sábado, 30 de novembro de 2013

Nasce a primeira filha de senegaleses em Caxias do Sul

Codou Samb deu à luz a Arame no Hospital Geral

Nasce a primeira filha de senegaleses em Caxias do Sul Jonas Ramos/Especial
Codou e Ameth com a filha ArameFoto: Jonas Ramos / Especial

Arame Samb, de apenas duas semanas de vida, nasceu prematura de 8 meses, no dia 11 de novembro, no Hospital Geral. Ela é a primeira filha caxiense de pais senegaleses, uma criança saudável e quietinha. O pai Ameth Samb, 29 anos, veio para o Brasil em busca de oportunidades de emprego. Chegando em São Paulo, foi informado por outros senegaleses que Caxias do Sul era uma das cidades que mais oferecia emprego. A informação fez com que ele optasse por mudar-se para a cidade. 

Ameth chegou em Caxias com o primeiro grupo de senegaleses, sem saber falar nada de português, sem ter trabalho e nem casa para morar. Hoje, passado um ano de sua chegada, mora em uma casa alugada no bairro Rosário II, com a esposa Codou Samb e com a filha Arame. Ele saiu da empresa onde trabalhava, mas já está buscando nova colocação. Codou Samb, 22 anos, veio para Caxias para trabalhar e para ficar mais perto do marido. Ela está na cidade há 10 meses. 

Os pais de primeira viagem estão muito felizes com o nascimento da pequena Arame. Codou conta que, nos primeiros dias, sentiu medo de dar banho e trocar as fraldas da filha devido ao tamanho e fragilidade do bebê. Já Ameth, que no primeiro dia disse que não queria mais ter filho, agora troca fraldas, dá banho e até já pensa em ter outros. Por estar longe de suas famílias e não ter experiência com crianças, o casal precisou contar com o apoio de amigos que fizeram na cidade. Entre eles está Marly Aliatti da Rosa. Ao saber que Codou seria mãe, prontificou-se a ajudá-la, doando roupas para ela e para o bebê e acolhendo-a em sua casa nos primeiros oito dias depois que ela teve alta do hospital. Marly foi uma verdadeira mãe para Codou. Outra grande amiga do casal é a irmã Maria do Carmo, que ajuda os imigrantes desde que chegaram na cidade. 

Maria do Carmo é uma das irmãs scalabrinianas responsáveis pelo CAM (o Centro de Atendimento ao Migrante). Através de uma rede de solidariedade, o CAM recebe os migrantes de diversos lugares (Haiti, Guiné, Africa do Sul, Costa do Marfim, Senegal) e auxilia na confecção de documentação para permanecer no país, oferece encaminhamento para emprego, disponibiliza aulas de português e dá apoio praticamente integral para os estrangeiros. A irmã diz ter mais de 650 senegaleses na cidade. Segundo ela, chegam de 10 a 15 novos senegaleses por semana.

Fonte: PIONEIRO

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