Ministra da Agricultura afirmou que, além
dela, outros cinco ministros do partido devem permanecer nos cargos
Ministra da Agricultura afirmou que, além dela,
outros cinco ministros do partido devem permanecer nos cargos
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil / CP
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, confirmou, pelo Twitter,
que não deixará o governo. As mensagens foram publicadas instantes depois de
uma foto flagrar uma troca de mensagens entre ela e um interlocutor. O texto
dizia que ela e mais cinco ministros do PMDB ficariam no governo depois de se
licenciarem do partido. Pessoas próximas da ministra informaram ao que ela não
manifestou desagrado com o vazamento da mensagem e que até deu risada da
situação.
No Twitter, a ministra diz que fica no partido e no governo, apesar dos
apelos da ala controlada pelo vice-presidente, Michel Temer, pelo desembarque total do governo. "Continuaremos no
governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise",
disse a ministra. "Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de
espaço para recompor sua base", afirmou. "O importante é que na
tempestade estaremos juntos", concluiu.
Com essa estratégia, ela e os outros ministros se aproximam do grupo do
PMDB controlado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMBD-AL), que tem
assumido uma postura contrária ao impeachment. De todos os ministros do
PMDB apenas Henrique Eduardo Alves, que ocupava o ministério do
Turismo, deve continuar de fora. Ele havia se demitido na última
segunda-feira.
Renan pretende ficar longe de decisão sobre permanência de ministros
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta
quarta-feira que se reuniu com ministros do PMDB Eduardo Braga (Minas e
Energia), Kátia Abreu (Agricultura) e Helder Barbalho (Portos) após a
reunião da Executiva Nacional do partido que decidiu pelo rompimento com o
governo da presidente Dilma Rousseff com a consequente entrega imediata de
cargos do Executivo Federal ocupado por peemedebista. Contudo, ele disse
ter se recusado a opinar sobre o que cada um deveria fazer.
"Sinceramente não sei o que se passa na cabeça de cada ministro.
Eles conversaram, mas (cada um) externando um ponto de vista e não havia
consenso entre eles. Eles ficaram de hoje conversar com a presidente
(Dilma Rousseff) e definir com ela o que é que vão fazer. Fiz questão de dizer
a eles que, da mesma forma que não quis influir na nomeação deles, muito
menos gostaria de influir na exoneração", disse Renan, em entrevista
na chegada a seu gabinete no Senado.
O peemedebista, que promoveu um jantar na residência oficial da
Presidência do Senado com os ministros, foi lacônico sobre o encontro. Disse
apenas que as conversas com eles são sempre muito agradáveis e que
conversaram bastante. "Mas eu tenho que ficar muito longe dessa decisão se
vão ficar ou não", ressalvou.
O presidente do Senado não quis responder se a eventual permanência
deles na Esplanada mesmo contrariando uma decisão partidária não mostra um
apego exagerado aos cargos. Ele destacou que o País vive um momento
conturbado da vida nacional e fez questão de exaltar a importância do PMDB.
"O PMDB, como maior instituição congressual, maior partido, tem uma
responsabilidade muito grande. E qualquer movimento que o PMDB fizer, esse
movimento evidentemente que vai influir nos demais partidos, o que só
aumenta a responsabilidade", disse ele, ao ponderar que não sabe o que
"motivou" a realização da reunião da cúpula partidária ontem.
Renan repetiu que, como também é presidente do Congresso, tem uma
preocupação de manter a independência do Poder. "Se conseguir preservar a
instituição dessa partidarização que está acontecendo, estarei cumprindo
meu papel", afirmou ele.
ESTADÃO
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Correio
do Povo
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