terça-feira, 3 de abril de 2012

"Foi um fato extremamente grave e a resposta será à altura", diz chefe de polícia sobre atentado em São José

"Foi um fato extremamente grave e a resposta será à altura", diz chefe de polícia sobre atentado em São José Guto Kuerten/Agencia RBS
Disparos deixaram marcas em janelas, paredes e em uma viatura na Delegacia de Polícia de São José, nesta terça-feira (Foto: Guto Kuerten / Agencia RBS)

     No que depender da promessa da chefia da Polícia Civil catarinense, o ataque desta terça-feira contra uma delegacia na Grande Florianópolis não ficará impune. O delegado-geral Aldo Pinheiro D'Ávila classificou o caso como "extremamente grave". 

     Por volta das 4h30min, a 2ª DP de São José foi alvejada com pelo menos 25 tiros. Ninguém ficou ferido, mas os disparos marcaram as paredes, quebravam vidros e chegaram a atingir uma viatura que estava estacionada no local.

     Para a polícia, é uma questão de honra identificar os autores do crime.

     — É um atentado contra o próprio Estado e contra o cidadão, já que trata-se de um órgão público. O ato expõe a coletividade ao perigo. Foi algo extremamente grave e a resposta será à altura — garantiu D'Ávila.

     Até por volta das 10h30min a polícia ainda fazia buscas em São José e cidades vizinhas, mas ninguém havia sido preso. 

     No momento do ataque, três policiais estavam na DP. Um deles relatou que se abaixou quando ouviu os tiros e quase foi atingido na cabeça. Os disparos partiram de dentro de um carro, que não foi identificado. Pela quantidade de tidos, a polícia acredita que duas armas foram utilizadas. Imagens de câmeras da região serão usadas na tentativa de identificar os autores.

     No período de aproximadamente um ano, unidades de segurança sofreram ao menos dez atentados em Santa Catarina. Delegacias de Polícia Civil, bases da Polícia Militar e até uma unidade prisional foram alvo de tiros, granadas e artefatos explosivos. 

Relembre os casos:

Em 2011

 1° de abril, em Coqueiros — Uma bomba caseira explodiu na base operacional Polícia Militar (PM) de Coqueiros, na região continental de Florianópolis. Havia apenas um policial no local e ele não ficou ferido.

 3 de abril, Canasvieiras— Base da PM foi alvo de seis tiros. Testemunhas disseram que os disparos partiram de uma motocicleta ocupada por um casal.

 18 de abril, Coqueiros — Policias da 4ª Delegacia de Polícia foram surpreendidos por oito tiros. Um deles estava no atendimento do plantão e teve que se jogar no chão. Os disparos atingiram a sala do delegado e a fachada. Ninguém ficou ferido.

 24 de abril, Biguaçú — Dois homens em uma motocicleta dispararam quatro tiros contra o posto da Polícia Militar (PM) no Bairro Bom Viver. Um policial estava sozinho no local. Os disparos atingiram a parede do prédio, logo abaixo da janela. Ninguém ficou ferido.

 25 de abril, Ingleses — Posto da Polícia Militar (PM) foi alvo de disparo de pistola 9mm. Um motociclista teria atacado o local por volta das 23h. Ninguém foi atingido.

 30 de abril, Itajaí — Quatro homens armados dispararam mais de 30 tiros contra a 2ª Delegacia de Polícia de Itajaí. Testemunhas disseram à polícia que os marginais chegaram ao local em duas motos. Um delegado e quatro agentes estavam de plantão, mas ninguém foi ferido.

 25 de maio, São José — Uma bomba caseira explodiu na delegacia de Campinas. O artefato foi arremessado com imãs e elásticos. Estilhaços atingiram o prédio e o carro de um investigador que estava em uma operação no Centro de Florianópolis. A DP de Campinas já havia mudado sua rotina, antes mesmo do ínicio da onda de ataques contra a polícia. Depois das 23h, o local só atendia flagrantes da Polícia Militar (PM). 

 9 de agosto, Florianópolis — A Central de Triagem de presos, conhecida como Cadeião, no bairro Estreito, foi alvo de 15 tiros. Os disparos atingiram o portão da frente do imóvel, sem deixar feridos.

Ataques em 2012

 
1 de março, Camboriú — Uma granada foi encontrada no pátio da Delegacia do Distrito Monte Alegre na manhã desta quarta-feira. O artefato estava com o pino destravado e deveria ter explodido mas, aparentemente, teve falha na detonação. A polícia ainda não sabe o que teria motivado o atentado.
 3 de abril 2012, São José  Pelo menos 25 disparos foram feitos contra a 2ª Delegacia de Polícia de São José, onde funciona o plantão policial da cidade, no bairro de Barreiros. O ataque durou poucos minutos. No local havia pelo menos três policiais, mas ninguém foi ferido.

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE

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