Foto: Rodrigo/Três Passos News
Uma manifestação pelo reaparecimento do menino Bernardo Uglione
Boldrini, de 11 anos, desaparecido desde a última sexta-feira, 4, foi realizada
no final da tarde desta terça-feira, 8, em Três Passos.
Um grupo de pessoas, entre elas, amigos e colegas, reuniram-se,
por volta das 18h30, na rua Salgado Filho, em frente ao Colégio Ipiranga, onde
o garoto estuda.
Segundo uma das organizadoras, Michele Severo, a manifestação
foi convocada pelo Facebook e seu objetivo foi pedir explicações sobre o
desaparecimento do menino Bernardo.
Quatro dias já passaram e até a noite desta terça-feira, 8, o
menino ainda não havia sido localizado. O caso está mobilizando a polícia, e a
população através das redes sociais, no município.
O caso de pessoas desaparecidas vem ocorrendo mais
frequentemente e com números preocupantes, nos últimos anos, em Três Passos,
intrigando a polícia e a população.
O último caso registrado pela Polícia Civil ocorreu no dia 24 de
janeiro de 2014 quando uma adolescente, de 15 anos, saiu de casa e acabou
localizada, uma semana depois, no município de Porto Vera Cruz.
O mesmo, porém, não aconteceu com a jovem Cíntia Luana Ribeiro
de Moraes, que saiu de casa em julho de 2011 e nunca mais voltou. “O Caso
Luana”, como ficou conhecido, permanece sem solução.
Outro caso envolto em mistério e que ainda não foi solucionado é
o do agricultor Celeste Pedro Vivian, desaparecido também há mais de dois anos,
no município.
Segundo a Polícia Civil, a maioria dos casos de desaparecimento
de pessoas em Três Passos envolve crianças e adolescentes que fugiram de casa e
acabaram sendo encontrados.
SAIBA MAIS
Para a psicóloga Alaide Degani de Cantone, do CEPPS (Centro de
Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde), as motivações para fugir de casa
vão muito além da rebeldia ou uma nota ruim no boletim.
Para ela, maus tratos, violência física ou psíquica, pobreza
doméstica, abusos sexuais, má relação com a família, separação do casal ou
formação de uma nova união dos pais podem ser motivos suficientes.
“Existem também os fugitivos crônicos, aqueles que fogem, voltam
para casa, mas estão dispostos, a qualquer momento, a fugir novamente diante de
situações ou conflitos familiares”, salienta.
"A falta de interesse pelo filho, inflexibilidade ou pais
que exigem demais, podem gerar uma carga emocional insuportável para o
adolescente", esclarece Dra. Alaide.
Segundo a psicóloga, na maioria dos casos, os adolescentes fogem
para lugares bem previsíveis, como a casa de parentes ou do namorado. Assim,
não é difícil encontrá-los depois de algumas horas.
“Caso os pais não consigam localizar os filhos, algumas medidas
devem ser adotadas como registrar boletim de ocorrência, mobilizar parentes,
amigos e a comunidade local”, aconselha.
Ainda segundo a psicóloga, antes de fugirem, os jovens dão
vários sinais de que algo não vai bem, tal como depressão, desinteresse pela
escola, amigos e lazer, isolamento, uso de drogas, entre outros.
“São sinais de tristeza e sintomas de auto-destruição. Quando o
adolescente retornar à casa, não é indicado punições severas, violências e
ameaças, pois isso poderá gerar novo desejo em fugir”, diz.
“É necessário conversar e buscar compreender o que o levou a
sair de casa. É importante ouvir e acolher, porém, na mesma importância,
delimitar as regras e normas familiares", finaliza a Dra. Alaide.
Três Passos News
| Foto: Divulgação/PC
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