quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Governo precisa agir para solucionar falta de insumos para ração animal às cadeias produtivas do RS

Setor Primário
Presidente da Comissão de Agricultura, deputado Ernani Polo (PP), alerta para dificuldade de aquisição de matéria-prima no mercado, que traz sérios prejuízos aos produtores do Estado (Foto: Galileu Oldenburg)


     A dificuldade dos produtores de aves e suínos foi discutida na manhã de terça-feira (31) em reunião conduzida pelo deputado Ernani Polo (PP), na Assembleia Legislativa. Representantes de parlamentares e de entidades do setor primário (ASGAV, SIPS, ACSURS, SICADERS, FACOAGRO, FARSUL e FETAG), elaboraram um documento com as principais reivindicações para que o governo federal atue de forma efetiva para minimizar os efeitos da crise que afeta as cadeias produtivas de suínos, aves e também de leite e ovos no RS. O deputado federal Jerônimo Goergen (PP), que participou do encontro, estará entregando, nesta quarta-feira (01) ofício subscrito por todas as entidades aos ministros da agricultura Mendes Ribeiro Filho e Pepe Vargas. O documento também poderá ser levado à ministra Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O grupo voltará a reunir-se na próxima segunda-feira, (06), na AL-RS. 
 
     Ernani Polo, que preside a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da AL-RS, alertou que o farelo de soja é insumo básico para ração animal, assim como o milho e sua ausência afeta diretamente as cadeias de suínos e aves, como também a cadeia do leite e a produção de Biodiesel.
 
     “Há muita soja sendo exportada e está faltando o produto no Estado. O governo precisa agir rápido, pois os produtores, principalmente de suínos e aves, não estão dando conta da alimentação de seus animais. É necessário uma ação firme e urgente do governo federal para abastecer o RS, como a compra de contratos de exportação, sob pena de termos prejuízos ainda maiores”, revelou Ernani.
 
     O parlamentar reforçou que o Ministério da Agricultura tem de ser acionando e resolver a situação com urgência: “Encaminharemos ao MAPA as principais reivindicações para solucionar a questão, não há tempo a perder já que os custos de produção estão elevados aos produtores”, diz Ernani Polo.

Setor de Óleo

     A preocupação chega às empresas do setor de óleo, que fornecem farelo de soja para o setor de carnes: “Pela falta de soja, muitas fábricas estão diminuindo produção. Não queremos que as exportações sejam trancadas, porém o governo precisa criar um mecanismo urgente para segurar esta situação, algo que passe por extralimite em bancos de fomento, para que as indústrias possam comprar o resto de soja que está no país para segurá-la no Brasil e equilibrar a cadeia produtiva. Se isto não for efetuado logo, levará a desestruturação da cadeia produtiva de carnes. O preço mais alto que existe é não ter o produto disponível no mercado”, avalia Osmar Giovelli, vice-presidente do SINDIOLEO (Sindicato Indústria Óleos Vegetais RS).

Suínocultura 

     Segundo Valdecir Folador, presidente da ACSURS (Associação de Criadores de Suínos no RS), o milho e o farelo de soja são as principais fontes de proteínas para aves e suínos. Há uma preocupação do setor em função da possibilidade de falta destes cereais devido à quebra da safra de soja no Brasil e ao grande número de exportações. “O preço do farelo de soja dobrou nos últimos 60 dias e a segunda safra do milho, que está sendo colhida agora no Mato Grosso e Paraná, teve seu preço disparado de R$25,00 para R$32,00”, explicou.
 
     O SIPS (Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul) entende que o governo federal precisa agir com efetividade: “Entendemos que a questão central está em torno da elevação desproporcional das comodities, decorrente dos fatores climáticos. Não estamos encontrando uma alternativa política para segurar o abastecimento, que é fundamental. Todas as sugestões dadas, que resultaram em duas portarias, uma delas para viabilizar leilões e outra que visa acessar a oferta de milho a preços razoáveis, não resultaram em medidas efetivas, até agora foram só medidas paliativas. A oferta de milho a balcão tem limitação muito grande e o setor produtivo não está contemplado como deve na área federal”, avalia o presidente Rogério Kerber. 

Avicultura 

     José Eduardo dos Santos, diretor executivo da ASGAV (Associação Gaúcha de Avicultura) ressaltou que a produção de frango e ovos, sofre com a alta de custo: “O preço da soja subiu 25% na produção de frango e 30% nos ovos. Isso acarreta uma série de dificuldades para o repasse do preço final para o consumidor. As consequências da crise já podem ser sentidas como a redução de produção, férias coletivas e demissões, é uma situação grave, precisamos de uma politica dinâmica que forneça mecanismos para suprir a necessidade de grãos”, concluiu o diretor. 

Seguem os pleitos a serem levados ao governo federal nesta quarta feira (01):

- Manutenção de 27 toneladas mensais para compra de milho balcão e emergencial por produtor.

- Oportunizar a recompra de contratos de exportação de milho e soja.

- Garantia de abastecimento de milho e soja no RS para as cadeias produtivas até entrada dos produtos da safra 2012/2013. 

- Estender as medidas anunciadas e publicadas pelo Conselho Monetário Nacional para os municípios com decreto de emergência, homologados pela Defesa Civil, para todos os suinocultores e avicultores integrados e não integrados.

- Definição do crédito presumido de PIS/COFINS de 60%, nas aquisições de insumos por parte das agroindústrias – ato declaratório. 

- Desoneração de PIS/COFINS, para importação de milho e soja.

- Leilões imediatos de MILHO, com subvenção de VEP.

- Solicita-se também maior agilidade dos trâmites operacionais internos da CONAB em temas como: frete do Estado produtor para as unidades credenciadas da CONAB; emissão de Boletos e demais demandas.

- Medidas governamentais para que a greve dos caminhoneiros permita a passagem de produtos perecíveis, animais vivos e rações, pois os reflexos já são sentidos entre produtores e indústria de carnes, leite e ovos.

Fonte: Alexandre Farina / Assessoria de Imprensa / Gabinete do deputado Ernani Polo

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