Gaúcho Augusto
Nardes foi acusado de receber propina entre 2003 e 2005
Ex-presidente do PP cita ministro do TCU em
delação premiada
Foto: Sergio Lima / Folhapress / CP Memória
Informações da delação premiada do ex-presidente do PP e atual deputado
federal Pedro Corrêa na Operação Lava Jato foram divulgadas nesta sexta-feira
pelo jornal Folha de São Paulo e citam políticos da base do
governo. Em um dos "anexos", chamado de "Mesada de Augusto
Nardes", Corrêa mira diretamente o ministro gaúcho Augusto Nardes, do
Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com a Folha, Corrêa afirma que entre os anos de 2003 e 2005,
época em que Nardes era deputado federal do PP, o ministro estava entre os
nomes da bancada que recebia propinas arrecadadas pelo deputado José Janene,
morto em 2010, junto à Petrobras e a outros órgãos com diretoria do partido.
Na delação, Corrêa relata que um recibo, de valor baixo - entre R$ 10
mil e R$ 20 mil -, foi destruído na época em que Nardes virou ministro do TCU,
em 2005. O documento comprovava o pagamento de propina. A destruição do papel
foi feita porque, segundo Corrêa, prejudicava a nomeação.
Aécio Neves, FHC e Lula
Pedro Corrêa lembrou ainda que a irmã do senador tucano Aécio Neves,
Andréa Neves, era responsável por realizar movimentações financeiras para o
parlamentar.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também foi citado por Corrêa.
De acordo com a Folha, o deputado federal cita uma emenda constitucional que
foi aprovada, possibilitando a reeleição de Cardoso. O ex-chefe de Estado teve
apoio do empresariado para aprovar o projeto de continuidade no cargo.
Conforme a Folha, Corrêa mira ainda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e indica a participação do petista em uma reunião com José Dirceu e José
Eduardo Dutra, na época presidente da Petrobras, para acertar a nomeação de
Paulo Roberto Costa para assumir o posto na estatal.
Em um diálogo entre Dutra e Lula, o primeiro tenta argumentar contra a
nomeação de Costa para diretoria da Petrobras. "Mas Lula, eu entendo a
posição do Conselho. Não é da tradição da Petrobras nomear assim, sem mais nem
menos, um diretor", teria dito.
Conforme Corrêa, Lula teria respondido da seguinte forma: "Se
fôssemos pensar em tradição, nem você era presidente da Petrobras e nem era
presidente da República".
Resposta
O ministro do TCU Augusto Nardes afirmou que o envolvimento do seu nome
na delação é na realidade uma retaliação de Corrêa à oposição que fazia ao PP.
O senador Aécio Neves disse apenas que sua irmã Andréa nunca conheceu Corrêa e
jamais teve contato com ele.
O Instituto Lula afirmou que não comenta falatórios e disse que que
quiser levantar suspeitas em relação ao ex-presidente deve apresentar provas.
Fonte:
Correio do Povo
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