quarta-feira, 30 de março de 2016

"Continuaremos no governo e no PMDB", diz Kátia Abreu

Ministra da Agricultura afirmou que, além dela, outros cinco ministros do partido devem permanecer nos cargos

Ministra da Agricultura afirmou que, além dela, outros cinco ministros do partido devem permanecer nos cargos  | Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil / CP
 Ministra da Agricultura afirmou que, além dela, outros cinco ministros do partido devem permanecer nos cargos
 Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil / CP

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, confirmou, pelo Twitter, que não deixará o governo. As mensagens foram publicadas instantes depois de uma foto flagrar uma troca de mensagens entre ela e um interlocutor. O texto dizia que ela e mais cinco ministros do PMDB ficariam no governo depois de se licenciarem do partido. Pessoas próximas da ministra informaram ao que ela não manifestou desagrado com o vazamento da mensagem e que até deu risada da situação.

No Twitter, a ministra diz que fica no partido e no governo, apesar dos apelos da ala controlada pelo vice-presidente, Michel Temer, pelo desembarque total do governo. "Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise", disse a ministra. "Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base", afirmou. "O importante é que na tempestade estaremos juntos", concluiu.

Com essa estratégia, ela e os outros ministros se aproximam do grupo do PMDB controlado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMBD-AL), que tem assumido uma postura contrária ao impeachment. De todos os ministros do PMDB apenas Henrique Eduardo Alves, que ocupava o ministério do Turismo, deve continuar de fora. Ele havia se demitido na última segunda-feira. 

Renan pretende ficar longe de decisão sobre permanência de ministros

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira que se reuniu com ministros do PMDB Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura) e Helder Barbalho (Portos) após a reunião da Executiva Nacional do partido que decidiu pelo rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff com a consequente entrega imediata de cargos do Executivo Federal ocupado por peemedebista. Contudo, ele disse ter se recusado a opinar sobre o que cada um deveria fazer.

"Sinceramente não sei o que se passa na cabeça de cada ministro. Eles conversaram, mas (cada um) externando um ponto de vista e não havia consenso entre eles. Eles ficaram de hoje conversar com a presidente (Dilma Rousseff) e definir com ela o que é que vão fazer. Fiz questão de dizer a eles que, da mesma forma que não quis influir na nomeação deles, muito menos gostaria de influir na exoneração", disse Renan, em entrevista na chegada a seu gabinete no Senado.

O peemedebista, que promoveu um jantar na residência oficial da Presidência do Senado com os ministros, foi lacônico sobre o encontro. Disse apenas que as conversas com eles são sempre muito agradáveis e que conversaram bastante. "Mas eu tenho que ficar muito longe dessa decisão se vão ficar ou não", ressalvou.

O presidente do Senado não quis responder se a eventual permanência deles na Esplanada mesmo contrariando uma decisão partidária não mostra um apego exagerado aos cargos. Ele destacou que o País vive um momento conturbado da vida nacional e fez questão de exaltar a importância do PMDB.

"O PMDB, como maior instituição congressual, maior partido, tem uma responsabilidade muito grande. E qualquer movimento que o PMDB fizer, esse movimento evidentemente que vai influir nos demais partidos, o que só aumenta a responsabilidade", disse ele, ao ponderar que não sabe o que "motivou" a realização da reunião da cúpula partidária ontem.

Renan repetiu que, como também é presidente do Congresso, tem uma preocupação de manter a independência do Poder. "Se conseguir preservar a instituição dessa partidarização que está acontecendo, estarei cumprindo meu papel", afirmou ele.


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Correio do Povo

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