quinta-feira, 1 de maio de 2014

MP dá parecer contrário a pedido de soltura do pai do menino Bernardo

Para promotora, há indícios suficientes apontando que ele sabia da morte do filho antes do corpo ser achado


O Ministério Público de Três Passos deu parecer contrário ao pedido de revogação da prisão temporária de Leandro Boldrini, apresentado à Justiça pelo advogado de defesa, Jader Marques. O médico é um dos suspeitos de ter participado da morte do filho, Bernardo Uglione Boldrini, junto com a madrasta do menino, Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz. No entendimento da promotora de Justiça Dinamárcia Maciel de Oliveira, a ordem de prisão temporária, ao contrário do que sustenta a defesa de Boldrini, não foi expedida por “meras suposições ou desconfianças, ou apenas com base na palavra da suspeita Edelvânia, amiga de Graciele”. Para a promotora, há vários outros indícios apontando que o pai sabia da morte do filho, antes mesmo de o corpo de Bernardo ser encontrado.

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Quanto ao depoimento de Graciele, inocentando Boldrini, a promotora ressaltou que essa postura era, até de certo modo, esperada pelo Ministério Público. “Apoderar-se apenas dessa nova manifestação, assim como de outras, igualmente produzidas pelo trio de suspeitos, para efeito de liberar Leandro Boldrini antes do fim do prazo de prisão temporária (…) é uma ingenuidade que não pode acompanhar operadores do Direito”, finalizou.

Marques protocolou o pedido na noite dessa quarta-feira. Boldrini está detido desde terça-feira na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). O advogado sustenta que tanto a madrasta do menino quanto Edelvânia confessaram o crime, não havendo mais motivos para manter Boldrini preso.

“Depois do depoimento da Graciele fechou-se o ciclo necessário com os depoimentos dos três suspeitos. O crime foi desvendado no seu modo, a autoria está definida com a confissão das duas autoras, e não há qualquer elemento referente a Leandro”, afirmou Jader.

O advogado adiantou também que entra nesta sexta-feira com um requerimento pedindo o fim do segredo de justiça no que tange a Leandro Boldrini. Segundo o defensor, a Polícia Civil está “se escondendo” atrás do bloqueio de informações.

“Se o segredo de Justiça impede a delegada de Polícia de trazer a público as provas relativas a Leandro, eu estou formulando um requerimento ao magistrado de autorização para que as provas sejam divulgadas. Porque não é possível que a autoridade se esconda atrás do segredo de justiça e não apresente nenhum elemento. É uma condenação antecipada com base em um segredo não revelado”, apontou.

A enfermeira Graciele Ugulini está detida na Penitenciária Modulada de Ijuí, no Planalto Médio, enquanto a assistente social foi transferida para a Penitenciária Feminina de Guaíba.


Fonte: Rádio Guaíba

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