domingo, 13 de abril de 2014

Madrugada de emoção na rodoviária de Horizontina


      Paola recebeu Daniele(com as flores) na rodoviária nesta madrugada

Após meses de expectativa, a horizontinense Paola Tófoli Culau (25 anos) não conteve a emoção ao ver ingressar no Box da estação rodoviária de Horizontina ás 5h da manhã deste domingo(13) o ônibus da empresa Ouro e Prata. Dele desembarcaria a irmã Daniele de Lima Culau de 35 para que pudessem trocar o primeiro abraço, beijo, afago, e recuperar o que realmente importa de uma história afetiva que começa havia 35 anos atrás.

A mãe das jovens, Sônia Tófolli Culau(já falecida), era uma gaúcha de Santa Maria que casou-se com um amazonense e residiu em Manaus com quem teve Daniele, hoje com 35 anos. O casal separou-se e a mãe das jovens veio embora para o Sul, mas foi desautorizada pelo pai, que ainda vive de poder trazer a filha. O contato passou a ser somente por cartas.

Fruto de outra relação nasceu Paola, hoje com 25 anos. A mãe que na volta do Amazonas morou e trabalhou em Porto Alegre, morreu quando ela tinha 6 anos e a menina passou a ser cuidada por uma tia. Daniele, soube em carta que recebera da mãe, que tinha esta irmã e que se chamava Paola. E só. A mãe nunca mais lhe escreveria e ela passaria a conviver com a sensação de ter sido abandonada.

Depois, já então com 18 anos, através de uma tia que veio para o Sul, Daniele soube de que na verdade a mãe havia falecido. Os anos passaram e a comerciante de roupas de Manaus passaria a procurar sem sucesso pela irmã. Mobilizaria conhecidos, usaria redes sociais mandando convites pelo Orkut e facebook a muitas Paolas do Rio Grande do Sul. Praticamente nada sabia dos familiares maternos, o que aumentava o grau de dificuldade.

Paola cresceu e ainda jovem recebeu da tia uma pequena pasta contendo cópias de uma certidão de nascimento da irmã e os documentos da falecida mãe. Também iniciaria ali a busca para encontrar a irmã do Norte do Brasil. Ela contou ter ligado a vários cartórios de Manaus, mas enfrentado dificuldades para conseguir informações. –“A distância e a falta de recursos financeiros dificultava a ida pessoalmente a outra ponta do mapa brasileiro”.

Sem saber por onde continuar Paola buscou ajuda de uma comadre que trabalhava na Loja de uma Operadora de telefonia celular, que possuía um tio residindo e trabalhando em Manaus. O tio da comadre ficou com os dados e o tempo passou. Paola quase sem esperanças continuava sonhando de um dia resgatar a sua história.

Havia dois meses iniciava o desfecho feliz. O tio da comadre de Paola, localizava Daniele e lhe fazia uma pergunta: Você procura uma irmã com o nome Paola Tófoli Culau? Daniele toma um susto, afinal é um estranho, do nada lhe perguntando isso. Mas recompõem-se e confirma que sim. O homem então intermediou a troca dos contatos. Um telefonema entre as irmãs, um aceite no Facebook e a prova cabal: Paola e Daniele postam a foto que possuem da mãe, a foto é a mesma, a história muda e o encontro começa a ser planejado.

As duas irmãs passarão a Páscoa juntas para que Daniele conheça os familiares por parte de mãe. Mas a história de Paola ainda precisa ir adiante. Mesmo disposta a curtir a irmã e não se afastarem nunca mais, ela não conhece o pai e faz um apelo para quem lhe possa dar uma pista. Casada, a horizontinense que é mãe de uma linda menina, veio com o marido, a sogra e a comadre, recepcionar com flores a irmã e juntos partiram para casa onde viverão certamente uma semana santa de páscoa, talvez a mais abençoada e feliz de todos os tempos, mas que no futuro poderá ser ainda mais completa. 

Fonte: Jornal Folha Cidade
Foto: Paulo Roberto Staziaki

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