Pelo rádio, dentro do presídio de Três
Passos, o candidato a vereador Tiago Kriesel (PTB) ficou sabendo do resultado
das urnas. Ele foi eleito em Bom Progresso, no Noroeste gaúcho, com 119 votos
no dia 7 de outubro. Desde 18 de setembro, o ex-secretário municipal da
Assistência Social está preso preventivamente com mais três pessoas suspeitas
de fraudes na prefeitura. Os familiares continuaram mobilizados nos últimos
dias da campanha eleitoral. O advogado Ernesto Rodrigues Sobrinho conta que o
cliente ficou surpreso com o resultado.
- Ele não sabia se conseguiria ser eleito,
mas teve reconhecido o trabalho. Os familiares continuaram a campanha e
mantiveram os votos conquistados - conta.
Na semana que vem, o pedido de habeas
corpus será julgado na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em Porto
Alegre. O advogado está confiante para liberação do vereador eleito Tiago
Kriesel, já que não houve ainda denúncia do Ministério Público. O promotor
eleitoral Janor Duarte conta que o caso é raro. Se continuar preso, são duas
opções para diplomação.
- A legislação eleitoral não contempla
este tipo de caso. Vai depender da interpretação do juiz, que pode fazer a
diplomação no presídio ou por procuração - antecipa o promotor.
Quando sair da cadeia, o eleito poderá
assumir a vaga. O promotor ainda investiga se há crime eleitoral. A Operação
Babilônia, da Polícia Civil, indiciou até agora o vereador eleito e mais cinco
pessoas por suspeita de desvio de R$ 7 milhões da prefeitura de Bom Progresso.
O inquérito ainda não foi concluído.
O prefeito Armindo Heinle (PP) teve dois
filhos indiciados, sendo que um continua preso. O vice-prefeito Amauri Campos
de Araújo (PDT), o Mauro, concorreu à prefeito, mas acabou derrotado pela
oposição. Ele está entre os indiciados. Outro preso temporário na operação foi
eleito vereador. Leandro Baraldi de Campos (PTB) tinha sido solto antes da
eleição e não está entre os indiciados até agora.
Fonte:
RÁDIO GAÚCHA
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