Em um momento que o país vivencia situações graves com relação
ao sistema carcerário, está mais do que no momento de se discutir a implantação
de propostas viáveis e sustentáveis que ofereçam trabalho legalizado aos presos
que superlotam as cadeias. O abandono do Estado e o comando das facções
transformaram as prisões em verdadeiras escolas do crime e são promotoras da
violência que atormenta a população.
A simples liberação de um
detento para o regime aberto ou semiaberto com uma carta de emprego, não se
mostra eficaz. Todos os dias se noticia uma ocorrência policial, onde o preso
que “em tese” deveria estar trabalhando, cometeu outro crime no período em que
está solto nas ruas.
Há poucos, mas significativos
exemplos de que um Presídio bem administrado pelo Estado, ou iniciativa
privada, com estrutura adequada, é propício para a ressocialização. Aqui no Rio
Grande do Sul o exemplo é o Presídio de Canoas (PECAN 1), tido como modelo.
Durante entrevista na Uirapuru,
o juiz titular da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Paulo Irion,
responsável pelo mutirão carcerário que está ocorrendo em Passo Fundo, fez um
comparativo entre os presídios de Canoas e o Central, em Porto Alegre.
Segundo informou, no Presídio
de PECAN 1, com capacidade para 394 presos de primeira condenação, que são
considerados “puros” por não pertencerem a facções ou grupos criminosos, o
índice de reincidência é de 8,31%, enquanto no Presídio Central, é de 70%.
Além disso, em Canoas, 46,6%
estão no trabalho e outros 19,3% estudam. No Central, 14,97% trabalham e apenas
4,23% estudam. Dr Irion cita que essa é a diferença de quando o preso entra e
recebe oportunidades em uma unidade que o Estado não abdicou da sua obrigação
de ter o controle.
Fonte:
Rádio Uirapuru | Passo Fundo
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