sexta-feira, 25 de março de 2016

Ex-presidente do PP cita ministro do TCU em delação premiada

Gaúcho Augusto Nardes foi acusado de receber propina entre 2003 e 2005

Ex-presidente do PP cita ministro do TCU em delação premiada | Foto: Sergio Lima / Folhapress / CP Memória
   Ex-presidente do PP cita ministro do TCU em delação premiada
   Foto: Sergio Lima / Folhapress / CP Memória

Informações da delação premiada do ex-presidente do PP e atual deputado federal Pedro Corrêa na Operação Lava Jato foram divulgadas nesta sexta-feira pelo jornal Folha de São Paulo e citam políticos da base do governo. Em um dos "anexos", chamado de "Mesada de Augusto Nardes", Corrêa mira diretamente o ministro gaúcho Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com a Folha, Corrêa afirma que entre os anos de 2003 e 2005, época em que Nardes era deputado federal do PP, o ministro estava entre os nomes da bancada que recebia propinas arrecadadas pelo deputado José Janene, morto em 2010, junto à Petrobras e a outros órgãos com diretoria do partido.

Na delação, Corrêa relata que um recibo, de valor baixo - entre R$ 10 mil e R$ 20 mil -, foi destruído na época em que Nardes virou ministro do TCU, em 2005. O documento comprovava o pagamento de propina. A destruição do papel foi feita porque, segundo Corrêa, prejudicava a nomeação.  

Aécio Neves, FHC e Lula 

Pedro Corrêa lembrou ainda que a irmã do senador tucano Aécio Neves, Andréa Neves, era responsável por realizar movimentações financeiras para o parlamentar.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também foi citado por Corrêa. De acordo com a Folha, o deputado federal cita uma emenda constitucional que foi aprovada, possibilitando a reeleição de Cardoso. O ex-chefe de Estado teve apoio do empresariado para aprovar o projeto de continuidade no cargo.

Conforme a Folha, Corrêa mira ainda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e indica a participação do petista em uma reunião com José Dirceu e José Eduardo Dutra, na época presidente da Petrobras, para acertar a nomeação de Paulo Roberto Costa para assumir o posto na estatal. 

Em um diálogo entre Dutra e Lula, o primeiro tenta argumentar contra a nomeação de Costa para diretoria da Petrobras. "Mas Lula, eu entendo a posição do Conselho. Não é da tradição da Petrobras nomear assim, sem mais nem menos, um diretor", teria dito. 

Conforme Corrêa, Lula teria respondido da seguinte forma: "Se fôssemos pensar em tradição, nem você era presidente da Petrobras e nem era presidente da República". 

Resposta 

O ministro do TCU Augusto Nardes afirmou que o envolvimento do seu nome na delação é na realidade uma retaliação de Corrêa à oposição que fazia ao PP. O senador Aécio Neves disse apenas que sua irmã Andréa nunca conheceu Corrêa e jamais teve contato com ele. 

O Instituto Lula afirmou que não comenta falatórios e disse que que quiser levantar suspeitas em relação ao ex-presidente deve apresentar provas.


Fonte: Correio do Povo

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