Dilma não cumpre promessa de campanha e veta salário digno para aposentados
Entre os pontos vetados pelo governo do PT está a discussão de uma política de valorização das aposentadorias e a divulgação dos salários de funcionários de estatais
A direção nacional do PPS anunciou, na segunda-feira, 20, que vai utilizar seu tempo de TV nas eleições de 2012 para mobilizar a sociedade brasileira contra o veto da presidente Dilma Rousseff, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, ao artigo que previa a discussão do reajuste das aposentadorias acima do índice concedido ao salário mínimo. O objetivo do partido é, com a ajuda da população, pressionar o Congresso Nacional a derrubar o veto da presidente. Na prática, a decisão atinge em cheio 28 milhões de aposentados e pensionistas.
Além da questão dos aposentados, o Planalto também barrou outros 24 pontos da LDO, dentre eles a divulgação dos salários de funcionários de estatais e empresas públicas. “Não falta dinheiro para esbanjar, para a corrupção entranhada na máquina pública. Mas quando o assunto é a valorização dos aposentados, dos servidores públicos, o governo apresenta esta política odienta”, condenou o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP).
Ele adiantou que vai orientar todos os candidatos do partido – são 17.170 entre postulantes a prefeito, vice-prefeito e vereador, a usar o palanque eletrônico para alertar a população contra mais esse grande golpe do governo do PT contra os aposentados. “A sociedade precisa se mobilizar e pressionar o Congresso para derrubar esse veto. E nós vamos ajudar explicando o que está acontecendo. Se o governo mantiver a decisão (do veto), a população, o aposentado, pode dar o troco nas urnas”, afirmou Freire.
Segundo cálculos de entidades que representam a categoria, o aposentado que ganha acima de um salário mínimo acumula perdas de 10,4% desde 2010. Quem recebia R$ 1 mil naquela época, viu sumir, em dois anos, R$ 122,78 de seu contracheque.
Derrubar o veto
Segundo o líder do partido na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), o Congresso precisa reagir. “Se tiver vergonha na cara, o Legislativo vai derrubar esse e outros vetos. O desrespeito do Planalto com o que é aprovado pelos parlamentares já passou dos limites. Vamos contar com a sociedade para pressionar seus representantes e evitar que a subserviência ao governo federal impere de vez nesta Casa”, alertou.
Para o presidente do PPS, a presidente Dilma usa a crise para colocar em prática uma política perversa de arrocho contra aposentados e servidores públicos. “O Brasil não pode, em função de sua crise, se encaminhar para o que a Grécia fez a mando dos banqueiros. Lá, eles levaram o país ao colapso e milhões de pessoas ao desespero para seguir esse receituário neoliberal”, alertou Roberto Freire.
Entidades repudiam
Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins Gonçalles, os aposentados não ficarão calados e os protestos de rua irão continuar, agora com mais força e intensidade.
Para a entidade, “o novo veto de Dilma causou grande descontentamento nos aposentados brasileiros, deixando-os revoltados com a falta de palavra da presidente que, na eleição de 2010, assumiu o compromisso público de ajudar a categoria. Agora, sentada na cadeira, ao invés de ajudar, ela resolveu atrapalhar”.
Sigilo estatal
Outro veto criticado pelo PPS é o que barra a divulgação dos salários de funcionários de estatais e empresas públicas. Para Rubens Bueno, a falta de transparência nessa área é um problema antigo e que tem permitido uma série de negociatas e falcatruas. Ele lembra que, há anos, a legenda vem defendo a divulgação dos gastos das estatais no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal. Porém, o governo prefere manter intacta mais essa “caixa preta” da administração pública.
“O que é pior para um acionista da Petrobras, a transparência ou o sigilo? É óbvio que é o sigilo. Foi por conta dessa postura que milhares de pessoas que investiram na estatal foram surpreendidas com um prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre deste ano”, ressaltou o líder do PPS.
Fonte: Assessoria do PPS
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