Desenhos chamados agroglifos foram vistos em plantação de trigo em IpuaçuFoto: Marcelo Franzosi / Divulgação
O aparecimento de círculos em lavouras de
trigo do Oeste pelo quinto ano consecutivo acabou virando caso de polícia. A
dona da área onde os chamados agroglifos foram encontrados, Liana Faccio,
registrou boletim de ocorrência na delegacia de Ipuaçu. Para ela, o que
danificou seu trigo não tem nada de extraterreno, e foi causado por terráqueos,
dos quais ela vai buscar indenização.
Veja galeria de fotos dos agroglifos encontrados no município de Bom Jesus, no Oeste catarinense, em 2011
Veja galeria de fotos dos agroglifos encontrados no município de Bom Jesus, no Oeste catarinense, em 2011
Ela até contratou um vigia para evitar que
curiosos aumentassem ainda mais os danos à sua lavoura de trigo. Vilson Cunico
está ganhando R$ 50 a R$ 60 por dia para cuidar da lavoura. Às vezes, ele
precisa do reforço de Dercílio Bernardes, que trabalha para a família Faccio.
Bernardes tem que deixar de cuidar da lavoura para virar vigia.
Sobre os cerca de 30 círculos, que ocupam
aproximadamente meio campo de futebol, Cunico é categórico:
— Não tem grande coisa, é só trigo
amassado.
Na segunda-feira, o delegado da comarca de
Abelardo Luz, João Luiz Miotto, e o investigador Renan Gatti estiveram no
local. E apesar de algumas pessoas ainda ficarem assustadas e até pensando em
extraterrestres, os policiais não têm dúvida.
— É uma brincadeira de mau gosto — afirmou
Miotto.
— É coisa de desocupados — completou
Gatti.
Eles afirmam que os responsáveis pelo dano
na lavoura serão identificados e punidos. No local, eles viram sinais de que,
no meio dos círculos, há diferença na textura, mostrando que o local serviu de
base para amassar o trigo, provavelmente com corda e tábua.
Além
de indenização cabível, os responsáveis — que estariam querendo criar um clima
de mistério nas comunidades —, podem responder por crime de dano ao patrimônio,
com pena prevista de seis meses a um ano de prisão.
Outros círculos
apareceram em Ouro Verde, Bom Jesus e Xanxerê
O presidente do Grupo de Estudos de Astronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Adolfo Stotz Neto, disse que os agroglifos encontrados no Oeste são pura brincadeira, como ocorreu desde a década de 1970 na Europa. Ele brincou que estes sinais sempre surgem em lavouras de trigo e não deixam nenhum outro sinal que não sejam as plantas amassadas.
Não há sinais de algo queimado pela ação de alguma energia e não há registros em outras plantações. Ele afirmou que o universo deve ser habitado, mas esta é uma questão ainda não comprovada.
O presidente do Grupo de Estudos de Astronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Adolfo Stotz Neto, disse que os agroglifos encontrados no Oeste são pura brincadeira, como ocorreu desde a década de 1970 na Europa. Ele brincou que estes sinais sempre surgem em lavouras de trigo e não deixam nenhum outro sinal que não sejam as plantas amassadas.
Não há sinais de algo queimado pela ação de alguma energia e não há registros em outras plantações. Ele afirmou que o universo deve ser habitado, mas esta é uma questão ainda não comprovada.
Já foram feito círculos também em Ouro
Verde, Bom Jesus e Xanxerê, cidades vizinhas a Ipuaçu. Em todos os casos, são
feitos em lavouras de trigo, onde as marcas ficam melhor desenhadas. Além
disso, o vandalismo ocorre nos finais de semana ou feriados, quando as famílias
que trabalham de sol a sol, a semana inteira, aproveitam para descansar e
passear. Ou seja, esses ETs são mesmo do Oeste.
Entrevista: "Isso
é vandalismo", afirma Liana Faccio, dona das terras
A proprietária da lavoura onde apareceram
os círculos, Liana Faccio, passou o final de semana tentando evitar que
curiosos aumentassem o estrago na lavoura de trigo. Ela tem convicção de que
tudo não passa da ação de seres humanos e quer ser indenizada por isso.
Diário Catarinense — Como vocês ficaram sabendo dos círculos?
Liana Faccio — Alguém viu e falou para um funcionário meu, que veio me contar.
DC — Qual sua avaliação sobre o que aconteceu?
Liana — Isso é vandalismo. Foi alguém que quer aparecer. É perda de
tempo. Não tem graça, ficam estragando a propriedade dos outros. Nesse final de
semana fiz voltar mais de 50 pessoas que queriam ir no local. Até um carro
entrou no trigo. Não sabem que é propriedade particular?
DC — Que medidas você tomou?
Liana — Fiz boletim de ocorrência, coloquei um vigia e passei um produto
para secar mais rápido a lavoura e colher antes. Não vou deixar isso aqui até o
final de semana, senão vira um circo. Já veio gente de Concórdia, Galvão, só
para ver os círculos.
DC — Qual o prejuízo que você teve?
Liana — Deve passar dos R$ 1 mil, pois já perdi umas 30 sacas, ao preço
de R$ 37 cada, pois era um trigo que seria para fazer semente.
DC — Você vai pedir indenização?
Liana — Vou cobrar tudo o que eu tiver direito.
Fonte: Darci Debona / DIÁRIO CATARINENSE
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