placar no confronto da volta. Mas também de que será saboroso demais voltar a
encarar o Flamengo. E ter ainda mais história para contar.
Ficha técnica
Brasil: Eduardo Martini, Wender (Galiardo), Ricardo
Bierhals, Fernando Cardozo e Rafael Forster; Leandro
Leite, Washington e Márcio Hahn (Diogo Oliveira); Alex Amado
(Cleiton), Felipe Garcia e Nena Técnico: Rogério Zimmermann
Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura, Wallace, Samir
e Pará; Cáceres (Jonas), Márcio Araújo
e Canteros; Marcelo Cirino, Eduardo da Silva (Arthur Maia)
e Alecsandro (Luiz Antônio). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Arbitragem: Vinícius Furlán, auxiliado por Miguel Ribeiro da Costa e
Carlos Augusto Nogueira Júnior
Local: estádio Bento Freitas
Fonte: DIÁRIO POPULAR
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