Em discurso,
ex-presidente afirmou que foi acesa chama para a "luta continuar"
Lula criticou forma como operação Lata Jato tem
sido conduzida | Foto: Nelson Almeida / AFP / CP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um rápido pronunciamento
na sede do PT em São Paulo sobre a 24ª fase da operação Lava Jato, em que é o principal alvo.
Lula disse que as investigações se tornaram um “show midiático” e criticou a
forma como foi conduzido a depor na manhã desta sexta-feira.
“Se o juiz Moro ou Ministério Público quisessem me ouvir era só mandar
um ofício. Nunca me neguei a depor. Estamos vivendo um processo em que a
pirotecnia e o show midiático valem mais que a apuração séria e responsável por
parte da Polícia Federal e MP, instituições que respeito e sempre respeitei”,
afirmou o ex-presidente.
Em um discurso para militância, Lula disse que os acontecimentos desta
sexta-feira não irão lhe abalar. “Nada disso diminui a minha vontade. Eles
acenderam em mim a chama de que a luta continua”, prosseguiu.
Na manhã desta sexta-feira, Lula prestou depoimento por cerca de três
horas no Pavilhão das Autoridades, que fica localizado ao lado do aeroporto de
Congonhas, na zona Sul de São Paulo. As declarações foram prestadas para dois
procuradores na presença de três advogados, entre eles Roberto Teixeira e
Cristiano Zanin Martins.
De acordo com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), foram abordados
diversos assuntos, como as palestras que o ex-presidente concedeu após deixar o
Palácio do Planalto e a ligação com um sítio em Atibaia, interior paulista.
Também foram alvo de questionamentos, segundo Teixeira, a relação de Lula com o
apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e os bens que Lula
recebeu nos dois mandatos na presidência do país, que devem ser mantidos por
ele como acervo histórico.
Além da condução coercitiva, foram expedidos mandados de busca em
diversos endereços do ex-presidente, como parte da 24ª fase da Operação Lava
Jato. Segundo o procurador da República, Carlos Fernando Lima, Lula recebeu
pagamentos, seja em dinheiro, presentes ou benfeitorias em imóveis das maiores
empreiteiras investigadas na operação policial. De acordo com o procurador,
foram cerca de R$ 20 milhões em doações para o Instituto Lula e cerca de R$ 10
milhões em palestras de empresas que também financiaram benfeitorias de um
sítio em Atibaia e de um tríplex no Guarujá.
Fonte: Correio do Povo
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