terça-feira, 21 de agosto de 2012

Dois Irmãos: Atitude da polícia ganha repercussão


  Soldado Capra: Ele insistiu e recebeu voz de prisão | Créditos: Melissa Costa

     A atitude honesta de dois policiais militares ganhou repercussão no Estado no início desta semana. O sargento Josué Alves, 46 anos, e o soldado Daniel Capra, 29 anos, deram voz de prisão a um homem que tentou suborná-los na manhã de domingo, por volta das 7h30. A Brigada Militar recebeu a ligação de morador informando que um homem havia batido o carro em um poste, que quase caiu sobre uma residência no bairro São João.

     Os dois policiais foram até o bairro e conseguiram localizar o motorista que havia fugido. O acidente ocorreu na rua Goiás e o homem foi localizado na rua Tocantis, no mesmo bairro. No momento da abordaram, o condutor de 26 anos ofereceu dinheiro para ser liberado, sem o registro da ocorrência. O soldado Capra lembra que o rapaz, mesmo com a negativa dos policiais, insistiu algumas vezes com o suborno de R$ 223,00. “Na primeira e segunda vez, negamos e orientamos ele a não fazer isso e continuamos fazendo o registro da ocorrência. Como ele insistiu uma terceira vez, resolvi dizer que aceitaria para poder efetuar o flagrante. Ele nos trouxe o dinheiro e acabamos dando voz de prisão pelo suborno”, conta o soldado. Por ser um crime inafiançável, o motorista foi atuado em flagrante na Delegacia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo e preso.

MAIS DINHEIRO

     Sem se intimidar pela voz de prisão dada em Dois Irmãos, o motorista ofereceu ainda mais dinheiro, achando que a prisão tinha sido feita pelo baixo valor. “Mesmo com a voz de prisão, ele continuou oferecendo o suborno. Disse que se liberássemos ele, durante a semana a gente poderia pegar o que quisesse no mercado dele”, contou Capra, lembrando que o condutor também ofereceu a quantia de R$ 1 mil. Quando estava na delegacia e viu que seria preso, ele tentou levar a situação na brincadeira, como se não tivesse cometido um crime grave. “Não sei por que ele tentou o suborno. O caso não era grave, a gente somente faria a ocorrência e ele responderia pela batida. Ele chegou falando de suborno com a maior tranquilidade, como se isso fosse correto”. 

Honestidade prevalece   

     O soldado Capra tem 10 anos de Brigada Militar e por todas as cidades que passou, Araricá, Novo Hamburgo e Ilópolis, nunca haviam lhe oferecido suborno. A negativa foi baseada na carreira construída na corporação. “Nestes 10 anos, sempre recebi elogios pelo trabalho e nunca deixaria essa imagem se perder por causa de um suborno. Agi pelo instinto e pela honestidade”, disse. O colega Alves já soma 23 anos na polícia e, com a recusa do suborno, valorizou a profissão. “Aceitar suborno não está certo. Ele menosprezou nosso trabalho oferecendo o dinheiro; nunca aceitaríamos”, completou.

Fonte: Melissa Costa / O DIÁRIO.NET

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