Juiz afirma
ser prematura conclusão em relação à natureza dos pagamentos
Sérgio Moro põe sob sigilo superplanilha da
Odebrecht | Foto: Nelson Almeida / AFP / CP Memória
O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quarta-feira o sigilo
sobre a superplanilha da Odebrecht que cita dezenas de
políticos e partidos como supostos destinatários de valores
da empreiteira. O magistrado pediu ao Ministério Público Federal que se
manifeste sobre "eventual remessa" da documentação ao Supremo
Tribunal Federal (STF).
A superplanilha foi apreendida em fevereiro na Operação Acarajé,
desdobramento da Lava Jato, na residência do empresário Benedicto Barbosa da
Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura. O documento
aponta uma longa sucessão de transferências para deputados, senadores,
prefeitos, governadores e agremiações políticas.
Inicialmente, a Acarajé estava sob sigilo. Depois que a operação foi
deflagrada, em fevereiro, o magistrado afastou o sigilo dos autos, como tem
feito desde o início da Lava Jato. Nesta quarta-feira, ao constatar que a
lista contém "registros de pagamentos a agentes políticos", o juíz
Sérgio Moro restabeleceu o sigilo nos autos. "Prematura conclusão
quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de
Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente,
diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", argumentou o
juiz. "De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo
neste feito e determino a intimação do Ministério Público Federal para se
manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo
Triunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com
foro privilegiado."
Fonte:
ESTADÃO conteúdo
Correio
do Povo
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