quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Preso preventivamente, militar do Exército é suspeito de atentado com secador explosivo em Rio Pardo

Homem de 46 anos é ex da mãe da namorada do médico. Ele está detido desde quarta-feira no quartel de Santa Cruz do Sul

Preso preventivamente, militar do Exército é suspeito de atentado com secador explosivo em Rio Pardo Vanessa Kannenberg/Agência rbs
Bilhete entregue junto a secador ajudou a polícia a identificar suspeitoFoto: Vanessa Kannenberg / Agência rbs

Foi por meio do cartão entregue com o secador embalado para presente que a Polícia Civil chegou a Alexandre José Gerasch, 46 anos, suspeito de ter transformado um secador de cabelo em um explosivo em Rio Pardo. Militar do Exército há 20 anos, Gerasch é ex da mãe da namorada do cardiologista Cláudio Augusto Rodenbusch. 

O aparelho foi entregue no consultório do médico no dia 4 de novembro, endereçado à namorada, e testado pela secretária dele, Manoela Martins Ferreira, 19 anos, que ficou ferida na explosão.

Conforme a polícia, o suspeito, preso na quarta-feira, teria um histórico de intrigas com a namorada do médico e a mãe dela. O delegado Anderson Faturi explica que o caso é tratado como tentativa de homicídio por razões passionais.

Ainda de acordo com o delegado, em depoimento, o suspeito confirmou ter feito do secador um explosivo, mas alegou ter sido obrigado a isso. Ele relatou ter recebido instruções em um envelope e disse ter tido a família ameaçada de morte caso não cumprisse as ordens. Para o delegado, a versão é "fantasiosa".

— A história contada não faz sentido nenhum, é desprovida de descrições e muito menos de provas. Se fosse verdade, ele teria procurado a polícia ou contado a algum familiar, mas ninguém sabia de nada — relata Faturi.

Nesta quinta-feira, a polícia explicou como chegou ao militar. Os agentes fizeram contato com livrarias de Santa Cruz do Sul e de Rio Pardo, a fim de identificar o local onde o cartão enviado junto ao secador fora comprado.

Após localizar o estabelecimento, na rua principal de Rio Pardo, os policiais descobriram que o suspeito teria pedido que uma funcionária da loja escrevesse o bilhete que seria enviado como "presente" em nome de "Fabíola". A polícia tem imagens do momento em que o homem compra o cartão e que a funcionária escreve no cartão, endereçado à Jéssica, namorada do médico.

De acordo com a investigação, a entrega do secador foi feita por outra pessoa, homem que teria sido abordado por Gerasch na rua, próximo ao consultório. Considerado testemunha no caso, esse homem é procurado pela polícia para ajudar nas investigações.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) ainda não concluiu as análises feitas no local da explosão e nos restos do secador recolhidos. Por conta da prisão preventiva, a polícia tem 10 dias para concluir o inquérito, mesmo que os laudos da perícia não cheguem a tempo.

— Acredito que temos provas e depoimentos suficientes para enquadrá-lo como autor do atentado, mas cabe a Justiça decidir o futuro dele — afirmou Faturi, acrescentando que o caso pode levar a um júri popular.

RELEMBRE O CASO

— No início da tarde de segunda-feira, dia 4 deste mês, um pacote foi entregue de forma anônima, embalado como presente, no consutório médico do cardiologista Claudio Augusto Ferreira Rodenbusch, 64 anos, na rua principal de Rio Pardo, ao lado da prefeitura. O destinatário era a namorada do médico, Jéssica Beatriz Endres da Silva, 21 anos.

— No entanto, o cardiologista abriu o pacote, viu que era um secador e pediu que sua secretária, Manoela Martins Ferreira, 19 anos, testasse o aparelho. Assim que a jovem ligou o secador na eletricidade, ele explodiu. Manoela foi socorrida e, no mesmo dia, foi encaminhada em estado grave para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital.

— Com diversas queimaduras pelo corpo, ela acabou perdendo parte do dedo indicador da mão direita e ficou cega do olho direito. Depois de cinco dias internada, recebeu alta e voltou pra casa.

— A polícia passou a investigar o caso e, no dia da explosão, especialistas do Instituto-Geral de Perícias (IGP) estiveram no consultório examinando o local e recolheram os restos do secador. O laudo ainda não foi entregue ao delegado.

— Nesta quarta-feira, depois de focar as investigações em identificar o homem que entregou o secador no consultório médico, a polícia prendeu um suspeito em Venâncio Aires. Depois de interrogado, ele deve ser conduzido ao presídio de Rio Pardo.

Fonte: Vanessa Kannenberg / Rio Pardo | ZERO HORA
21/11/2013 | 11h46

Nenhum comentário:

Postar um comentário