Desaparecimento de criança em que o desfecho termina em morte,
como foi o caso do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desaparecido e
encontrado morto 10 dias depois em um matagal, não é a primeira vez que
acontece em Três Passos.
No dia 5 de julho de 1960, o desaparecimento e a morte de uma
criança, salvo as devidas proporções, também mobilizou e comoveu a comunidade
trespassense. Apesar de naquela época não existirem a Internet, as redes
sociais e todo o aparato tecnológico de agora, o caso repercutiu por muitos
anos na região e no Estado.
Um recorte do extinto jornal Correio Serrano, de Ijuí, obtido
pelo Três Passos News com um irmão da vítima, ajuda a contar uma parte daquele
crime que, assim como a morte do menino Bernardo, também deixou de luto Três
Passos. Se Bernardo Boldrini foi vítima de três psicopatas, do próprio pai, da
madrasta e sua amiga, conforme aponta a polícia, a menina Nelci Becker foi
vítima de um pedófilo assassino que a atacou no caminho da escola.
Nelci Becker, de 7 anos, saiu de casa para ir à escola que
ficava em Lajeado Caxambú, mas não voltou para casa ao meio-dia, em Alto
Molina, no interior do município. Os pais da menina contaram na época que,
naquele dia, ela tinha sido convocada pelo professor para ir de manhã prestar
exames. A filha saiu sozinha, com pressa, sem esperar pelos irmãozinhos que
sempre costumavam acompanhá-la. Eles só perceberam o desaparecimento ao
meio-dia quando a menina não retornou.
A procura pela garotinha desaparecida reuniu centenas de pessoas
a tarde toda e entrou noite adentro sem nenhum resultado. Somente na manhã do
dia seguinte, por volta das 8h30, encontraram o seu corpo com as vestes
rasgadas, em um matagal. Nelci Becker estava morta.
Luiz Becker, de 54 anos, um dos 11 filhos da família, tinha
apenas três anos quando perdeu a irmã. Hoje, residindo em Miraguaí, ele conta
que Nelci foi estrupada e estrangulada por um morador da localidade. O
assassino, com a mesma frieza e crueldade que tiveram o pai de Bernardo
Boldrini, sua madrasta e a amiga, 54 anos depois, chegou a ajudar a procurar o
corpo. O algoz da menina Nelci Becker logo foi descoberto e preso pela polícia.
Fonte: Três Passos News | Foto: Três Passos News
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