segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Convívio com animais de estimação ajuda a desenvolver as crianças

Segundo especialistas, a relação ajuda a aumentar o senso de responsabilidade e traz efeitos emocionais

Convívio com animais de estimação ajuda a desenvolver as crianças Jonas Ramos/Especial
Lucas Brehm, Merielen Felippi e os filhos Isabelle e Leonardo com os cãesFoto: Jonas Ramos / Especial

O convívio de crianças com animais de estimação, segundo especialistas, não provoca apenas diversão e lazer. Alguns benefícios, como desenvolvimento do senso de responsabilidade e a possibilidade de prepará-los emocional e socialmente, são outras das vantagens que a presença de animais pode trazer.

Os benefícios da interação podem ser vários. Segundo a psicóloga Cristina Brisolara, o principal seria o fato de que o afeto criado pela relação permite que a criança desenvolva aspectos emocionais e saiba também se portar melhor socialmente.

– A maior contribuição está no convívio emocional e social da criança. Um animal doméstico atua como importante ferramenta para os exercícios afetivos – explica.

Além disso, o contato com os animais também traz maior resistência para o organismo infantil. Algumas alergias, por exemplo, podem ser combatidas por agentes de defesa que se desenvolvem devido ao convívio com os bichos.

– O contato com os pets desde os primeiros meses de vida propicia uma série de experiências imunológicas, ajudando a criança a desenvolver capacidades de defesa contra agentes variados – afirma a doutora em psicologia e médica-veterinária Ceres Faraco.

Quando Isabelle Felippi Brehm, 3, tinha apenas um aninho e ainda nem conversava, os pais começaram a observar a empolgação da criança sempre que via um cachorrinho pelas ruas de Caxias do Sul. Ela começava a gritar, a espernear, ficava toda empolgada. Provavelmente com esses gestos deveria estar tentando dizer para os pais que gostava de animais.

Lucas Willian Brehm, 26, e Merielen Felippi, 28, entenderam o recado. E trataram de realizar o desejo da filha. Compraram um casal de labradores (o Astor e a Lanna) e um yorkshire (o Toddy), raças com características dóceis e que pagam para não sair de uma brincadeira.

O segundo filho do casal, Leonardo, seis meses, seguiu os passos da irmãzinha e adora uma festa com os cães da família.

— A convivência com os animais faz com que nossos filhos aprendam a ter cuidados com os outros, pois eles sabem que os bichos não são bonecas, que são seres vivos — relata Merielen.

A relação de afeto fica clara no dia a dia para ambas as partes:

— Quando os filhos começam a chorar dentro de casa, na parte de fora, os animais choram também — exemplifica Merielen.

A mãe conta que, na parte educacional, as crianças aprendem o limite, até onde se pode chegar com esta convivência. Como foi a pequena Isabelle que quis comprar o york shire, os pais pedem que ela seja a responsável por dar comida de manhã e à noite para Toddy.

— Isso faz parte da educação, para ela ganhar o senso de responsabilidade. Quando ela não quer dar, eu digo que foi ela que quis o cachorro e a tarefa estava combinada desde o início. Se algum dia ela não dá comida, eu vou lá escondido dela e dou — comenta Merielen.

Brincar é o que as crianças e o cães mais gostam. E até na diversão a convivência é utilizada para o processo educativo dos pequenos. 

Como os cães adoram brincar de bolinha, caso eles se passem ou pulem muito alto, as crianças são orientadas a dar as ordens.
Na prática, é uma interação saudável em benefício do desenvolvimento humano.

Fonte: PIONEIRO E CORREIO BRAZILIENSE

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