Cerca de 15 mil sem-terra
marcharam pela Esplanada dos Ministérios.
Ameaça de invasão levou ministros do STF a deixar o prédio.
Ameaça de invasão levou ministros do STF a deixar o prédio.
Manifestante ferido é
socorrido no gramado da Esplanada dos Ministérios (Foto: Isabella
Calzolari / G1)
O
confronto entre policiais militares e manifestantes do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra na tarde desta quarta-feira (12) na Esplanada dos
Ministérios, em Brasília, terminou com 32 pessoas feridas – 30 PMs e dois
integrantes da marcha. De acordo com o comando da PM, oito policiais precisaram
de atendimento médico em hospitais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, parte
dos policiais foi atendida no posto da Câmara dos Deputados e outros levados ao
Hospital de Base. Segundo a assessoria da PM, os policiais feridos que
necessitaram de atendimento médico foram atingidos por pedras e pedaços de paus
na cabeça.
A marcha pela reforma agrária reuniu cerca
de 15 mil pessoas, segundo a PM, e interrompeu o trânsito na área central da
capital. Na Praça dos Três Poderes, houve enfrentamento entre integrantes da
passeata e policiais.
O ministro da Secretaria
Geral, Gilberto Carvalho, recebe em frente ao Palácio do Planalto carta com
reivindicações do MST (Foto: Juliana Braga / G1)
reivindicações do MST (Foto: Juliana Braga / G1)
Os manifestantes ocuparam a praça, onde
ficam o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto,
sede do Poder Executivo. A presidente Dilma Rousseff não se encontrava no
palácio no momento do tumulto – ela estava no Palácio da Alvorada, residência
oficial.
Em pelo menos três momentos houve confusão
entre policiais militares e manifestantes na Praça dos Três Poderes. O Batalhão
de Choque da PM chegou a jogar bombas de gás e dar tiros de borracha na direção
dos sem-terra. Manifestantes arremessaram objetos contra os PMs.
Depois do tumulto, os manifestantes se
concentraram no gramado em frente ao Congresso Nacional. Segundo lideranças do
MST, um manifestante foi detido após confronto e pelo menos dois ficaram
feridos.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que
acompanhou a manifestação do alto de um carro de som, disse que os
manifestantes não tinham a intenção de invadir prédios públicos. "A
polícia achou que eles tinham a intenção de invadir o Palácio do Planalto, mas
nunca houve essa ideia. A polícia foi para cima e os manifestantes reagiram.
Estou aqui desde o começo para não deixar virar pancadaria", disse o
parlamentar.
O ministro-chefe da Secretaria Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, conversou com manifestantes e recebeu uma carta
do MST. Ele informou que na manhã desta quinta a presidente Dilma Rousseff
receberá uma
comissão de representantes do movimento.
Integrantes do MST ocupam o
gramado do Congresso Nacional (Foto: Felipe Néri / G1)
Embaixada
dos EUA
Antes,
por volta das 15h30, manifestantes entraram em confronto com a polícia em
frente à embaixada dos Estados Unidos. Um policial chegou a apontar uma arma de
pulsos elétricos em direção aos manifestantes.
Os policiais fizeram um cordão de
isolamento em frente à embaixada, para impedir a aproximação dos manifestantes.
O grupo seguiu apenas pela via lateral ao prédio.
Pouco depois das 16h, os manifestantes
entraram em confronto com os policiais. Um grupo de sem-terra tentou ultrapassar
uma barreira de PMs e houve troca de socos e pontapés.
Alguns manifestantes disseram que houve
uso de spray de pimenta. A corporação negou o fato e disse que o movimento
transcorria com tranquilidade até que "baderneiros infiltrados"
iniciaram a confusão.
Supremo
Por causa da manifestação, a segurança do
Supremo retirou os ministros do prédio. A sessão desta quarta do tribunal foi
suspensa e posteriormente retomada.
O presidente em exercício da Corte,
Ricardo Lewandowski, informou por volta de 16h10 que havia risco de invasão ao
tribunal pelo grupo do MST.
"Fui informado agora pela segurança
que o tribunal corre o risco de ser invadido", afirmou Lewandowski naquele
momento.
Um grupo chegou a derrubar as grades que
protegem o tribunal, mas foi barrado pela segurança do Supremo Tribunal
Federal.
Às 19h, a maior parte dos manifestantes
retornou para o acampamento montado ao lado do estádio Nacional Mané Garrincha.
Fonte: Do G1, em Brasília
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