Outras três
pessoas da mesma família foram resgatadas com vida
Bombeiros encontram dois corpos após naufrágio
no Guaíba | Foto: Alina Souza
Após um
naufrágio no Guaíba, os corpos de um homem e uma mulher foram localizados na
manhã desta segunda-feira na praia da Vidreira, no Parque Itapuã, em Viamão.
Daniel Silvestre de Vargas, 50 anos, e sua sogra, Nair Guedes, 70 anos, estavam
desaparecidos desde quinta-feira, quando saíram do Lami, em Porto Alegre, em um
passeio de barco com a família. A mulher e os filhos de Vargas foram resgatados
com vida nesse domingo.
A família saiu de Porto Alegre,
na manhã de quinta-feira, em um barco de pequeno porte. Eles foram até a ilha
da Ponta Escura, onde ficaram acampados. No retorno para casa, ainda na quinta,
houve um forte temporal. “A embarcação não resistiu. Teve vento forte e muita
onda”, explicou o capitão do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre Rafael
Venturella em entrevista à Rádio Guaíba. A bomba, responsável por retirar água
que entra na embarcação, apresentou problemas o que pode ter facilitado o
naufrágio.
Um amigo da família, o pescador
Rogério Monteiro, 49 anos, acompanhou de perto as buscas, indicando a área para
os bombeiros. Ele disse que o taxista conhecia bem a região pois costumava
sempre navegar na região, mas foi surpreendido com a chegada rápida de um temporal.
O barco, com cerca de seis metros afundou nas águas revoltas devido aos fortes
ventos. “Foram as ondas que pegaram o barco de frente”, afirmou.
“O Daniel
se preocupou com a família e não teve tempo de pegar o seu colete salva-vidas.
Ele pegou um galão para boiar e foi separando-se da família nas águas enquanto
o barco afundava. Ele pedia perdão”, acrescentou.
Os bombeiros só ficaram sabendo
do desaparecimento da família no domingo, quando um dos filhos do casal chegou
em casa e percebeu que a família não estava. A mulher de Daniel, Roselene
Silvestre Vargas, 43, e seus dois filhos, Pâmela Silvestre Vargas,19, e um
menino, de 7, foram resgatados com vida, após pescadores os encontrarem na
Barra do Ribeiro, próximo à ilha do Junco.
“Eles passaram três dias na água
e conseguiram resistir a questões adversas do tempo. Fez muito frio e teve
chuva neste período. Eles ficaram em juncos (vegetação que se forma nas
margens dos rios) e conseguiram sair com vida”, conta o capitão. Os três
estavam com hipotermia e foram encaminhados ao Hospital da Barra do Ribeiro.
Para o Corpo de Bombeiros, a
embarcação de seis metros de comprimento e feita com material de fibra não é
apropriada para viagens de longo percurso, como este feito pela família. Além
disso, segundo Venturella, não havia colete de salva-vidas para todos que
estavam na embarcação.
A Marinha
vai instaurar um inquérito para investigar o caso.
Fonte:
Correio do Povo
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