Juliano Tatsch
Sempre que os avanços científicos na área da saúde resultam no desenvolvimento de novos medicamentos ou tratamentos médicos, a esperança de cura ou de uma vida tranquila com a doença controlada surge no olhar de quem sofre com o mal. No caso do câncer, doença que há tempos atrás era tratada como sinônimo de morte, toda a descoberta científica aponta para uma melhor qualidade de vida do paciente. A equipe de pesquisadores do Hospital Conceição, capitaneada pelo coordenador do Serviço de Mastologia da instituição, José Luiz Pedrini, participou de uma dessas pesquisas.
O Conceição participou do desenvolvimento de um novo medicamento, chamado pertuzumabe. A droga é um anticorpo, ou seja, uma vacina, que atua nos tumores de mama que apresentam uma proteína chamada HER2, que é responsável pelo crescimento celular do tumor.
Em torno de 25% de todos os cânceres de mama têm essa proteína em seu genoma, o que confere a esses casos uma agressividade maior, seja para recidiva (retorno da doença) ou metástase. “O medicamento se liga ao receptor da membrana, bloqueando-o, e, assim, não ocorre a duplicação da célula. A célula, então, entra em um processo de envelhecimento e morre. Ele não mata a célula. Ocorre a morte por envelhecimento”, afirma Pedrini.
Um dos destaques do pertuzumabe é o seu mecanismo de ação. Conforme o médico, o anticorpo age somente nas células doentes, não tendo ação sobre todas as demais, como a quimioterapia. Em razão disso, é chamado de terapia alvo. A droga é aplicada endovenosamente, a cada 21 dias, e tem poucos efeitos colaterais. “É uma medicação que pode ser usada por um, dois, cinco anos, não tem uma toxicidade grande como os quimioterápicos”, enfatiza o mastologista.
O pertuzumabe aumenta a sobrevida das mulheres que tem um câncer não curável e as chances de cura nas mulheres que têm um câncer curável. No Conceição, 18 mulheres participaram do estudo, que teve um investimento de mais de US$ 1 bilhão.
Os resultados do estudo foram publicados na New England Journal of Medicine, a mais respeitada revista científica do mundo. O medicamento deve entrar no mercado europeu já no próximo mês. No Brasil, deve estar disponível a partir do ano que vem. A demora para a chegada ao mercado nacional se dá, de acordo com Pedrini, em razão de exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O Brasil vai liberar no ano que vem porque deixa primeiro ser liberado na Europa, nos Estados Unidos, para só depois autorizar. Isso é um atestado de ignorância”, afirma o médico que há 14 anos trabalha com pesquisa em câncer de mama.
A utilização do pertuzumabe não acaba com o procedimento cirúrgico posterior, na medida em que ele faz desaparecer a lesão, mas no local permanece uma “memória”. “Deve ocorrer uma remoção cirúrgica, porque senão ele cresce de novo. Mas, se reduzires um tumor grande, ao invés de tirar a mama, simplesmente se tira aquele foco central do tumor. O perfil de tratamento muda”, explica o médico.
De acordo com o pesquisador, os próprios médicos terão de se adaptar a essas novas formas de tratamentos que substituem métodos já consagrados pela prática. “A maior dificuldade são as mudanças de paradigmas médicos. (O médico) irá trocar uma coisa que funciona até hoje por algo que funciona melhor. As grandes vantagens dessas novas medicações são os tratamentos humanizados. Na medida em que eles vão surgindo, vai diminuindo o espaço da quimioterapia, que é um tratamento agressivo”, observa. Pedrini acredita que, em um curto espaço de tempo, os quimioterápicos serão indicados para somente 15% dos casos em tratamento inicial.
O Conceição participou do desenvolvimento de um novo medicamento, chamado pertuzumabe. A droga é um anticorpo, ou seja, uma vacina, que atua nos tumores de mama que apresentam uma proteína chamada HER2, que é responsável pelo crescimento celular do tumor.
Em torno de 25% de todos os cânceres de mama têm essa proteína em seu genoma, o que confere a esses casos uma agressividade maior, seja para recidiva (retorno da doença) ou metástase. “O medicamento se liga ao receptor da membrana, bloqueando-o, e, assim, não ocorre a duplicação da célula. A célula, então, entra em um processo de envelhecimento e morre. Ele não mata a célula. Ocorre a morte por envelhecimento”, afirma Pedrini.
Um dos destaques do pertuzumabe é o seu mecanismo de ação. Conforme o médico, o anticorpo age somente nas células doentes, não tendo ação sobre todas as demais, como a quimioterapia. Em razão disso, é chamado de terapia alvo. A droga é aplicada endovenosamente, a cada 21 dias, e tem poucos efeitos colaterais. “É uma medicação que pode ser usada por um, dois, cinco anos, não tem uma toxicidade grande como os quimioterápicos”, enfatiza o mastologista.
O pertuzumabe aumenta a sobrevida das mulheres que tem um câncer não curável e as chances de cura nas mulheres que têm um câncer curável. No Conceição, 18 mulheres participaram do estudo, que teve um investimento de mais de US$ 1 bilhão.
Os resultados do estudo foram publicados na New England Journal of Medicine, a mais respeitada revista científica do mundo. O medicamento deve entrar no mercado europeu já no próximo mês. No Brasil, deve estar disponível a partir do ano que vem. A demora para a chegada ao mercado nacional se dá, de acordo com Pedrini, em razão de exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O Brasil vai liberar no ano que vem porque deixa primeiro ser liberado na Europa, nos Estados Unidos, para só depois autorizar. Isso é um atestado de ignorância”, afirma o médico que há 14 anos trabalha com pesquisa em câncer de mama.
A utilização do pertuzumabe não acaba com o procedimento cirúrgico posterior, na medida em que ele faz desaparecer a lesão, mas no local permanece uma “memória”. “Deve ocorrer uma remoção cirúrgica, porque senão ele cresce de novo. Mas, se reduzires um tumor grande, ao invés de tirar a mama, simplesmente se tira aquele foco central do tumor. O perfil de tratamento muda”, explica o médico.
De acordo com o pesquisador, os próprios médicos terão de se adaptar a essas novas formas de tratamentos que substituem métodos já consagrados pela prática. “A maior dificuldade são as mudanças de paradigmas médicos. (O médico) irá trocar uma coisa que funciona até hoje por algo que funciona melhor. As grandes vantagens dessas novas medicações são os tratamentos humanizados. Na medida em que eles vão surgindo, vai diminuindo o espaço da quimioterapia, que é um tratamento agressivo”, observa. Pedrini acredita que, em um curto espaço de tempo, os quimioterápicos serão indicados para somente 15% dos casos em tratamento inicial.
Fonte: Jornal do Comércio
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