Ator e diretor tinha longa carreira na TV e no
cinema, com personagens marcantes
José Wilker morreu aos 66 anos neste sábado, no Rio de JaneiroFoto: Raphael Dias / TV Globo/Divulgação
José Wilker morreu neste sábado, no Rio de Janeiro.
O ator tinha 66 anos e
uma longa carreira no cinema, no teatro e na televisão, iniciada há mais de
quatro décadas. Estava em casa quando foi vitimado por um infarto fulminante.
Wilker trabalhou até
seus últimos dias: o intérprete deixa dois longas-metragens prontos, um deles o
premiado A Hora e a Vez de Augusto Matraga (2012), adaptação da obra de
Guimarães Rosa inédita nos cinemas de Porto Alegre. Também fora anunciado no
elenco de Timeless Eye, coprodução
Brasil-Grã-Bretanha que será filmada em 2014.
Nascido José Wilker de
Almeida em Juazeiro do Norte, no Ceará, em 20 de agosto de 1946, obteve
reconhecimento como ator, mas também atuou como narrador, apresentador de
televisão e crítico de cinema, tendo participado de várias transmissões do
Oscar pela TV Globo e, nos últimos dois anos, respondendo pela curadoria do
Festival de Cinema de Gramado juntamente com o crítico Rubens Ewald Filho e o
jornalista Marcos Santuário.
Wilker se aventurou na
direção em duas novelas (Louco Amor e Transas e Caretas, ambas no início
dos anos 1980) e no seriado Sai de Baixo (de 1996 a 2002). Como ator,
sua estreia se deu em 1971, na novela Bandeira 2. Nos
anos seguintes, emendaria cerca de 50 produções televisivas, entre novelas,
séries e minisséries.
Seus principais papéis
na televisão incluem personagens célebres em produções marcantes como Roque Santeiro (1985), O Salvador da Pátria (1989) e A Próxima Vítima (1995), entre outras. Seu Giovanni Improtta de Senhora do Destino (2004) inspirou um
longa-metragem homônimo, que ele próprio dirigiu e que estreou nos cinemas
em 2013. Entre as minisséries das quais participou está JK(2006), na qual interpretou o
ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Recentemente,
interpretou Jesuíno Mendonça na mais nova versão de Gabriela(2012), personagem que
ficou marcado pelo bordão "Vou lhe usar", que se tornou febre nas
redes sociais. Em 1975, na primeira versão da obra de Jorge Amado levada à TV
Globo, ele interpretara Mundinho Falcão. Seu último papel na televisão foi no
ano passado, na novela Amor à Vida.
Será para sempre
lembrado por sua participação no clássico Dona Flor e seus Dois Maridos (1976), de Bruno
Barreto, no qual dividiu a cena com Sonia Braga e Mauro Mendonça interpretando
Vadinho. Outros clássicos que tiveram a sua participação foram Os Inconfidentes (1971), Xica da Silva (1976), Bye Bye Brazil (1979), Bonitinha mas Ordinária (1980). Foram, no total, mais
de 60 filmes, grande parte deles cômicos.
Houve também os
grandes papéis dramáticos, como o de Antônio Conselheiro no filme Guerra de Canudos (1997). Exibido primeiro nos
cinemas, esse épico de Sérgio Rezende depois acabou ampliado para exibição na
TV. Poucos atores transitaram tão bem entre um meio e outro quanto José Wilker.
Fonte:
ZERO HORA
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