Pelo menos 100
pessoas ficaram feridas com queda de blocos de cimento e metal em Calcutá
Pelo menos 100 pessoas ficaram feridas com queda
de blocos de cimento e metal em Calcutá
Foto: Dibyangshu Sarkar / AFP / CP
Integrantes das equipes de emergência lutavam nesta quinta-feira para
resgatar dezenas de pessoas que seguiam presas
entre os escombros após o desabamento de um viaduto em Calcutá, que
deixou ao menos 15 mortos e mais de 100 feridos.
"Quinze pessoas morreram. Mais de 100 foram resgatadas e estão no
hospital", disse Anil Shejawat, porta-voz da Unidade de Gestão de
Desastres. As autoridades temem que o número de mortos seja ainda maior,
já que não se sabe quantas pessoas continuam sob os escombros. As equipes
de resgate trabalhavam no local com ferramentas, detectores de vida e cães
treinados.
A princípio, as pessoas começaram a retirar os escombros com as mãos, enquanto
o exército chegava ao local para coordenar o resgate. Depois, os moradores
seguiam trabalhando junto às equipes de socorro, utilizando paus de bambu, com
o objetivo de encontrar sobreviventes. Os parentes das pessoas
desaparecidas também se dirigiram em desespero ao local. "Tudo
acabou", gritava Parbati Mondal, cujo marido, um vendedor de frutas, está
desaparecido.
Os funcionários estavam trabalhando quando um trecho de 100 metros do
viaduto desabou sobre uma rua lotada de pedestres e veículos. No local havia
uma grua erguendo um carro dos escombros e era possível observar um ônibus que
havia sido atingido pelo desabamento, mas não estava claro se transportava
passageiros.
Um trabalhador da obra que ficou ferido disse que durante a manhã os
parafusos da estrutura começaram a se afrouxar.
"Estávamos pegando duas vigas de aço para os pilares, mas as vigas
não suportaram o peso do cimento", disse Milan Sheij, de 30 anos, que
depois foi levado ao hospital para ser atendido. A construção do viaduto
de dois quilômetros de comprimento começou em 2009 e deveria ter terminado em
18 meses, mas sofreu uma série de atrasos.
Os acidentes durante as construções são frequentes na Índia, onde as
leis de segurança trabalhista são frágeis e muitas vezes são utilizados materiais
de má qualidade. Muitos moradores da zona abandonaram o lugar por medo de
que o resto da estrutura desabasse. "Pensamos que era um
terremoto" Uma testemunha disse que ouviu um forte ruído e que
"parecia que uma bomba tinha explodido no local e havia fumaça e oeira". "Ouvimos
um estrondo enorme e nossa casa sofreu um forte abalo. Pensamos que era um
terremoto", disse Sunita Agarwal, moradora da região de 45
anos. "Fomos embora. Não sabemos o que vai acontecer", contou.
Mamata Banerjee, a autoridade regional de Bengala Ocidental, disse que
os responsáveis pela tragédia não sairão impunes.
P Rao, representante da empresa de construção indiana IVRCL, que recebeu
a concessão, descreveu o desastre como "um ato de Deus".
A empresa recebeu em 2009 um prazo de 18 meses para terminá-la, com um
orçamento de 25 milhões de dólares, mas sete anos depois 55% da obra ainda não
foi finalizada. O desastre ocorre poucos dias antes do início da final do
Mundial de Críquete T20, que atrairá milhares de fãs no domingo à cidade.
AFP
Correio
do Povo
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