Hospital São Gregório, de São Martinho, é uma das
instituições afetadas pela medida
O
atendimento hospitalar está ameaçado no interior do Rio Grande do Sul, de
acordo com a Famurs – Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do
Sul. Desde o dia 10 de março, vigora uma determinação do governo estadual que
restringe o funcionamento de 88 hospitais filantrópicos de pequeno porte. A
Resolução 64/2014, da Secretaria de Saúde do RS, quer proibir esses hospitais
de realizar partos e intervenções cirúrgicas. Contrária à determinação, a
Famurs considera a medida impositiva, pois condiciona a transferência de
recursos estaduais para a saúde à assinatura do termo de adesão à Resolução. A
federação defende a revisão da proposta e a manutenção dos serviços
hospitalares nos municípios do interior. O assunto foi tema de audiência entre
prefeitos e a secretária de Saúde do RS, Sandra Fagundes, na última terça-feira
(29/04).
Sem
a permissão de realizar partos e cirurgias, o hospital de pequeno porte regride
ao status de pronto atendimento. Caberá à prefeitura transferir os pacientes a
hospitais de referência em municípios vizinhos. De acordo com o presidente da
Famurs e prefeito de Santo Ângelo, Valdir Andres, esse retrocesso acarreta em
prejuízos sociais, econômicos e políticos. “Piora o atendimento em saúde,
entrava o desenvolvimento dos municípios menores e afeta o prestígio do
prefeito junto à população”, argumenta Andres. Segundo ele, a medida também
contribui para o desaparecimento das cidades pequenas. “As crianças não estão
mais nascendo nos municípios do interior, que estão ficando cada vez menores. É
uma questão de identidade, pois está se perdendo aquela relação com o município
onde se nasceu. E isso é ruim para o desenvolvimento do interior do Estado”,
completa o presidente.
Conforme
o prefeito Osmar Kuhn, de Chiapetta, presidente da Amuceleiro, que participou
da audiência, a resolução ainda afeta o atendimento dos pacientes e aumenta as
despesas públicas do município. “Trata-se de um verdadeiro terrorismo com a
saúde. Além de retardar o atendimento a quem necessita, a prefeitura terá mais
gastos com o transporte dos pacientes até o município de referência”, analisa.
Em Inhacorá, a prefeita Cledi Savariz avisa que o serviço de ambulancioterapia
aumentará em três vezes no município.
Na
audiência, a secretária Sandra Fagundes prometeu analisar a revisão do acordo e
estudar caso a caso. Também estiveram presentes na reunião os prefeitos de
Progresso, Coronel Bicaco, São Martinho, Redentora, Marques de Souza e Boavista
do Cadeado.
Com informações da Famurs | Foto: Rádio Alto Uruguai
Rádio Alto Uruguai
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