Moraes rejeitou pedido de envio da Força
Nacional para Roraima em novembro
Ministro da Justiça negou envio de Força
Nacional para sistema prisional de Roraima
Foto: Marcelo Camargo / ABr / CP
O
ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou nesta sexta-feira, que o
sistema prisional brasileiro vive uma guerra entre facções rivais e que a
situação tenha saído do controle após um novo massacre na Penitenciária
Agrícola de Boa Vista, em Roraima, que deixou 33 de mortos. "A situação
dos presídios não saiu do controle. é outra situação difícil em Roraima.
Roraima já tinha tido problemas anteriormente", disse.
Para o
ministro, o episódio ocorrido nesta sexta-feira não é "aparentemente"
uma retaliação do Primeiro Comando da Capital (PCC) à Família do Norte, autor
do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O
ministro afirmou que vai viajar a Boa Vista nesta sexta-feira e ainda precisa
"pegar mais informações" sobre o caso, mas que, num primeiro momento,
as execuções parecem ter sido um "acerto interno de contas".
Em
entrevista a uma rádio local, o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima,
Uziel de Castro Júnior, disse acreditar que os crimes tenham sido cometidos por
membros do PCC como
vingança pelas 56 mortes ocorridas em Manaus realizadas pela Família do Norte,
que tem ligações com o Comando Vermelho. No início da semana, Moraes disse
acreditar que o massacre em Manaus não se tratava simplesmente de uma guerra
entre facções rivais e que não haveria retaliação do PCC.
As
declarações de Moraes foram dadas durante a apresentação do Plano Nacional de
Segurança elaborado pelo governo federal nesta sexta. Antes do início das
perguntas de jornalistas, ele falou por cerca de duas horas sobre os detalhes
das medidas, mas não mencionou o episódio ocorrido na madrugada desta sexta em
Boa Vista. Segundo ele, o diferencial do plano será justamente a cooperação com
todos os Estados para solucionar esses problemas.
Moraes
negou Força Nacional
Documentos
revelam que Alexandre de Moraes negou um pedido do governo de Roraima, feito em
novembro do ano passado, para que o governo federal enviasse a Força Nacional
para reforçar a segurança no sistema prisional do Estado. Em ofício enviado no
dia 21 de novembro, o governo de Roraima solicitou ajuda "em caráter de
urgência".
Pelo menos 33 detentos morreram na madrugada desta sexta-feira, na
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). A maioria das vítimas foi
decapitada, teve o coração arrancado ou foi desmembrada. Os corpos foram
jogados em um corredor que dá acesso as alas.
A
governadora Suely Campos enviou ofício ao ministro, solicitando apoio do
governo federal para atuar no sistema prisional de Roraima, em caráter de
urgência, incluindo reforço da Força Nacional de Segurança. Em resposta ao
pedido de socorro, o ministro informou, por meio de ofício, que "apesar do
reconhecimento da importância do pedido de Vossa Excelência, infelizmente, por
ora, não poderemos atender ao seu pleito".
No
documento, o ministro disse que "a Força Nacional de Segurança Pública
encontra-se em fase de preparação para operação de enfrentamento de homicídios
e violência doméstica, cujo plano está em desenvolvimento neste Ministério,
destinando, a priori, a atuação nas capitais dos 26 estados e no Distrito
Federal".
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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