Dezenas de milhares de pessoas defenderam a presidente e a
Petrobras
Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 12 mil
pessoas | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP
As manifestações promovidas nessa sexta-feira por
CUT, UNE, MST e outras entidades, a dois dias dos protestos que pedirão o
"Fora Dilma", levaram dezenas de milhares pessoas às ruas em 24
Estados. Convocadas como atos de defesa da democracia e das instituições, as
concentrações foram pacíficas e marcadas pela exaltação da presidente
Dilma Rousseff, discursos "contra a privatização da Petrobras" e
ataques aos grupos que pedem o impeachment.
Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 12 mil pessoas, segundo a Polícia Militar - os organizadores falam em 100 mil. A concentração foi em frente ao escritório da Petrobras, na Avenida Paulista. Os trabalhadores iniciaram a marcha por volta das 16h, uma hora depois do que havia sido combinado com a PM para evitar confrontos com o Revoltados On Line, um grupo anti-Dilma que havia marcado protesto no mesmo local às 15h. O grupo só chegou ao local às 17h.
A marcha seguiu pela Avenida Paulista e, em frente ao Masp, somou-se ao ato organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Em assembleia, os professores da rede estadual decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. O grupo seguiu até a Praça Roosevelt, no centro, onde encerrou o ato.
Do alto dos seis carros de som estacionados no local, lideranças fizeram referências a bandeiras trabalhistas, como a retirada das Medidas Provisórias nºs 664 e 665, que alteram regras para acesso a benefícios como seguro-desemprego, auxílio-doença e pensão por morte. Nos discursos, entretanto, predominaram a "defesa das instituições democráticas", a reforma política e o repúdio à "tentativa de golpe" e "à privatização da Petrobras", além dos riscos ao pré-sal. Em bandeiras, cartazes e camisas via-se mais frases como "Fica Dilma! Em defesa da democracia" e emblemas das centrais do que pautas trabalhistas. Em alguns momentos foi entoado o coro "Olê olê olê olá, Dilma, Dilma".
O presidente da CUT, Vagner Freitas, reafirmou que o ato não é em defesa do governo, mas da democracia e da Petrobras. "Somos contra a corrupção. Corrupto tem que ser preso. Agora, não vamos quebrar a Petrobrás. Não podemos, com um discurso de ser contra a corrupção, preparar a empresa para a privatização. É isso que queremos alertar a população brasileira", disse. Freitas criticou a política econômica atual nas entrevistas, mas poupou a presidente no alto do carro de som.
A fala do dirigente coincide com os discursos dos petistas nas redes sociais e com os argumentos usados pelo ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, na CPI que investiga a estatal na Câmara. "O modelo regulatório do pré-sal está sob risco. As ameaças que estão sendo feitas à Petrobras, a tentativa de enfraquecê-la e desmontar a cadeia de fornecedores de petróleo e gás, ameaça seriamente o desenvolvimento da produção do pré-sal no prazo previsto", disse ele na quinta-feira.
Gabrielli participou do ato em Salvador na linha de frente de um protesto esvaziado. Segundo a PM, 800 pessoas participaram. A CUT-BA afirma que foram 3 mil. "Não se pode condenar a Petrobrás, que é uma empresa séria e que tem seus sistemas de controle", disse ele, aplaudido pelos manifestantes. No discurso, chegou a elogiar as investigações da Operação Lava Jato e disse estar "surpreso" com os esquemas descobertos de desvios de recursos na empresa.
No Rio, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile disse que "a direita está fazendo tentativa de homicídio pelas redes sociais". Stédile se referiu à montagem que circula pelo Facebook, em que ele aparece com a inscrição "Procurado" e oferece "recompensa" de R$ 10 mil a quem capturá-lo "vivo ou morto".
No Recife, a manifestação lotou a Praça da Independência e teve ciranda, batucada de maracatu, bandeiras vermelhas. Os discursos foram em defesa da Petrobras, pela democracia, pela reforma política e reforma agrária. Houve também repúdio às MPs do ajuste fiscal, aos pedidos de impeachment e de intervenção militar. O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, participação de cinco mil pessoas, enquanto a PM calculou que o número foi de mil.
Golpismo
Houve ataques à "mídia golpista" e pedidos de regulamentação. O dirigente estadual do MST, Jaime Amorim, afirmou não ver necessidade para uma mobilização pró-Dilma neste momento. "Também temos críticas ao governo em relação às perdas dos trabalhadores", frisou. Segundo ele, o povo e os movimentos sociais terão que ir às ruas pela presidente somente se a defesa do impeachment crescer.
Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 12 mil pessoas, segundo a Polícia Militar - os organizadores falam em 100 mil. A concentração foi em frente ao escritório da Petrobras, na Avenida Paulista. Os trabalhadores iniciaram a marcha por volta das 16h, uma hora depois do que havia sido combinado com a PM para evitar confrontos com o Revoltados On Line, um grupo anti-Dilma que havia marcado protesto no mesmo local às 15h. O grupo só chegou ao local às 17h.
A marcha seguiu pela Avenida Paulista e, em frente ao Masp, somou-se ao ato organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Em assembleia, os professores da rede estadual decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. O grupo seguiu até a Praça Roosevelt, no centro, onde encerrou o ato.
Do alto dos seis carros de som estacionados no local, lideranças fizeram referências a bandeiras trabalhistas, como a retirada das Medidas Provisórias nºs 664 e 665, que alteram regras para acesso a benefícios como seguro-desemprego, auxílio-doença e pensão por morte. Nos discursos, entretanto, predominaram a "defesa das instituições democráticas", a reforma política e o repúdio à "tentativa de golpe" e "à privatização da Petrobras", além dos riscos ao pré-sal. Em bandeiras, cartazes e camisas via-se mais frases como "Fica Dilma! Em defesa da democracia" e emblemas das centrais do que pautas trabalhistas. Em alguns momentos foi entoado o coro "Olê olê olê olá, Dilma, Dilma".
O presidente da CUT, Vagner Freitas, reafirmou que o ato não é em defesa do governo, mas da democracia e da Petrobras. "Somos contra a corrupção. Corrupto tem que ser preso. Agora, não vamos quebrar a Petrobrás. Não podemos, com um discurso de ser contra a corrupção, preparar a empresa para a privatização. É isso que queremos alertar a população brasileira", disse. Freitas criticou a política econômica atual nas entrevistas, mas poupou a presidente no alto do carro de som.
A fala do dirigente coincide com os discursos dos petistas nas redes sociais e com os argumentos usados pelo ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, na CPI que investiga a estatal na Câmara. "O modelo regulatório do pré-sal está sob risco. As ameaças que estão sendo feitas à Petrobras, a tentativa de enfraquecê-la e desmontar a cadeia de fornecedores de petróleo e gás, ameaça seriamente o desenvolvimento da produção do pré-sal no prazo previsto", disse ele na quinta-feira.
Gabrielli participou do ato em Salvador na linha de frente de um protesto esvaziado. Segundo a PM, 800 pessoas participaram. A CUT-BA afirma que foram 3 mil. "Não se pode condenar a Petrobrás, que é uma empresa séria e que tem seus sistemas de controle", disse ele, aplaudido pelos manifestantes. No discurso, chegou a elogiar as investigações da Operação Lava Jato e disse estar "surpreso" com os esquemas descobertos de desvios de recursos na empresa.
No Rio, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile disse que "a direita está fazendo tentativa de homicídio pelas redes sociais". Stédile se referiu à montagem que circula pelo Facebook, em que ele aparece com a inscrição "Procurado" e oferece "recompensa" de R$ 10 mil a quem capturá-lo "vivo ou morto".
No Recife, a manifestação lotou a Praça da Independência e teve ciranda, batucada de maracatu, bandeiras vermelhas. Os discursos foram em defesa da Petrobras, pela democracia, pela reforma política e reforma agrária. Houve também repúdio às MPs do ajuste fiscal, aos pedidos de impeachment e de intervenção militar. O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, participação de cinco mil pessoas, enquanto a PM calculou que o número foi de mil.
Golpismo
Houve ataques à "mídia golpista" e pedidos de regulamentação. O dirigente estadual do MST, Jaime Amorim, afirmou não ver necessidade para uma mobilização pró-Dilma neste momento. "Também temos críticas ao governo em relação às perdas dos trabalhadores", frisou. Segundo ele, o povo e os movimentos sociais terão que ir às ruas pela presidente somente se a defesa do impeachment crescer.
Fonte: ESTADÃO conteúdo
Correio do Povo
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