Denúncia diz que médico responsável pelo
pré-natal havia orientado cesariana, mas médicos se recusaram e tentaram parto
normal. Porém, quando viram o tamanho do bebê de Andréa Marcilene Aires Garcia,
de 22 anos, o empurraram e fizeram cesárea, em hospital de Cáceres (MT).
Andréa Marcilene Aires Garcia, de 22 anos, foi
submetida a um parto normal forçado, segundo a família
(Foto: Nilza Aires/
Arquivo pessoal)
A família
da paciente Andréa Marcilene Aires Garcia, de 22 anos, fez uma denúncia contra
o Hospital São Luiz, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, por supostos erros
cometidos durante o parto. A mãe da jovem, Nilza Aires, disse que os médicos
insistiram em fazer o parto normal, mas, depois que viram que o tamanho do
bebê, tentaram forçar o retorno dele ao útero para uma cesariana. O bebê morreu
três dias após o nascimento.
A
assessoria do Hospital São Luiz informou, em nota, que foi instaurada uma
sindicância interna para apuração do caso e que se colocou à disposição dos
órgãos competentes para contribuir com as informações que se fizerem
necessárias.
“A cabeça
saiu, mas o corpo não. Colocaram uma enfermeira em cima dela para empurrar o
bebê”, contou Nilza.
Grávida
de nove meses, Andréa foi internada com sangramento no dia 25 de outubro, no
Hospital São Luiz. O bebê faleceu três dias após o parto. De acordo com Nilza,
o hospital informou à família que o bebê havia sofrido uma parada cardíaca.
O marido
da jovem, Rosanio Oliveira da Silva, registrou um boletim de ocorrência na
Polícia Civil do município, no dia 28 de outubro, no dia da morte do filho.
A mãe da
jovem contou que, no dia em que a filha entrou em trabalho de parto, foi levada
até o Pronto Socorro Municipal de Cáceres e de lá os médicos a encaminharam
para o Hospital São Luiz.
“O médico
mandou ela de volta para casa. Quando deu 23h ela me ligou dizendo que estava
com um sangramento e passando muito mal”, lembrou Nilza.
À
polícia, Rosanio informou que as médicas responsáveis pelo parto perceberam que
o bebê era muito grande, porém, insistiram em não submeter a jovem à uma
cesárea.
Nilza
contou que por volta das 15h daquele dia a jovem foi encaminhada para a
cirurgia. A família informou o hospital que ela não estava apta para o parto
normal.
“Durante
o pré-natal o médico sempre disse que deveria ser feita uma cesárea. Eu alertei
os médicos no dia do parto, mas disseram que seria normal. Minha filha é muito
pequena e o bebê era grande”, disse a mãe.
Segundo
Nilza, uma enfermeira chegou a subir na barriga de Andréa para tentar fazer com
que o bebê saísse.
“A cabeça
saiu, mas o corpo não. Quando viram que o bebê não ia sair, o empurraram de
volta para dentro e fizeram a cesárea. Ela (paciente) tomou oito pontos”,
lembrou.
De acordo
com o boletim de ocorrência, o bebê teve uma parada cardíaca após o nascimento
e foi encaminhado para a UTI neonatal do hospital, onde ficou internado durante
três dias.
“Ele
aspirou líquido durante o parto e o médico falou que atingiu todos os órgãos
dele. Se ele sobrevivesse, teria graves sequelas. Quando estava na UTI tentaram
ver se ele se movia, mas ele morreu”, contou.
A mãe da
jovem contou que Andréa desmaiou após o parto e precisou de quatro transfusões
de sangue, sendo quatro bolsas no total.
Por G1
MT
Atualizado
22/11/2017 16h35
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